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Sexta-feira,
29/1/2016
Sem açúcar, bebo fria minha morte.
Aden Leonardo Camargos
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Imagem: Katia Chausheva
Hoje fiz um café forte. Não sei mais onde andam meus fantasmas. Eles também são tristes como a morte que vivem: no presente. Sento para colocar ou tirar a roupa, eles se parecem com meu cansaço. Sento no fim para emergências, para chorar do nada. Não sei se fantasma é algum nada. Já foi morto? O que vive nele?
Era um café. Podia ver meu reflexo negro. Tristeza e demora são irmãs. Vi que meu olho é escuro e se perdeu no mundo. Ou na xícara?
Era tão escuro ouvir seu nome. Esse seu nome de calar. Foi uma espera silenciosa me matando devagar. Enquanto tudo esfria e não bebo o que fiz.
Hoje mais cedo chovia. E tem ficado tão perto daquele dia que choveu e você veio, que saio logo do quarto que você dormiu. Por isso cuidado ao vestir e tirar roupas. E beiradas e urgências. Posso me jogar.
Se eu caio no vazio que você deixou, desde o dia que você veio... Nada mais sou. Um fantasma da dor.
Misturo todos os verbos e tempos. Sem açúcar, bebo fria minha morte, que se jogou no abismo do amanhã desse fim terrível, naquela rua do rio do beijo que você me deu. É lá que vou me jogar. Sim, seu castigo de danação eterna sou eu.
Postado por Aden Leonardo Camargos
Em
29/1/2016 às 05h49
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