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Quinta-feira,
27/8/2015
Duas crises: a nossa e a deles
Julio Daio Borges
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Crise, quem já não teve a sua?
A externa, que vem de fora para dentro. E a interna, que vem de dentro para fora. Sendo que uma crise externa pode precipitar, exacerbar ou desnudar uma crise interna.
Para resolver uma crise, primeiro é preciso reconhecê-la. Depois, é preciso saber onde se quer chegar. E, em terceiro, é preciso executar o plano até lá.
Infelizmente, a nossa presidente não deu nem o primeiro passo direito.
Dilma não reconheceu a crise em toda a sua extensão. Por enquanto, apenas reconheceu que "não percebeu" a crise, ou a sua gravidade, há um ano. Não é suficiente para começar o processo...
Se quisesse mesmo resolver, Dilma procuraria saber o que está acontecendo de verdade. E ela não quer saber. Como é notório, evita as notícias "diuturna e noturnamente". E só é informada por um grupo que também não sabe como resolver.
Entre seus "homens de confiança" está Aloízio Mercadante, o "economista" do PT que disse, em 1994, que o Plano Real não daria certo. Como alguém capaz de uma avaliação tão equivocada, lá atrás, pode contribuir para um ajuste econômico neste momento?
Além de não terem como avaliar o que está acontecendo, essa gente não sabe onde quer chegar. Não tem um plano para o País. Seu único "plano" é se manter no poder. O único plano do governo Dilma, como já se disse, é "não cair".
E mesmo que tivessem um plano, para o Brasil, eles não saberiam como implementar. Além de ruins em planejamento, eles são ruins de execução. E, mais uma vez, péssimos em avaliação.
Não acredito, para completar, que tenha sido uma jogada de marketing "admitir" a crise agora. Ocorre que surge uma crise externa, de verdade, no horizonte. E não daria mais para mentir sobre o cenário externo: afirmando que a crise interna é resultado da crise externa... de 2008!
Dilma não é nada sincera. Nem honesta. Mentiu deslavadamente na campanha - e vai continuar mentindo, ou omitindo, o quanto puder. (Como FHC pode achar uma pessoa assim "honrada", eu não sei.)
Na melhor tradição bolivariana - o "socialismo do século XXI" -, este governo vai negar a realidade até o final. Basta olhar em volta. Inúmeros são os vídeos, na internet, sobre a situação na Venezuela. Falta comida, o dinheiro virou guardanapo de papel, a oposição é calada à força - mas o governo da Venezuela diz que está "tudo bem"...
Na Argentina, o promotor que investigava Cristina Kirchner foi "suicidado" (seria algo como "suicidar" o juiz Sérgio Moro). E na Bolívia, o presidente não consegue nem amarrar os próprios sapatos (mas ameaça invadir o Brasil com o seu pessoal)...
Esperar que essas pessoas reconheçam seus próprios erros? Voltem atrás? Corrijam sua rota? Alguém, realmente, espera isso deles?
Não à toa, Elio Gaspari evocou, recentemente, o bunker de Hitler. (Se fosse outro jornalista, seria, no mínimo, acusado de nazista...)
O fato é que Hitler negou a realidade enquanto pôde. E só quando os russos invadiram Berlim, e a segurança do bunker estava ameaçada, resolveu meter uma bala na cabeça. Não sem antes envenenar seu cachorro e sua amante, Eva Braun.
Chegamos a um ponto da nossa democracia em que evocar Hitler, e sua loucura que destruiu a Alemanha, não é exagero. Um dos maiores jornalistas do País faz isso, num dos maiores jornais, à luz do dia...
Crise, para essa gente, é perder o poder. E eles preferem *morrer* a perder o poder.
Para a nossa desgraça, contudo, vão lutar por ele. E teremos de estar preparados para combatê-los...
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
27/8/2015 às 10h28
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