BLOGS
>>> Posts
Domingo,
31/5/2015
A cultura como terapia e resgate da cidadania
Sonia Regina Rocha Rodrigues
+ de 800 Acessos
Do grego vem a palavra 'catarse', que quer dizer purificação.
A arte é uma forma de catarse, em todas as suas manifestações: literatura, teatro, música, canto, dança, pitura etc. E toda catarse tem um aspecto terapêutico.
Para o artista, a arte é uma forma de liberação emocional, sendo a criação uma forma elaborada e complexa de transformar o sofrimento em beleza, o objeto artistíco sendo a forma de comunicação do mundo interno do artista. Em alguns casos extremos, a solução final: comunicar-se ou enlouquecer.
Também para o espectador, que se projeta na obra admirada, a catarse acontece. E a emoção do esportista, e do torcedor, também são poderosas formas de catarse. Na emoção do momento, protegido pelo simbolismo cultural, pode o indivíduo soltar as emoções represadas em seu cotidiano. Exemplo impressionante de catarse popular aconteceu quando do falecimento de Airton Senna. Todas aquelas lágrimas, seguramente eram mais do que a tristeza pela perda do ídolo. O símbolo culutal tem esta plasticidade de prestar-se a diversas interpretações em vários níveis de complexidade psicológica.
No caso específico da saúde, podemos observar pela época da aposentadoria a eclosão de diversas doenças, com destaque para as depressões, decorrentes do sentimento de inutilidade e pela percepção da proximidade da morte. Também as lutas sociais pelo poder, as frustraçõe e, as desilusões geram toda sorte de sofrimento moral e físico.
É quando FAZER arte pode consolar aquele que não pode TER e levá-lo ao equilíbrio psíquico por SER alguém.
Grupos que se reúnem por um interesse cultural comum e permitem-se CRIAR obtém excelentes resultados. Ao fazer versos, cantar, pintar, representar, o indivíduo percebe aptidões inexploradas, e, entretido na atividade catártica, abvandona o mau-humor, a depressão, esquece as dores, supera limitações e por vezes descobre talentos adormecidos.
A corrida atrás do dinheiro, a luta pela sobrevivência embota aos poucos a sensibilidade. É na aposentadoria que muitos se permitem liberar , ou descobrem pela primeira vez, a criatividade pelo prazer, desvinculada de qualquer vínculo prático ou monetário, e, como a criança, que vive intensamente o presente, o indivíduo recupera o amor pela vida, ingrediente principal da saúde.
A CULTURA COMO RESGATE DA CIDADANIA
Pelo exposto acima, concluímos que a cultura, em todos os seus aspectos, artísticos ou outros, tanto de criação, quanto de admiração e divulgação, tem como resultado fortalecer a identidade pessoal e social do indivíduo, bem como de integrá-lo em sua família e em sua comunidade, fornecendo-lhe, através do bem estar mental e social, condições de bem estar no mundo, ou seja, de saúde, em latu sensu.
O indicíduo comprometido com a cultura é feliz, portanto, pois sua vida adquire um significado útil.
Este é — ou deveria ser — o objetivo da sociedade humana: o bem estar do grupo alicerçada na felicidade de cada um.
Postado por Sonia Regina Rocha Rodrigues
Em
31/5/2015 às 13h45
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|