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Domingo,
17/4/2016
Relógios
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 900 Acessos
Sentindo a quietude das horas, antigos
relógios transformavam o passado.
Na filigrana do remoto, a mutação
das horas ao alcance das mãos.
Grãos de tempo
vazavam desertos de areia.
O jorro das fontes alimentando
relógios d’água.
Ao amparo das sombras, as viagens
ao sol cadenciando as estações.
Meus pensamentos agora perseguem
ponteiros que se perdem no ponto de partida.
O passar se recolhe em seu casulo
de metal.
Diante de mim, o instante
dizima invisível corpo.
Diante de mim, o tempo
debate-se em clausura.
Da monotonia à dor do cárcere,
esqueço-lhe a existência, na impermeável
passagem de mim aos enigmas
do outro.
À urdidura do remoto,
creio nas metamorfoses.
Também habito
o casulo do tempo.
Em busca das crisálidas,
não me faço resistência.
(Do livro 50 poemas escolhidos pelo autor)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
17/4/2016 às 09h12
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