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Terça-feira,
9/6/2015
Solidão é um pós-ritual africano com uma leoa
Aden Leonardo Camargos
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Imagem: L'Âme du monde
Dormiu como quem espera passar. A vida ir e dormir.
Disse placas e avessos. Ela não quis conserto, seus gritos por excesso de uso, precisaram ficar em lamentos.
Confundo morte com tristeza. Sei que não sou a mesma. Tem uma velha chamada senhora querendo sentar.
Sobraram uns sonhos avoados batendo na janela da existência. Expectativa é subir escalando montanha de neve sozinha. Gelada, alta e te consumindo pelo medo de falar. Frio é o medo de falar. Medo das avalanches. O que causa avalanche? Um agudo, um grave? A última gota de som? Uma impaciência pousada feito mosca, inquieta.
Venta demais quando a gente espera. Tão as mesmas esperas que quase esqueço o que faço. Um cinza estranho engole a gente.
A solidão é um pós-ritual africano dormindo de mãos dadas com a leoa. Caçadora. Acorda faminta. Todas as feras chegam ao fim, à exaustão. Seus olhos não mentem.
Sabe, eu subi no alto das pedras. Achei-me tão feroz! Desenhei minha vida para você. Entreguei uns bilhetes emaranhados, tal qual fiozinhos de uvas que nascem. Fiz um caminho para percorrer todo seu cabelo, de cajado deitar no seu peito, marquei o peregrinar de desejo. Existe um vazio feliz em nada querer. É tão mínimo te ver. Um pouco nada igual diferente.
A realidade é um monstro. Engole às vezes meu abismo interno. Não há de ser nada. Ventava muito ontem e eu pesava a importância das avalanches. Criando definições. Foi um dia lindo.
Fiquei brigando de realidade, cansada, combinei um pacto de dois fatos: um fundamental, outro bem exato. Eu que detesto cálculos, pude ver: borboleta nunca voa em linha reta. Pulei de onde nunca existi. Te espero sempre desse lado, é uma travessia e tanto... vem logo, andar comigo?
Postado por Aden Leonardo Camargos
Em
9/6/2015 às 05h37
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