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Terça-feira,
5/4/2016
A Confissão do Equilibrista
Heberti Rodrigo
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O Equilibrista Philippe Petit entre as Torres Gêmeas. Fonte:http://www.planocritico.com/
Quero o que dizem não ser possível...Que o impossível seja impossível, como todos acreditam, não me impede de desejá-lo. Não quero me acomodar a uma vida ordinária como um homem ordinário. A vida não se resume ao que dizem. É, sobretudo, o que sentimos, e o que sinto é que ela pode ser maior. Não quero apenas relações ordinárias. Não quero apenas experiências ordinárias. Quero o êxtase e o assombro. Não quero viver se isso que as pessoas fazem chama-se viver. Quero algo maior."É impossível! Isto nem sequer faz sentido", dizem. Não quero minha vida confinada a tudo aquilo que para os outros faz sentido. Quero experimentar o que também não faz sentido. Quero inventar um outro sentido. Quero ser fogo, incendiar-me. Quero estar em chamas e não me queimar. "É impossível", dizem.
Quero estar em chamas para que minha vida se expanda. Quero vê-la expandir até atingir o extraordinário. O que quero é o extraordinário. Quero mesmo sabendo que poderei ser despedaçado por ele. Prefiro isso a me sentir asfixiado nas entrelinhas de uma vida ordinária. Antes eu me perguntava o que haveria de errado comigo - sim, admito que é possível que haja. Agora, não me pergunto mais. Simplesmente aceitei que os homens não são iguais, e para alguns deles a vida tal como se apresenta não é possível, como se viver não fosse algo natural. Será que viver é algo natural? Há momentos em que sinto a urgência de escrever, como se escrevendo procurasse um modo de tornar minha vida possível. Escrevo como se ao fazê-lo tomasse fôlego. Somente depois de escrever sinto que posso continuar com essa vida ordinária de fazer coisas que não quero fazer e ver pessoas que não me interessa ver - pessoas que para se sentirem vivas parece que lhes basta apenas um pãozinho com manteiga. Estou procurando um modo de tornar isso tudo possível. Se não precisasse fazê-lo, não escreveria. Se não precisasse fazê-lo, preocupar-me-ia tão somente em ganhar o pão de cada dia.
Postado por Heberti Rodrigo
Em
5/4/2016 às 16h24
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