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Sábado,
1/10/2016
Pano de despir I, II
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
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I
Despido meu manto, envolveu-me as ancas
a transparência da espera. Pela casa,
espalhei turíbulos festejando o dia.
Das estrelas, sabiam os videntes.
Desse encontro, sabemos nós,
ouvindo ausentarem-se
as palavras dos presságios.
E, a luz, na tinta das paredes.
À fábula, a travessia dos lábios.
Se, do corpo, mais ousamos que os magos. . .
Sabemos dádiva o suor da pele.
II
Despido meu manto, nele reconheço
o leito desejado. No tecido, me encontro
amorizando a terra. E o código das marés.
No bojo da mala, distanciaram-se
os dias das trincheiras. Do afeto, eu sei.
Do afeto, traduzimos a carne que
nos concede a vida. No afeto,
esquecemos o pecado original.
Nas mãos, as travessias dos braços.
Se, mais que o verbo, sabem os lábios,
na língua se move o gosto da fábula.
(Do livro Travessias)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
1/10/2016 às 15h05
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