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Quarta-feira,
18/11/2015
The Book of Souls
Guilherme Carvalhal
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O último disco do Iron Maiden, The Book of Souls, é inegavelmente um dos melhores trabalhos da banda nos últimos anos. Com influências variadas, revisitando pontos altos de muitos dos seus álbuns clássicos, conseguindo agradar um corpo de fãs enorme e com predileções distintas. Tem o fã que prefere a influência punk do seu primeiro disco, outros que curtem mais o trabalho muito acurado do Seventh Son Of A Seventh Son; a tendência é que agrade a quem tem suas mais variadas preferências dentro da discografia.
A banda mostra um afinamento entre si que apenas suas quase quatro décadas de trabalho podem render. A criatividade salta às vistas, mostrando uma capacidade de composição que há tempos não se via, desde os tempos em que começaram a lançar discos que não conquistaram grande parcela do pública, mantendo-se como uma banda que se destaca pelos seus trabalhos iniciais. Aliás, essa uma característica comum a praticamente todas as bandas, que conquistam seu público nos primeiros trabalhos e em um prazo de 20 ou 30 anos não conseguem emplacar músicas novas.
O problema de The Book of Souls não está no disco em si, esse indiscutivelmente muito bom, mas em sua posição dentro de toda a obra do Iron Maiden. Sendo uma das maiores bandas do mundo e com uma discografia vasta, ela já está no rol de outras como Rolling Stones e U2, com músicas marcantes e que apenas com dificuldades conseguem lançar algo de diferente.
É nesse ponto que The Book of Souls gera alguma decepção, pela sensação de mais do mesmo. É a mesma pegada já ouvida em diversos outros trabalhos, sem um viés novo a ser explorado. A banda repete sua fórmula, apesar de em uma performance brilhante. Igual sensação ocorreu com o disco The Endless River, do Pink Floyd. O disco, uma série de sobras de gravações, apesar de sonoramente belo, relembra tudo aquilo que a banda produziu anteriormente, sendo mais um caso de repetição musical.
Obviamente que esse tipo de constatação prima mais o conjunto da obra do que o disco por si só. Até porque, para se observar o fator criatividade, é preciso pensar nessa evolução temporal da banda. No caso do Iron Maiden, é uma banda que iniciou influenciada pelo punk, mas que aos poucos foi gerando um som cada vez mais elaborado e com pegadas mais melódicas. Após conseguir firmar seu estilo e se tornar uma banda mundialmente conhecida, ela passou a ter discos de qualidade nitidamente abaixo da média.
The Book of Souls foi o melhor disco do Iron Maiden em 20 anos. A banda conseguiu resgatar a qualidade de seus primeiros discos. Por outro lado, mostra que entrou em uma fórmula musical da qual não consegue mais sair.
Postado por Guilherme Carvalhal
Em
18/11/2015 às 14h35
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