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Quinta-feira,
21/1/2016
Bowie, David
Julio Daio Borges
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David Bowie não tinha fãs fanáticos. Li que era um artista conceitual. Eu prefiro pensar que era um artista completo. No sentido da "obra de arte total", de Wagner
Agora que morreu, surge toda a sua iconografia de uma vez - e é impressionante que tenha vivido tantas encarnações em uma só...
Fases dentro de fases. Cada uma com sua própria estética. David Bowie poderia ter sido artista plástico, se quisesse. Estilista de moda. Seus "looks" são parte de sua obra. Poderiam ser estudados "per se"
No rock, não lembro de ninguém com tanto estilo. Roqueiros se vestem mal. São descuidados, mal-ajambrados... De propósito. David Bowie, em suas aparições, humilhava a todos
Acho interessante sua androginia. Nunca me pareceu vulgar. Nunca soou agressiva. Não consta que tenha feito disso uma bandeira. Ele tinha muito bom gosto para se meter com política
Ouço que explorou, com humor, rumores de que fosse alienígena. "Space Oddity" foi seu primeiro hit. E "Ziggy Stardust", seu primeiro clássico. Disseram que não morreu, entrou numa espaçonave...
Em música, esteve entre os maiores de seu tempo. Cantou os Beatles e os Stones em "All the Young Dudes" - e gravou com eles. "Fame", com John Lennon. "Dancing in the Street", com Mick Jagger. Fez dueto com Freddy Mercury, em "Under Pressure". Foi homenageado pelo Nirvana, em seu acústico. E por Madonna, que o chamou de "gênio"
Sua esposa, Iman, foi Cleópatra, num clipe de Michael Jackson. Estava mais para Nefertiti. Até porque Cleópatra não era negra - como alardeiam. Era grega. Desde o nome. E branca
Apesar disso, não temos tantos escândalos "by" Bowie. Falam de drogas. Mas se for verdade, ele deve ter tido uma constituição "estilo" Keith Richards - porque produziu muito, e décadas a fio. Seu último álbum, lançado este ano, ainda soa interessante
Meu preferido ainda é "Let's Dance" - da minha adolescência; me marcou. Todo mundo da minha geração conhece, e canta, "Modern Love", "China Girl" - que, eu sei, é com Iggy Pop. Poderíamos explorar, ainda, suas relações com Lou Reed - e dizem que há um documentário, muito bom, sobre isso - mas meu texto não teria fim...
Para resumir: há uma coletânea muito boa, dos anos 90, "Sound & Vision". É de 1989, na verdade. Foi minha introdução ao Bowie. Sugiro fortemente para quem quiser começar. (Tem, inclusive, no Spotify.) É daquela época em que se faziam "caixas", na transição dos LPs para os CDs...
Felizmente, há muito David Bowie para se escutar ainda. Os grandes artistas são assim - inesgotáveis
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
21/1/2016 às 15h30
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