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Segunda-feira,
18/5/2015
Gênio
Expedito Aníbal de Castro
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Hoje li quatro textos dos novos blogueiros, como eu, que versavam sobre a leitura ou sobre o hábito de ler ou da dificuldade de ler. A leitura inebria, nos embala, nos faz conhecer terras distantes, pessoas diferentes. A leitura proporciona o saber, o conhecer, e, por isso mesmo, nos torna mais humanos, mais simples, mais humildes.
Harold Bloom, crítico literário norte-americano, escreveu, entre outras obras, o livro Gênio: são oitocentas e vinte e oito páginas de puro prazer. Texto leve, fácil, relaciona cem autores que, segundo ele não encerra, em absoluto, os "100 melhores", na avaliação de quem quer que seja, inclusive na minha. Apenas estes autores são aqueles sobre os quais desejei escrever.
Harold Bloom, a exemplo de Mário Vargas Llosa, ou o inverso, também combate a Civilização do Espetáculo e as instituições acadêmicas obsoletas, que, desde 1967, vêm cometendo um suicídio lento. O autor divide o livro em dez conjuntos, trazendo cada conjunto a denominação de um Sefirot (plural de Sefirah) cabalístico. Cada conjunto reúne dez gênios (escritores) segundo a explicação que ele oferece para a palavra gênio e sua própria concepção da mesma palavra.
Harold Bloom é, ao mesmo tempo, judeu — cabalista — e gnóstico. Ele entende que A Cabala é uma ciência especulativa que depende de linguagem extremamente figurada. Dentre as principais figurações ou metáforas da Cabala destacam-se os Sefirot, atributos a um só tempo, de Deus e de Adão Cadmo, ou Homem Divino, feito à imagem de Deus. Mais à frente ele diz: Proponho, para o entendimento de noção de gênio, uma definição simplificada de gnosticismo: trata-se de um conhecimento que liberta a mente criativa dos ditames da teologia, do historicismo e de qualquer divindade que se anteponha àquilo que existe de mais criativo no eu. Um Deus alienado do eu interior é um Deus Carrasco, conforme o chamou James Joyce, o Deus que gera a morte. O gnosticismo, como religião do gênio literário, repudia o Deus Carrasco.
O autor passa, então, aos conjuntos de gênios. O primeiro conjunto nos trás em primeiríssimo lugar William Shakespeare, para quem também dedicou uma outra obra sua: Shakespeare e a invenção do Humano , outro tijolaço mais hermético que Gênio. Como me afeiçoei aos escritores russos, fiquei um tanto triste pois no primeiro conjunto ele aborda Tolstoi, no terceiro, Anton Tchekhov e, somente no último, Dostoiévski (meu preferido) únicos autores russos mencionados.
Além das duas obras já citadas, merecem ser lidas: Onde encontrar a sabedoria e Cânone Ocidental.
Postado por Expedito Aníbal de Castro
Em
18/5/2015 às 16h59
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