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Sábado,
5/3/2016
A presença dos objetos
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 800 Acessos
Nesta canção do outro dia marcando-se
no corte da meia-noite, dois ponteiros
reiniciam meu acalanto.
Fascina-me o que pulsa e vive.
O cheiro da madrugada
renova-me das perdas e danos deste dia
de grandes pequenos acontecimentos.
O olhar do retrato não se dirige a mim
mas a moldura é bela. Meus sapatos ficaram
velhos e macios, mas o chão se perdeu
dos meus pés.
Em minha antiga caneta despertam
poemas que um dia eu quis escrever. E, agora,
com o indecifrável dos símbolos, o teclado
recolhe dos meus dedos a matéria que repousará
nas folhas de um livro.
Movem-me os pensamentos aqueles motivos
que vivem e pulsam. Mas ao agarrar-me
ao dia de hoje,
algo se emoldura no desconhecido.
Algo emerge do improviso.
Algo se improvisa em voo cego.
Meu sangue respira.
(Do livro 50 poemas escolhidos pelo autor)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
5/3/2016 às 09h50
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