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Sábado,
29/8/2015
A grandiosa máquina em busca do êxito
Valdeck Almeida de Jesus
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Valdeck Almeida, Maria Prado de Oliveira, Jorge Montenegro Ballesteros e Luiz Menezes
"O cerebro, a tocha no escuro e cego caminho do desenvolvimento humano".
Jorge Montenegro Ballesteros
A atualidade está regida por diversas barreiras para o desenvolvimento humano, barreiras estas que testam a capacidade dos estudantes, profissionais e da comunidade em geral de resistir, ultrapassar e vencer esses obstáculos. Tudo se concentra no conceito errático e diversificado de "competência". Porém, o que é necessário para superar os desafios?
O cérebro é a máquina mais complexa e difícil de ser decifrada. Ao longo da história, desde milhões de anos, apresenta uma evolução lenta mas significativa no seu tamanho, desde o Australopiteco, com 400cm³ aproximadamente, passando pelo Homo Erectus com 1000cm³ e chegando à atual configuração com mais ou menos 1500cm³. Para manter o cérebro em contínuo funcionamento, e explorar todo o seu potencial, deve-se fazer uso da arte da leitura e da escrita, como bem disse o escritor espanhol Emili Teixidor: "A leitura é o único instrumento que o cérebro tem para progredir, nos dá o alimento que faz o cérebro viver" (tradução livre).
A leitura e a escrita cumprem um papel fundamental para o desenvolvimento nosso como pessoas, tanto intelectual como fisicamente, e fazem com que o cérebro adquira maior e melhor capacidade de autodesenvolvimento; leitura e escrita são o lubrificante das engrenagens do seu complexo mecanismo. Ler influencia sensivelmente as reações do cérebro; ativa e promove o hemisfério esquerdo, encarregado de distintas habilidades tais como a linguística - linguagem crítica, razão, capacidade para os números e a fala; incremento da rede neuronal e massa cinzenta.
A capacidade de ler implica o uso de redes corticais, iniciando um processo através da estimulação visual, determinada pelo que estamos lendo; interconectando-se com a zona de acesso ao significado, a qual nos determina o conceito e a série de caracteres que estão passando por nossas vistas e, finalmente, à zona de articulação, onde se cria cadeias de palavras com significado coerente. As redes corticais são emolduradas em duas áreas fundamentais no processo da leitura e escrita, a área motriz da linguagem de "Broca" e a área sensorial de linguagem de "Wernick".
"A capacidade leitora modifica o cérebro", afirma o neurologista Stanislas Dehaene, catedrático de Psicologia Cognitiva Experimental do Collège de France, em seu livro "Os neurônios da leitura" (Odile Jacob).
Segundo a escola Latino-americana de Educação, ler e escrever trazem consequências implícitas. O estimulo à leitura ativa o cérebro e permite um aumento do número de palavras lidas por minuto; amplia a capacidade de uma escrita mais coerente, avançada; amplia a competência para compreender conceitos, podendo, assim, construir encadeamento de palavras cada vez mais complexas e coerentes. Ao falar de leitura e escrita deve-se ter em mente o profundo conceito totalizador, como a meta-cognição, definida como a regulação de nossos próprios processos mentais, propiciando a meta-leitura, interação direta do "saber ler" e "o conhecimento sobre a leitura".
Ler e escrever é um trabalho difícil e ainda mais árduo quando se pretende realizá-lo perfeito. Assim, se pretende aqui um pensamento crítico destinado a qualquer tipo de leitura: no momento da leitura se deve ser versátil e estar disposto a qualquer tipo de texto, sem importar seu gênero, seu autor etc, como bem afirmou Emili Teixidor: "estar mais disposto a abrir-se a outras vidas".
"Temos que ler com intensidade, lentamente, com cuidado, vivendo a vida das palavras", disse Gabilondo, jornalista espanhol.
O exercício da leitura e da escrita facilitam tudo a que se refere a um desenvolvimento integral do ser humano, fazendo com que este seja mais capaz de enfrentar qualquer fenômeno social, ético, moral ou filosófico; propicia o poder da palavra, do convencimento e da boa expressão em um determinado público, tal qual disse Cicerón, "falar não se aprende falando, mas lendo".
"Na vida é necessário ler para educar-se, e além disso, é encontrar o prazer em educar-se" (O desafio da leitura, José Morais).
E todo este complexo de características se refletem em êxito, seja como estudante universitário ou como profissional, como afirma um estudo realizado pela universidade de Orxford, o qual assegura que o sujeito que lê bem, e lê o que gosta, terá maior habilidade como empreendedor, o torna capaz de superar cada obstáculo que a vida lhe apresente. "O leitor e escritor sem sensibilidade literária só se interessa pelos atos, porque só é capaz de fazer assim" (A experiência de ler, como lê um mal leitor", Clive Stapes Lewis, 2000).
Agradecimentos - Agradeço em especial à professora Magnolia Ramírez, da disciplina Compreensão de Textos, da Faculdade de Engenharia da Universidade Distrital Francisco José de Caldas, por sua colaboração, guia e tutoria no meu processo de aprendizagem; e a Valdeck Almeida de Jesus pela gentileza da leitura atenta, tradução e publicação deste artigo apresentado durante o Parlamento Jovem, no XIII Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia, de 12 a 15 de agosto de 2015, em Cartagena das Índias, Colômbia.
Jorge Fernando Montenegro Ballesteros, 17 anos, estuda engenharia industrial, terceiro semestre, na Universidad Distrital Francisco Jose de Caldas, em Bogotá; escrive textos de caráter científico, ensaios e algo de crítica literária. Agora, está se apaixonando pelo mundo da poesia.
Postado por Valdeck Almeida de Jesus
Em
29/8/2015 às 12h39
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