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Terça-feira,
8/9/2015
A vida real é mais fascinante que a ficção
Sonia Regina Rocha Rodrigues
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Sinopse do livro
A bibliotecária de Asuchwitz
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Antonio G. Iturbe
A vitória é dos que persistem na boa luta.
Há muitos fatos interessantes neste livro, como as pessoas livro — pessoas que memorizavam um livro e todos os dias contavam e recontavam a mesma história, para que o texto não se perdesse. E o recurso ousado utilizado por um alemão para retirar um judeu do campo, levando em sua mochila um uniforme extra e saindo os dois uniformizados, o judeu junto com ele. em seu horário normal de deixar o posto, bem à vista dos sentinelas habituais, que nem deram pelo estratagema.
Por que as histórias de campos de concentração nos fascinam tanto? Eu, pelo menos, fico grudada ao livro e não consigo largar, por piores que sejam as situações ali descritas, torcendo pelos personagens do bem.
E me dou conta de que, para mim, pelo menos para mim, os campos de concentração são uma metáfora de minha realidade, na qual estou presa contra minha escolha. E os nazistas são todas as pessoas más que destroem este planeta que tem tudo para ser um paraíso, os corruptos, os gananciosos, os criminosos, os maus profissionais e políticos corruptos, que se apropriam do uqe deveria ser o bem comum. Se acreditarmos na mídia, parece que os maus-caracteres estão com a bola da vez.
Sim, "este é um mundo horrível", como disse Saramago, e é consolador ler um livro histórico e verificar que a vitória está com os que resistem, com os que conseguem rir apesar de todo absurdo, focar na beleza apesar de toda crueldade, e recusar-se a odiar, pois, como diz um dos personagens do livro, o professor Morgenstern, se nos permitirmos odiar, "eles" terão vencido a guerra, ao nos transformar em um ser moralmente deformado. Manter a sanidade mental e com ela a alegria, em meio ao horror, eis o desafio.
Baseado na vida real de Edita Polachova e seu incrível mentor Fredy Hirsch, que acreditava que alimentar as almas era prioritário, e conseguiu manter o espírito vivo de crianças, jovens e idosos durante anos, em Auschwitz, com o uso de livros vivos (aquelas pessoas de boa memória que decoravam livros), quadros-negros imaginários e uma biblioteca secreta, arriscando a própria vida para organizar uma escola no campo, alimentando a esperança: um dia, quando sairmos daqui, precisamos estar preparados para reconstruir o mundo lá fora.
Atualmente não existe uma guerra tradicional, ela está mascarada: o esmagamento econômico, a hegemonia da mídia, todo um paradigma contra o qual nos defrontamos todos os dias, e que traz, para os mais ecológicos e menos materialistas, a sensação de maldade e sufoco.
Quanta coisa boa acontece e é tão dificilmente alardeada? Quanta tentativa de rebelião ao status quo é cerceada nos bastidores? Os movimentos em prol de justiça e contra corrupção em nosso país são um exemplo recente. (Alguém acredita que não existe censura no Facebook e em outras mídias sociais? Nos e-mails das intranets nas grandes corporações? Manipulação do meio jornalístico?) E um boicote ao trabalho de formiguinha dos milhares de simpatizantes da paz, em grupos de yoga, religiosos, grupos variados de apoio psicológico a todo tipo de problema?
Ao colocar-me no lugar da personagem, percebo que é assim que me sinto: um dia, quando toda essa maluquice que está aí passar, e a vida normal retornar ao planeta — porque esta insanidade destruidora simplesmente terá de parar - precisamos estar preparados para reconstruir a Terra, que o materialismo coloca em risco.
Postado por Sonia Regina Rocha Rodrigues
Em
8/9/2015 às 08h04
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