BLOGS
>>> Posts
Quarta-feira,
14/10/2015
O CASO DA LOURA DESAPARECIDA
Gilberto Antunes Godoi
+ de 2900 Acessos
Em 1979 eu li um artigo da famosa publicação internacional Readers Digest´s que tinha um titulo chamativo e repentinamente provocando curiosidade.O Caso da Loura Desaparecida.O autor já velho como que revivendo suas mémorias de um tempo distante.Começa assim: "Quando vejo na tv um desses filmes policias antigos em preto & branco,lembro de um tempo em que confundia a fantasia com a realidade."Tinha o sonho de detetive conforme a imagem sedutora dos romances e filmes policiais.Isso nos EUA.
Continua ele.Um dia andando na rua encontra um amigo.Este me convidou para ir junto a um local onde havia uma vaga de emprego.Uma agência de investigações e a oferta era um lugar de detetive...Ao chegarem lá foram recebidos por uma sra responsável.Esta disse que a vaga já fora preenchida.Mas,no momento da saída ela conseguiu dizer baixinho:
Volte outra hora sózinho,_Livrar-se do amigo que convidou para ir junto até lá.
Foi o que fez outro dia,retornando a agência de detetive.A sra deu a vaga de detetive.E.em seguida uma tarefa,trabalhar no Caso da Loura Desaparecida.Mostrou lhe uma foto.Mulher em torno dos 30 anos.Como também revelou-lhe o nome dela.E, começou a busca do paradeiro da loura se sentindo na pele de um personagem cinematográfico.
Mais que contar uma história do período das experiência da juventude o autor da coluna o que já é envolvente, entretanto,nos transporta para um ambiente dos anos 30 que nos inebria.Mesmo sem nenhum recurso ficticio como o túnel do tempo(Risos).Porque já temos uma imagem cristalizada daquela fase.O frenesi dos anos 20.Aquelas cenas de multidões embarcando nos trens para ir para a algum lugar,tentando escapar das penúrias geradas pela Grande Depressão.Muito plástico esses cenários(posteriormente)embora quem estava vivenciando não sentisse como uma aventura,semelhante a uma releitura décadas depois.Não esquecendo nessa época de Eliot Ness o agente correto com toque de mocinho chamado Intocável.Conseguiu incriminar Ao gângster Al Capone e este foi para prisão.E com o cinema virou lenda.E,não podendo ficar de fora BONNIE & CLYDE o casal de uma rajadas de balas,que abalou a opinião pública deste anos 30.Ao se contar parece que sem atmosfera icone daqueles anos não teria a mesma graça.
Mas para contar histórias ou casos se preferir e agradar bastante quem ouve ou lê se for escrito penso não precisa vir carregado da aura das histórias que citei a pouco,ungidas pela tela do cinema.Ou como de uma publicação célebre como Readers Digest´s que citei no inicio deste texto.Eu por e-mail costumo enviar semanalmente a um amigo que acha ótimo ou evolvente.Contar histórias que aconteceu comigo ou simplesmente testemunhei ou fiquei sabendo.São histórias ou caso simples sem própriamente uma necessidade de um inicio caracteristico,e igual modo um meio que não precisa ser assim, como também não a exigência de um grande final de uma peça teatral ,cinema ou literatura.Por isso hesito pôr aqui este relato um tanto despretensioso e nunca fiz.Contudo, não quer dizer que não tenha apelo.Não faltando emoção,e como pode trazer a tona sentimentos,e que nessas linhas estejam a primeira vista sutis...
Como um episódio, se dá para classificar assim.Vou relatar uma desses histórias ou acontecimento.Começa assim:" Corria o ano de 1969.O homem chegava a lua.Ocorria o festival de Woodstock,os Hipyes ainda em cena,e toda a ebulição dos anos 60.Os beatles ainda não tinham se separado.E nesse ano eu estava no segundo ano primário.Numa escola improvisada numa igreja haviam duas salas dividas por frageis paredes.Na sala do outro lado era classe do quinto ano que depois a reforma tornou a quinta série.E um dia numa manhã,repentinamente,uma aluna(sala ao lado que não enxergava os alunos) começa a chorar desesperadamente com um berreiro.Chorava alto e por algum motivo.Meus colgas da sala riam,acharam divertido.Eu fiquei penalizado e comovido...Terminada a aula no meio-dia.E na saída já na rua perguntei para minhas duas primas que estudavam na outra sala o que tinha acontecido por aquela garota chorar daquele jeito.
