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Domingo,
22/5/2016
Elisa ou Mutações do feminino
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 700 Acessos
Lapidando a relva, a vida eterna
e a pedra no peitoril da janela,
Elisa aguarda florações tardias.
O dia se quebrou ao meio
e, desnudando-se, Elisa se divide
em muitas faces e Elisas.
Na cidade, no campo ou na arena
Elisa é Ana, A Domadora de Feras,
atuando no exílio da poesia,
ao assumir desejos de Laura
e santidade de Teresa, ante os passos da fé
ou ante a dança da paixão ou seguindo
o destino, nesse retiro da casa de Odete e Carmem
a cozinhar arroz.
Ana, todas elas.
Todas elas, Elisa.
Da máquina, brotando tarefas de Maria
a cultivar crisálidas de algodão,
marca-se o intervalo da dor
ao ansiado rumo da vida.
Elisa, todas elas.
Todas elas, Elisa.
Sob o halo dos loucos, minhas noites
de Ismália contemplam o rosto da lua
que é morada de Elisa
na cidade de Isolda.
E ao espelho de Elisa, Ana
aconchegada ao leito. Elisa a esperar
a cor do trigo. Anelisa conduzindo
o arado ao encontro
dos céus e lobos.
(Do livro 50 poemas escolhidos pelo autor)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
22/5/2016 às 12h22
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