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Terça-feira,
25/8/2015
No caso de a Dilma sair, quem assume?
Julio Daio Borges
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Escrevi um texto pedindo para a Dilma sair e me responderam com a objeção do momento:
"Mas se a Dilma sair... quem entra no lugar dela?"
Em primeiro lugar, o fato de ela *ter de sair* não tem nada a ver com *quem vai entrar*.
Quando estourou o escândalo da Fifa, o mundo inteiro concordou que Joseph Blatter tinha de sair. Ninguém ficou perguntando: "Mas se ele sair, quem vem depois?". Ele *tinha* de sair, ponto.
Assim como José Maria Marin foi "saído" da CBF. Quando foram prendê-lo, ninguém disse: "Ah, mas não o prendam, por que *quem* vai entrar no lugar dele?"
Fora que quando Collor sofreu o impeachment ninguém usou esse tipo argumento... ("Não tirem o Collor, por que *quem* vai assumir?")
Depois: se a Dilma renunciar ou se o impeachment acontecer - por crime de responsabilidade - quem assume, pela lei, é o Temer.
E muito me surpreende que os eleitores da Dilma - que votaram no Temer - agora lancem esse tipo de dúvida no ar: "Ah, mas *quem* vai assumir?"
Ora, vocês não votaram no Temer para vice? Não viram que ele era do PMDB? Agora vocês não querem o PMDB? Não tem jeito, vocês votaram *tambem* nele...
Caso Dilma não renuncie, e caso o impeachment não aconteça, pode haver a cassação da chapa pelo TSE. Pois existem fortes suspeitas de que algumas das contas de campanha foram pagas com dinheiro de corrupção...
Nesse caso, existe a hipótese de que o segundo colocado assuma, como ocorreu no Maranhão, quando Roseana Sarney assumiu - mas acho bem difícil...
O mais provável - nesse caso - é que sejam convocadas novas eleições.
E, se forem convocadas, eu - ainda assim - não entendo o medo dos eleitores da Dilma. No caso de novas eleições, todos podem concorrer, inclusive o PT! E vence quem tiver mais votos. O que pode haver de temeroso nisso?
O medo existe - eu sei - caso Eduardo Cunha assuma por trinta dias (até as eleições ocorrerem). Caso a chapa seja cassada e Temer, igualmente, tenha de sair... (Cunha, como presidente da Câmara, é o terceiro na linha sucessória.)
Eu deixei essa hipótese por último porque ela é, realmente, a *última* hipótese. Existe uma chance remota de chegarmos aqui...
Mas mesmo que a gente chegue: vocês não aguentam trinta dias de Cunha para que o Brasil não aguente mais *três anos* de Dilma?
Quer dizer: o sacrifico de aguentar o Cunha por um mês não compensa o alívio de *não ter* de aguentar a Dilma por mais três anos?
O "medo" de *quem vai assumir* não pode servir de justificativa para manter a Dilma...
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
25/8/2015 às 11h42
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