_ Foi aquela lá, _ apontando para uma garota de uns treze anos que vinha a uma pouca distância atrás e comia uma fatia de pão _disseram os colegas uma coisa sobre ela,e sentiu muito por isso chorou.
Lembro no passar das semanas de ter ficado com muito pena dela.O choro da neca(assim chamavam ela)ter mexido comigo.O poder de uma sonoridade do choro...Como que me preocupasse com ela.Solidário por esta ter sofrido uma injustiça.Eu perguntava sempre sobre ela para as minhas duas primas,pois eram colegas de classe.
_ Você gosta da neca _falou desconfiada uma das minha primas em tom de troça.
Fiquei sem graça.E nada disse.Na realidade tinha ficado comovido com o choro e a possivel injustiça que sofrera.Sensibilizado pela manifestação acústica de sua dor(da neca),talvez com apelo teatral,mesmo que isso fosse involuntário da parte dela.Poderia se ir mais longe.Saber se realmente ela era inocente.Ou o choro foi somente uma cena que a mulher usa com frequencia para ficarem do seu lado ao se pôr como vitima.Ou fiquei tocado por uma reação trivial de certo modo?Um impacto por razões subjetivas ou sensiveis enquantos outros ficaram rindo?!...
Depois que minhas primas me caçoaram parei de perguntar.46 anos depois o choro da neca tem ainda o poder de me comover?Estou contando essa história..."
Tem outra história.Menino morava no bairro Osvaldo Aranha da minha cidade natal.Era o ano de 1965.Efervecente anos 60,o movimento da Contracultura,manifestações de rua que marcaram pela liberação dos costumes e liberação da mulher, a guerra do Vietnan e noticias disso que corria o mundo.Manifestações pelo direitos civis nos EUA comando pelo o histórico Martin Luter king.E nesse ano era fundado a tv Globo.Estreava um programa na com o nome Jovem Guarda,movimento musical,cultural brasileiro que inflenciou na moda e comportamento.E aí surgiram idolos como Roberto Carlos.No meu mundo de criança não estava a par desses acontecimentos nacionais e internacionais.E do contexto futuro.A uma distância não tão perto e não tão longe tinha os trilhos dos trens.Aquela época ainda reinavam os trens.Eu observava com encanto os trens que passavam.A diferença dos vagões que passavam ou locomotivas é que alguns eram de carga e outros de passageiros.Estes últimos com visual mais bonito. Numa noite saía de casa com meu pai,e já na rua apontei para o trem que passava naquele momento na distância que permitia apreciar.Todo iluminado, Na minha lembrança luzes coloridas.Era de passageiros.A cerca de um mês estava ouvindo uma rádio Fm da minha cidade natal.Um corriqueiro comercial ao finalizar o locutor passou o bairro do estabelecimento.Bairro Osvaldo Aranha.De repente me invadiu uma onda de nostalgia.Como que uma confrontação do do ontem e do hoje...Por um momento uma sensação do se ganhou ou perdeu...e que poderia ser diferente na vida...ou nesta retrospectiva inusitada apenas a memória de garoto!?...numa fase que se está mais aberto como bastante receptivo...para apreciar um simples cenário do cotidiano e elevando a isso semelhante a uma poesia!?...E, adultos como que anestesiados e desiludidos com o dia-dia, onde lugares e circunstâncias,pessoas parecem insipidos e destituídos de prazer,longe de encantos.Onde para ter destaque e aclamação teria que ser algo excepcional ou cinematográfico ou ainda do gênero ricos e famosos...O que expus é bem particular, mas num contexto acho que isso é inerente as demais pessoas...
O que eu venho dizendo até aqui é que coisas da vida aparentemente insignificantes podem ter um grande legado emoção...isso serve também para aqueles que dizem que nada tem para contar que os estariam dispostoa a ouvir.
Se acharam o que eu contei está muito comum e de um ambiente anônimo então me permite um caso quem de uma celebridade da sétima arte.Anthony Quin, ator de Hollywood origem mexicana.O que ele relatou é dos bastidores da indústria do cinema.Assisti no programa Grandes Nomes Da GNT nos anos 90.Entre tantos momentos no seu depoimento contou que veio menino para os Eua.Conseguiu trabalho como figurante,isto em 1938.E um dia no Set de filmagem era um filme que tinha uma cena de combate com os indios.Ele,Anthony Quin protestou a ordem do Diretor:
_ O Sr está louco? _ disse atrevidamente o simples figurante,pois, conhecia bem a vida dos indios. _Se eu fizer isso eles me matam.
