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Sexta-feira,
18/9/2015
Senhor Juiz versus Seu moço do disco voador.
Aden Leonardo Camargos
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Sabe, Exa., data vênia. Pela ordem vou explicitar o que sinto. Já que não citarei nomes "saparada" aqui é meu blog.
Uma pena (das de dar dó) que o magnânimo julgador tenha dado uma sentença tão cheia de excrecências. Pena, pena mesmo que já tenha acostumado com as mesquinharias de nossa cidade pequena e cheias de "socorro quero aparecer para ser deferido". Eu não pedalo com o senhor - infelizmente nem com Jesus, como algumas pessoas creem estar. Não vou no "Pé de Cana" sábado às três horas ficar nas mediações e tentar puxar assunto. Nem sou as loiras bacanas estagiárias... nem sou loira, nem bacana, nem mais estagiária. Ah, nem tô devendo xerox por aí.
Eu até vi um quase precoce vômito quando fui numa de nossas audiências, qual representava uma mega-estatal. Atente-se, Exa! Não foi por competência, foi por esses jogos da vida que de uma sorte ou outra e lá estava eu, como advogada da empresona foda. V. Exa. cerceou a defesa e precisei embargar sua decisão interlocutória. (Já ando esquecendo o CPC, confesso).
Agora me intima de uma sentença. Qual eu sou defensora de réu não encontrado, sumido, náufrago, perdido, morto - quem vai saber? Muito embora todos seus oficiais tenham perguntado pros vizinhos. "Pros" e "foda" já usei aqui. Que já ando querendo baixar o nível da prosa.
Deu-me aula em sentença. O Sr. é juiz. Obviamente detém todo tempo do mundo para saber mais que eu, certamente já sabia, pois não consegui passar nem pra técnico do TJ. Trabalho muito, tenho casa, filho, sonhos, academia, mãe... Todas as desculpas esfarrapadas de fracassados.
Só que voltando ao meu réu: ele é su-mi-do. No CPC em algum artigo - que foda-se qual - tem lá que pode apresentar defesa genérica. Tipo diclofenaco de potássio e não Cataflam. Tive que oferecer embargos, porque era necessária uma defesa para a dívida cobrada por nosso município.
Vem o Sr. em boa caixa alta dar aulas. Porque não só indefere e cita os artigos? Pronto, zéfini. Beleza Exa. Quem manda é o senhor (minúsculo por me referir à sua pessoa da capa preta). Manda no Universo. Esse, periférico ao seu. Mas creia que eu não poderia ser específica com alguém que desapareceu, que não me procurou, que se esconde dos vizinhos, que sumiu no mundo, que ninguém viu na vida em tempo algum, todos desconhecem. Vou dizer o que? Fazer acordo? Que ele vai pagar? CPC também usou a lógica.
Desnecessário. Beijo, querido. Toma sua cerveja embalada pelos monges na quinta esquina da lua de Saturno.
Não há recurso. Se o seu moço do disco voador passasse...talvez nem saudade eu sentisse mais. Talvez a falta de gravidade me fizesse ser melhor. Talvez usasse o plano B. Vai saber.
Postado por Aden Leonardo Camargos
Em
18/9/2015 às 08h02
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