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Segunda-feira,
14/9/2015
As pessoas estão revoltadas
Julio Daio Borges
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Não sei se é a minha impressão, mas estou vendo a temperatura aumentar nas redes sociais. Mesmo com a perspectiva, cada vez mais iminente, de que o governo saia.
As pessoas estão, cada vez mais, sem paciência - e começam a descontar nos comentários e em cima de qualquer notícia, mesmo que boa.
Acho que as pessoas chegaram a um grau de inconformismo que o impeachment, só, não basta. Elas querem mais.
Eu entendo o sentimento. São tantos erros, são tantas notícias ruins, que a única saída parece ser: jogar tudo fora. "Passar tudo a limpo". Começar tudo "do zero". Ou algo assim.
Mas é difícil. Ainda mais em política.
Uma coisa que eu aprendi, acompanhando as notícias desde o ano passado, é que a impaciência não funciona. A não ser em regimes de exceção.
Eu sei que muitos gostariam de derrubar a Bastilha (ou Brasília), mas não é assim que as coisas funcionam - não, no Brasil.
E nem é preciso acompanhar política contemporânea, o dia a dia das notícias...
Apesar da tradição autoritária, de que o professor Marco Antonio Villa sempre lembra, e que permeou tantos regimes na História do Brasil, aqui foi o país em que a Independência foi nada mais, nada menos que... uma briga em família, entre pai e filho...
O mesmo pai que - na hora em que as coisas apertaram na Europa, com Napoleão fechando o cerco - veio "fugido" para o Brasil, e instalou a Corte aqui. E abriu os portos. Como se fosse um grande plano estratégico - mas não era...
O mesmo bisavô de uma princesa, que concedeu a libertação aos escravos... Onde já se viu "realeza" acabar com "privilégios"? Voluntariamente? Em que outro país você viu isso?
No mesmo Brasil onde, entre os que proclamaram a República, havia *monarquistas*... Onde o próprio Imperador abriu o caminho - porque era um homem de ideias, "avançado" para sua época, e estava se sentindo "fora de moda"...
Enfim, são só alguns exemplos, para lembrar que o País é cheio de contradições, desde a sua origem. "Não é um país sério", como naquela piada. E não vai obedecer à lógica - justo agora...
O impeachment já será um grande passo. Acreditem.
Se a Lava Jato chegar nos "chefes" do Mensalão e do Petrolão - como eu acho que já chegou - já terá sido outro grande passo. Basta pensar que nenhum presidente ou ex-presidente, no Brasil, foi investigado de fato...
O PT não precisa ter seu registro cassado. Já foi considerado uma "organização criminosa". Como sigla, está acabado. As eleições de 2016 vão mostrar... Cassação seria o ideal, mas ele já está "implodindo" sozinho...
Depois, não adianta querer tentar prender todos os outros políticos - de todos os outros partidos - "por decreto". As investigações vão continuar. As coisas vão continuar a acontecer. Eu não acho que o juiz Sérgio Moro vai se aposentar...
Eu sei, há toda a bagunça na economia: a inflação, o desemprego, a desvalorização do Real, o déficit, a "quebradeira", pública e privada - e alguém tem de pagar por isso...
Mas vale relembrar a primeira lição de Bill Gates - sim, Bill Gates - quando foi dar uma aula numa escola, nos Estados Unidos:
Primeira lição (repetindo): "A vida não é justa".
A vida *não é* justa. Escrevam isso na lousa. Anotem em seu espelho. Prendam um post-it...
E lidem com isso. Em outras palavras, conformem-se.
Se começarmos a arrumar a bagunça do Brasil, já será... um grande começo!
Não vamos resolver todos os problemas num passe de mágica. (Aliás, temos de fugir dos "magos" e das "magas"...)
Vamos nos focar no impeachment. O resto vem depois...
(E, por favor, não me xinguem...!)
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
14/9/2015 às 10h12
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