Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 3 | Blog de Claudio Spiguel

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Sábado, 6/6/2015
Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 3
Claudio Spiguel
+ de 2000 Acessos

Parte 3! Não vou gastar muito o verbo aqui sumarizando as Partes 1 e 2. Se você, leitor, está pegando o bonde andando e não as leu, vá ao rodapé deste texto e clique em Mais Claudio Spiguel e lá estarão os links para as Partes 1 e 2. Boa leitura!

Antes de retomarmos nossa jornada através das décadas, cabem alguns comentários historicamente relevantes sobre o computador mainframe do Instituto de Física da USP, e o seu uso:
1) Não havia (no Brasil) ainda o conceito de rede; o computador mainframe era uma máquina estanque, ou seja, não se comunicava com nenhum outro computador. Tudo acontecia dentro dela, da entrada de dados e dos comandos que diziam o que fazer com os dados (os tais cartões perfurados) à saída e impressão dos resultados em papel contínuo (aquele formulário ladeado por duas fitas picotadas com furinhos em intervalos constantes, os quais sincronizavam com engrenagens que assim moviam o papel para frente na impressora), E SÓ!! O que acontece hoje através da Internet não era mais do que um sonho, um objetivo de pesquisas avançadas, por muitos descartada como ficção científica.
2) Cabe então a questão: por que toda essa excitação para usar o computador? Em outras palavras, por que uma instituição faria o investimento considerável para adquirir a máquina, e qual o atrativo para usá-la?

Em poucas palavras, era algo chamado de capacidade de processamento, uma combinação de quantidade de instruções (o que fazer com os dados) com o tempo para executar cada instrução, ambos infinitamente superiores à capacidade comparável do cérebro humano. Para vocês terem uma ideia, uma medida comum dessa capacidade naquela época era o MIPS - MILHÕES de Instruções POR SEGUNDO!! O computador mainframe do Instituto de Física da USP era um IBM 360-44PS, e operava com uma capacidade da ordem de UM MIPS. Ou seja, para fazer o que a máquina fazia em um segundo, um de nós levaria anos e anos a fio.

A foto acima mostra uma instalação típica de uma mainframe IBM 360, e deixa transparecer claramente o descrito na Parte 2 quanto à sua magnitude, o espaço enorme e amplo necessário, controle rígido de temperatura e humidade através de ar condicionado (saída visível no teto), um bando de unidades volumosas incluindo:
1) a Central de Processamento e memória transiente (visível à esquerda do operador no centro da foto sentado em frente ao console tipo teletype);
2) a leitora de cartões perfurados (visível à frente do operador) que lia programas (conjunto de instruções e dados) que ocupavam TODA a máquina, um por vez;
3) unidades de memória permanente como fitas magnéticas (visíveis ao fundo com uma assistente de operação para montar e desmontar as fitas conforme requerido pelas instruções sendo processadas), e discos rígidos (visíveis à direita do operador), e
4) as impressoras do papel formulário contínuo que não aparecem na foto.
Tudo isso dissipando uma quantidade enorme de calor pela sala, e como não havia na época conexões sem fio, tudo interligado por um emaranhado interminável de cabos estendidos sob um piso falso montado sobre o piso real de TODO o espaço!

Por isso, o tempo de uso do computador era extremamente valioso, pois em pouco tempo (digamos, 15 minutos), ele prestava um serviço enorme, e somente um usuário por vez (um programa por vez) podia usá-lo. Dado o grande investimento para instalá-lo e operá-lo, e a enormidade e a exclusividade do serviço prestado, o minuto de uso comandava um custo altíssimo, viável também, regra geral, apenas a instituições, e não a indivíduos. No nosso caso, a Escola Politécnica contratava um certo tempo de uso do computador (horas), uma pequena parte do qual (minutos) era usado pelo Departamento de Engenharia Naval (nós), em um ou dois dias específicos da semana. Havia, portanto, uma preocupação muito grande em usar aqueles minutos da maneira mais efetiva possível, sem muita tolerância para erros nos dados ou nas instruções para o que fazer com os dados, desde que a próxima oportunidade para uso só viria depois de alguns DIAS, ou SEMANAS, dependendo da demanda. Isso além do desperdício de recursos: o computador em si, e o alto custo do uso.

Comparem isso com o uso que você, leitor, faz hoje de máquinas muito mais poderosas que aquela do Instituto de Física da USP em 1971, como esse laptop, ou computador pessoal, que fica no seu escritório, ou na sua sala de visita, ou no seu quarto, que você pode usar quando bem entender, e sem muita preocupação de desperdício de recursos além do seu próprio tempo em ter de reparar erros e repetir comandos uma vez corrigidos. Admito que o tipo de uso que estamos comparando é diferente, mas isso também faz parte dessa evolução tecnológica que estamos acompanhando ao longo dos últimos 70 anos, algo que tem a ver com a digitização das transmissões analógicas, mencionada na Parte 1 desta série, a qual viabilizou o uso do computador como veículo de comunicação, além de ser uma simples calculadora gigante, rapidíssima, e caríssima.

Isto me lembra que há outra característica relevante para expor a vocês antes de seguirmos viagem no tempo... a comunicação entre o homem e a máquina. Nos idos de 1971 no Brasil, lembrem-se, acessávamos essa tal calculadora estanque gigante, rapidíssima, e caríssima, portanto nada mais justo que o fizéssemos apenas para cálculos científicos e/ou administrativos complicados. A linguagem, então, que regia os tais cartões perfurados com os quais passávamos para a máquina os dados a serem manipulados e as instruções do que fazer com eles tinha a ver com a tradução de fórmulas matemáticas e lógicas. Condizentemente, a linguagem rígida (tolerância ZERO para erros) usada na perfuração dos cartões era chamada FORTRAN (FORmula TRANslator - TRAdutor de FÓRmulas). Anos mais tarde, na Universidade de Michigan nos Estados Unidos, eu voltei ainda mais no tempo, como veremos, na história da comunicação entre o homem e a máquina. Mas comparem tudo isso ao teclado, e ao mouse do seu computador de hoje, e a sua comunicação com a máquina praticamente na sua linguajem do dia-a-dia.

Mas tudo a seu tempo... parece que só retomaremos a viagem propriamente dita na Parte 4. Digo isso porque é necessário deixá-los com mais alguns pensamentos de pano de fundo, para podermos continuar "viajando" juntos. Pensem no contexto do descrito nesta Parte 3: a diferença MONUMENTAL de capacidade de tradução de fórmulas e manipulação de dígitos entre o computador mainframe e o cérebro humano. Ainda que fôssemos extremamente cuidadosos, fica claro que a capacidade da máquina era subutilizada. A evolução se deu no sentido de, primeiro, melhor utilizá-la, dividindo toda aquela capacidade extra no sentido de torná-la acessível a vários usuários humanos ao mesmo tempo. E segundo, mais tarde, conectá-la a outras máquinas de modo a ampliar o seu alcance, e a riqueza de dados e informações disponíveis, e garantir a disponibilidade do serviço a ser prestado, evitando que "todos os ovos fossem colocados na mesma cesta" (máquina estanque). Seguimos viagem na Parte 4...


Postado por Claudio Spiguel
Em 6/6/2015 à 00h48

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