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Domingo,
28/6/2015
Sinopse do livro A Dieta da Mente.
Sonia Regina Rocha Rodrigues
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O neurologista David Perlmutter especializou-se também em nutrição, empenhado em esclarecer suas observações sobre doença de Parkinson, mal de Alzheimer, DDAH, depressão e outros distúrbios cuja incidência ele percebeu aumentar do modo inesperado entre sua clientela. O diferencial deste livro é a grande bibliografia: dezenas de trabalhos recentes, pouco divulgados entre leigos, realizados por pesquisadores em centros universitários e instituições de pesquisa ao redor do mundo, incluindo o famoso Estudo para o Coração de Framingham. Fornece datas, nomes, endereços, publicações e sites. Maior credibilidade impossível.
O normal do ser humano é morrer de velhice, não de doença. Desde Hipócrates, que sugeria que seu remédio seja um alimento, a relação entre saúde e estilo de vida é conhecida.
É fato conhecido no meio médico ser a alimentação um poderoso modulador epigenético: um fator que regula a expressão de nossos genes, e pode mesmo modificar o nosso DNA. Nossos genes determinam a forma como processamos os alimentos e também a forma como reagimos a alimentos que ingerimos, o que inclui, nos dias atuais, substâncias para as quais não fomos programados geneticamente.
Até um século atrás a alimentação humana era rica em gordura, pobre em carboidratos e retirada da natureza; hoje é rico em açúcar e coisas químicas ou processadas e pobre em gorduras.
Há dez mil anos nossos antepassados começaram a cultivar o trigo. Hoje começamos a entender as conseqüências danosas do consumo de um trigo geneticamente modificado, bem diferente do consumido por nossas ancestrais. A doença celíaca foi descrita já no século I d.C. por Areteu da Capadócia, médico que relacionava a doença a anomalias neurológicas, tais como dores de cabeça, vertigens, paralisias e epilepsia.
A doença celíaca é causada por alergia a uma proteína chamada glúten, presente no trigo e em outros grãos, conhecida na forma clássica por causar diarréia.
Os grãos atuais de trigo contem uma quantidade de glúten muito maior que as cepas selvagens. Ora, o glúten (cola, em grego)é uma exorfina, que adere aos receptores cerebrais de morfina produzindo bem estar. Em palavras simples: quanto mas se come, mais se deseja comer. (fato bem conhecido e explorado pela indústria de alimentos) É interesse da indústria de alimentos manter as pessoas viciadas em seus produtos, como é do interesse da indústria farmacêutica ativar, na outra ponta, o consumo de medicamentos para emagrecer (!) e curar toda sorte de doenças provocadas pelo obesidade.
Loucura? Ou a equação da ganância lhe soa familiar?
Quem controla a propaganda é quem tem poder econômico, e o autor não é gentil com essa gente sem ética. Escusos interesses políticos e econômicos incentivam uma abordagem de saúde voltada para a doença, onde médicos desempenham o papel de meros fornecedores de pílulas.
O livro inteiro pode ser resumido em sua frase: NOSSA ALIMENTAÇÃO ESTÁ NOS TORNANDO DOENTES.
A boa notícia é: a escolha é nossa. Nossas escolhas alimentares podem controlar processos inflamatórios provocados pelo glúten e pelo açúcar, ao mudar, na prática, a expressão de nossos genes.
Um numero cada vez maior de pesquisas confirma o elo entre sensibilidade ao glúten e disfunção neurológica. A correlação é estreita, já que 40% é sensível ao glúten, e, dentre esses, 50% é também desenvolve intolerância à lactose, o açúcar do leite. O homem não foi geneticamente programado para consumir açúcar, a não ser em pequenas quantidades, no período do ano em que houvesse frutas; nosso fígado fabrica a glicose da qual necessitamos mesmo com ingestão zero de carboidratos.
A partir de 2005 surgiram os primeiros estudos que descrevem o mal de Alzheimer como diabetes tipo 3. Nesta parte, o autor descreve minuciosamente em termos leigos o metabolismo paralelo de carboidratos e gorduras.
Ao invés de remédios, o autor sugere alimentação correta. Alimentos naturais ativam os poderosos processos antioxidantes do corpo. Insiste em três frentes: exercícios, dieta e sono.
A obesidade é hoje um fator de risco bem documentado na gênese de problemas cerebrais. O triste fato a constatar é que milhões de pessoas sofrem desnecessariamente de condições que poderiam ter sido evitadas.
O Dr. George Mann, pesquisador do Estudo do Coração de Framingham, iniciado em 1948, afirma:
A hipótese da dieta cardíaca que sugere uma elevada ingestão de colesterol provoca problemas cardíacos mostrou-se diversas vezes falha. O público está sendo enganado pela maior fraude sanitária do século.
O colesterol alto está associado a melhor memória e a decréscimo no risco de mal de Parkinson. Em contrapartida níveis baixos de LDL colesterol eleva a 350% a chance de aparecimento de Parkinson.
A mídia difunde a idéia de que o homem necessita de uma dieta muito pobre em gorduras e a população fica mesmerizada com esta manipulação. A verdade é que apenas a gordura trans é tóxica. (a gordura trans não existe na natureza, é artificial)
O uso de gorduras boas, entre elas o colesterol, é benéfico. Nosso cérebro concentra 25% do colesterol total do corpo, pois ele é o componente das membranas que envolvem as células cerebrais. O colesterol também é precursor do hormônio tireoidiano e é necessário para a síntese de vitamina D.
A hipótese lipídica dominou os círculos cardiovasculares durante décadas, apesar de estudos contraditórios excederem os estudos que lhe deram apoio, estudos esses que desconsideraram populações que não se encaixavam na hipótese, como a japonesa, finlandesa e mediterrânea. (sim, houve manipulação de dados, e o autor fornece o detalhe perturbador de que a gordura assassina do estudo inicial era a gordura trans!)
Das gorduras boas, cite-se o óleo de coco, eficiente na prevenção e tratamento do mal de Alzheimer, na dose de uma colher de sopa por dia. Gorduras boas insaturadas são encontradas nas nozes, azeitonas e abacates.
Em contrapartida, um efeito conhecido das estatinas é a disfunção de memória. É grande a lista de efeitos colaterais associados ao uso de estatinas.
As doenças que se observam hoje são provocadas em grande parte por nosso estilo de vida em desarmonia com nossa predisposição genética.
Após detalhar as pesquisas mais recentes sobre o metabolismo do corpo, em especial do cérebro, o Dr. David Perlmutter enumera os principais sintomas da sensibilidade ao glúten e da resistência à insulina. A seguir, recomenda um programa de exercícios aeróbios, sonos saudável e introduz, passo a passo, uma dieta saudável, reconhecendo a dificuldade que as pessoas encontram para alterar hábitos pessoais.
A supervisão médica é importante, pois há exames a serem realizados antes da mudança no estilo de vida.
A ultima parte do livro apresenta receitas balanceadas com o uso de gorduras do bem e suplementos alimentares.
O melhor desta dieta é o fato de ser auto-regulável. Não se preocupe em controlar a quantidade das porções, em contar calorias ou limitar gorduras. Sua meta será a de reduzir ao mínimo a ingestão de carboidratos.
Prevenir é melhor que sofrer, já que boa saúde física e mental garante uma velhice produtiva, compartilhando alegrias com seus entes queridos.
Postado por Sonia Regina Rocha Rodrigues
Em
28/6/2015 às 20h26
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