_ O que voce disse garoto? _ Reagiu o Diretor surpreso e indignado.
Alguma distância dessa discussão estava um homem alto de 1,90 cm. Que se aproximou e disse:
_ Eu acho que o garoto tem razão_ interferindo a favor do modesto figurante em vez de ficar do lado do Diretor do filme.
ERA:GARY COOPER(1901-1960).Que bem antes do Anthony Quin começar se destacar Gary Cooper já brilhava como protagonista arrebatando fãs,levando multidões às salas de cinema nos tempos de ouro de Hollywood.E o ator Anthony Quin com prazer com sua história
e sem dúvida também ouviu.Quando ele não era nada de alguma maneira mais tarde dividiu um prestigio semelhante daquele que já era consagrado na telona e é um dos mitos de Hollywod:Gary Cooper.
Eu tenho mais uma minha.Desta vez entrelando um nome famoso.Em 1982, muito jovem morava em Belo horizonte.Era funcionário de um hotel de 4 estrelas.Fui mandado para marcar a passagem de avião de um hóspede.Ao se comprar bilhete de passagem como se sabe se compra a de volta.Só que precisa se confirmar antes do embarque.Exatamente o que ia fazer.Ao me aproximar da agência da companhia aérea olhei pela primeira vez aquele bilhete que carregava na mão.Ao ler o nome de quem era aquela passagem erguia as sobrancelhas e fiquei surpreso que era de algém famoso.Uma celebridade televisiva,ninguém menos que César Augusto Vanucci.Produtor,Diretor de progração da Rede Globo,muito especialmente da linha de shows,como dos especiais do rei Roberto Carlos nos finais de ano.Ele morreu em novembro de 1994 de uma parada cardiaca.Diferente do ator Anthony Quin não mantive contato pessoal com Augusto César ,personalidade televisiva.Ele não ficou sabendo de mim,que eu existia, e nunca o vi.
O que em parte eu quis dizer com o que trouxe até é que muito provavelmente você ao contrário do que pensa tem boas histórias para contar.Com o sem uma personalidade famosa como personagem.e pode ser emocionante...mesmo que isso envolva aspectos subjetivos,contudo sem ditar regras,essas recordações bem focadas podem ser estimulantes ou motivadores para seu futuro...
Ah,quanto O Caso da Loura Desaparecida,que iniciei este artigo?Se eu não terminar o que comecei a contar você não vai me perdoar(Risos).O autor e personagem do Caso da Loura Desaparecida,ao ser contratado como detetive se sentindo como fosse nos filmes ou páginas de romance.Encontrar a loura desaparecida...aí já incendeia a imaginação...como seria ela...uma loura sedutora e fatal como Marilyn Moroe?...E curiosidade sobre seu histórico...por que desapareceu?Foi voluntário(mesmo que tenha problemas que a induziram sumir)?Ou algo criminoso por trás?Mistério...
O ex-detetive relatou no Readers Digest que em uma das investigações utilizou um método de um detetive que viu num filme.Sentado num para observar algumas pessoas furou um jornal fingindo estar lendo e tentava enxergar pelo buraco.Uma pessoa se aproxima e lhe diz:" Seu jornal está furado moço."Passado um tempo viu uma loura na rua que parecia aquela que ele procurava,inclusive o nome.Foi logo comunicar a chefe da agência de detetives que encontrara a loura desaparecida.
_Você entendeu errado o nome_disse a chefe_o nome dela não é este e sim aquele.
E no mesmo instante em seguida o demitiu.
_Você está demitido , disse ela _ não serve para ser detetive _sentenciou.
Depois disso caminhando na rua o demtido detetive sabia que não trocara o nome da verdadeira loura que procurava.A dona da agência nunca pretendia encontrar a dita loura. assim faria até o dia que arrancasse toda o dinheiro da familia que a contratou.Enquanto os parentes tivessem dinheiro, o caso não se resolvia e a loura continuaria desaparecida.
Postado por Gilberto Antunes Godoi
Em
14/10/2015 às 22h50
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|