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Quinta-feira,
17/9/2015
Querem proibir as palavras
Julio Daio Borges
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Outro dia, escrevi, num texto, que o Mino Carta tinha ido "para o lado negro da força".
O que você entende por essa expressão?
"Lado negro da força" é uma expressão de Guerra nas Estrelas, originalmente a trilogia de George Lucas.
Designa o lado "mau" - o lado de Darth Vader, que, não por acaso, se vestia de preto.
E se contrapõe, obviamente, ao outro lado da força - ao lado "bom", de Luke Skywalker, o Jedi, que salva a galáxia.
Pois bem, teve gente me acusando de racismo.
Sim, racismo. Porque, lendo mal, me disseram que eu não deveria usar a expressão "lado negro".
Eu não usei a expressão "lado negro". Eu usei a expressão "lado negro da força". Que é uma expressão de Star Wars blablablá.
E houve gente que, mesmo eu justificando isso, ainda teve a cara de pau de me dizer que "isso era nos Estados Unidos". Que eu não deveria usar uma expressão norte-americana, para descrever a realidade brasileira. Porque lá o racismo era diferente...
O quê??? Essas pessoas estão falando sério? Ou é pra rir?
A oposição entre escuro e claro é milenar. Entre o obscuro e a luz... Está na Bíblia!
Jesus não era ariano - não que eu saiba -, mas todas as imagens que se tem dele é de muita claridade. Em oposição às trevas, de você-sabe-quem.
Agora: se alguém quer usar isso para se fazer de vítima - de perseguição racista - realmente, eu não tenho o quê argumentar com essa pessoa. Que ela lute contra toda a história da humanidade. E boa sorte.
O politicamente correto atingiu as raias do absurdo. Ao ponto de, daqui a pouco, começarem a proibir as palavras.
Não vai mais se poder usar "negro". Nem preto. Nem escuro. Nem qualquer coisa remotamente próxima.
Meus amigos, o universo já existia antes da humanidade e vai continuar existindo depois de nós. Não tenhamos a pretensão de ideologizar o que é anterior - e posterior - a nós.
Ontem - outro exemplo - eu escrevi sobre o Stephen Hawking... Qualquer pessoa sabe da importância dos "buracos negros" para sua teoria sobre a origem, e o fim, do universo.
A expressão, em inglês, é blackhole. Agora vocês vão dar uma de Malcolm X e perseguir o maior físico desde Einstein, para que ele mude a expressão "buraco negro" também?
Porque, para os negros, não é bom, vejam bem: o buraco negro, como o próprio nome já diz, é o fim do mundo! Ele suga tudo. Até a luz. Para depois explodir. E nascer como uma nova estrela. De luz...!
Como vamos fazer agora? Vamos proibir os próprios buracos negros - pois eles são escuros? E as estrelas, vamos proibir também - porque elas não claras, luminosas, quentes, brilham e ficam impondo o seu padrão de beleza para o resto da galáxia?
O Sérgio Vaz, meu amigo de Facebook, fez uma excelente piada - e acho que ele tem razão: "Que tal buraco afrodescendente?"
Pois, como disse o Sérgio, a situação não está preta, está afrodescendente...
E, nesse ritmo da correção política, só tende a piorar...
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
17/9/2015 às 18h18
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