|
BLOGS
>>> Posts
Quarta-feira,
15/7/2015
Troca de identidade
sonia maria de araujo sobrinho
+ de 3400 Acessos
Tenho o hábito de guardar artigos antigos que li e gostei e isso reforça meu entendimento a cada leitura que faço. Remexendo nesse baú, encontrei o texto "O Melhor amor" escrito por Affonso Romano de Santanna.
Fazendo a releitura dessa crônica, percebi como o assunto tratado é atual e entendido agora em formato expandido vai além do amor entre casais e casa também direitinho no que se refere ao amor entre amigos. Um amor que também dá trabalho, e muito.
O escritor fala que se existe um melhor amor, deve existir também o pior amor. Cita exemplos de pessoas que murcharam, se humilharam numa relação e que não conseguiram se agarrar a um galho, corda ou não tiveram coragem suficiente para gritar por um pedido de socorro a tempo de evitar a anulação de si mesmo.
Segundo ele, o melhor amor é aquele que desperta em nós os nossos melhores sentimentos e para mim, numa amizade não é diferente. Temos que ter atitudes que nos façam crescer, pois no meio de um belo caminho pode haver a tentativa de troca de identidade. O parecer com você meu amigo, nossa sintonia é tão grande que confundo minha vida com a sua.
Podemos dedicar tanto de nossa individualidade a um amigo, exaltar tanto as qualidades dele que corremos o risco de esquecermos as nossas. Na hora de chorar, choro contigo e confundo, troco tudo pensando que é na minha vida que está acontecendo determinado fato e não na sua.
A diversificação em nosso grupo de amizades, distribuindo equitativamente nossa atenção e vivência, torna a relação sadia, ampla e contribui para que ninguém adoeça.
Não conseguir dizer a um amigo 'isso eu não quero' ou 'não posso' é tão difícil quanto deixar de curtir uma informação colocada em uma rede social. Vira obrigação aceitar, consentir, compartilhar sem questionar, apenas para fazer o outro feliz, mesmo que momentaneamente.
Só que chega uma hora em que é preciso dar um basta. Assumo com grandeza a sua libertação, torço por ela. Não faço mais vista grossa a uma atitude inconsequente só para te segurar ao meu lado. Olho para você sem culpa, será que acertos justificam erros? Parece até matemática, tipo de cálculo que não fecha.
Novas construções, caminhos diferentes, é história agora que nos pertence.
Postado por sonia maria de araujo sobrinho
Em
15/7/2015 às 16h56
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|