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Segunda-feira,
18/5/2015
Pelas páginas do meu passado
Carla Lopes
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Penso que li muito mais em criança e quando adolescente do que agora.
O tempo parece que corria de uma forma diferente.Eu lia tudo que me chegasse às mãos.
Comecei com os quadrinhos da Turma da Mônica, o suplemento infantil "Folhinha" publicado pela Folha de S. Paulo e livros infantis.
Depois passei para as coletâneas de contos, principalmente os russos, que faziam par com os livros que eu tinha que ler para a escola, como os de Dickens, sendo que o que mais me marcou naquela época foi "David Copperfield".Eu lia e chorava.
Foi na escola também que li praticamente toda a obra de Francisco Marins, autor de uma série que se passava no sítio de Taquara-Póca (um tipo de minifúndio paulista da primeira metade do Séc.XX) aonde três meninos viviam suas aventuras na mata.
Nessa mesma época desenvolvi o gosto pela obra de José Mauro de Vasconcelos, li diversos livros dele, de uma só vez, um após o outro, numas férias de Julho. Ou seja, minha iniciação literária foi um drama só.Nem "Pollyanna", de Eleanor Porter, me escapou.
O que fugia um pouco disso eram os contos orientais.Enquanto em casa eu lia contos, na escola líamos Crônicas de uma série intitulada Para Gostar de Ler, que trazia o trabalho de gente competente como Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade e Graciliano Ramos, entre outros.
Todo bom livro que li tornou-se meu favorito pelo período de tempo que antecedia o final da leitura de um outro tão bom quanto o anterior.
Tudo começou com "O Morro dos Ventos Uivantes", de Emily Bronte.Não tenho certeza, mas acredito que seu substituto tenha sido "A Casa dos Espíritos", de Isabel Allende.
Novamente nas férias, principalmente as de julho, enquanto meus primos preferiam as leituras policiais, eu, com forte tendência aos romances, mergulhava nas sagas do tipo "Pássaros Feridos, de Collen McCullough.
Um pouco mais crescida e bem antes de Tolkien, devorei tudo o que Marion Zimmer Bradley escreveu, começando pelas "Brumas de Avalon", passando por toda Darkover, Tróia e alguns menos importantes. Me encantei também com a obra de Nagib Mahfuz.
Foi nessa fase ainda que devorei quase tudo que Érico Veríssimo colocou no papel para depois entrar no universo de Jorge Amado e inclusive no de Zélia Gattai.
Na minha lista não faltaram os clássicos Machado de Assis, José de Alencar, José Lins do Rego, Aluísio Azevedo e o Eça de Queiroz. Gosto muito das biografias escritas por Fernando Morais.
Nos últimos tempos me encantei com a escrita de Amos Oz, que conheci através da fábula "De repente nas profundezas do bosque". Arrisquei um do Neil Gaiman, Lugar Nenhum, e gostei.
Ainda quero ler "A Divina Comédia" de Dante.
Esta semana, aguardo ansiosamente a chegada, pelo correio, de "Ressurreição" de Tolstói.
Se eu tenho uma "cena final" inesquecível, marcante? Não, desde criança tenho por hábito parar umas páginas antes dos desfechos e ficar tentando desvendar os possíveis finais para cada livro que leio.
Sim, eu era aquela criança irritante, que ao final de uma leitura em sala de aula, levantava e mão e perguntava logo: - E se...
Postado por Carla Lopes
Em
18/5/2015 às 08h16
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