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Domingo,
6/3/2016
The Wall
Heberti Rodrigo
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Fonte:https://notasprovisorias.wordpress.com
Quando o Estado apregoa oferecer um caminho ao homem para se educar, desenvolver suas potencialidades cognitivas, atua como se lhe concedesse um incontestável favor, a mais distinta das dádivas. Entretanto, em tempo algum menciona que ao submetê-lo aos seus estereotipados métodos educacionais está a subtrair deste homem outras inúmeras possibilidades. Dentre elas, experimentar instruir-se por si mesmo, sentir em si o embrião de idéias próprias, ensaiá-las e aprimorá-las ― tomar para si a responsabilidade sobre suas rédeas ― como fazem os autodidatas, alguns dos quais, anos mais tarde, após tê-los desprezado, condenado e ridicularizado, este mesmo Estado os enaltece como assombrosos gênios e prostra-se ante sua originalidade. O que há de comum entre os gênios que os distingue dos demais? Como identificar o surgimento de uma mente extraordinária? Imagine que cubramos com venda os olhos de um grupo de homens e os encaminhemos a uma floresta. Ao nos avizinharmos do cerne desta, tiremo-las e os abandonemos à própria sorte. Reconheceremos o gênio naquele que, arrebatado por uma extraordinária vontade e norteado por uma agudíssima intuição, há de se aventurar a explorar uma possibilidade nova. Sofrerá admoestações do restante do grupo, mas estas não lhe desanimarão. Pelo contrário, o que alquebra um temperamento fraco age num impetuoso como um poderoso aguilhão: aferra-lhe a obstinação. Diante do desconhecido, o gênio dedicará mais atenção ao caminho. Seus passos serão mais cautelosos. Com o transcorrer dos dias e das noites, a solidão e a constante possibilidade de se perder tornarão seu olhar mais penetrante, e seus ouvidos hão de auscultar com mais acuidade o que sucede consigo e ao seu redor. Desenvolverá, anormalmente, seus instintos e a confiança em sua própria força. Sua inteligência hipertrofiará diante do incógnito. Os demais, os desalentados e poltrões, se manterão unidos. Escolherão, segundo o torpor intelectual e covardia que os une, repisar trilhas já tão gastas que o caminhar não lhes proporcionará um aprimoramento, antes uma consolidação de seus juízos banais. Ao enveredarem nesta direção, cegos de confiança na educação convencional, por certo estarão resguardados das brutais angústias e adversidades que constantemente acometem o homem de gênio e são responsáveis pelo seu desenvolvimento, entretanto, nenhum outro destino suas mentes alcançarão senão o senso comum e a moral do estereotipado homem-massa. Numa palavra, a mediocridade.
Contato: [email protected]
Postado por Heberti Rodrigo
Em
6/3/2016 à 01h16
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