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Quinta-feira,
24/11/2016
Aprendendo a viver com menos
Julio Daio Borges
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Hoje recebi um e-mail de uma pessoa aflita com a situação econômica
E hoje, por coincidência, vi uma previsão, Mansueto Almeida Jr, sobre o superávit primário
No e-mail que eu recebi, a pessoa falava sobre "ter a paciência de um monge budista"
E na previsão do Mansueto, o superávit não era para 2016. Nem para 2017. Muito menos para 2018...
O superávit, segundo o Mansueto - que está no governo -, é para 2019!
Sim, você leu certo: dois mil e dezenove. Daqui a três anos...
E para piorar um pouquinho, o Mansueto completou: "Se Deus quiser..."
Então eu respondi ao e-mail da pessoa aflita: "Teremos de ser monges budistas durante um bom tempo ainda"
Por mais três anos, pelo menos
Ou mudar de país...
"Se bem que eu desconfio", escrevi à pessoa, "que, depois da vitória do Trump, a economia está assim, estagnada, no mundo inteiro"
Eu sei, pode ser que o Mansueto esteja errado. Pode ser que o Trump acerte - em seus investimentos em infra-estrutura nos Estados Unidos - e que o mundo inteiro cresça, por consequência, já no ano que vem...
Mas pode ser que o Mansueto erre no outro sentido, também. Pode ser que o Brasil não tenha superávit *nem* em 2019...
Pode ser que os investimentos em infra-estrutura do Trump gerem inflação nos EUA, alta na taxa de juros do FED, e consequente fuga de dólares, e de investimentos, no Brasil
A verdade é que desde 2014, aquele ano de Copa e eleição, quando a Dilma foi reeleita e o Brasil que produz esmorreceu, desde então eu não enxergo crescimento num horizonte tão próximo...
O impeachment, em maio, parecia um alento - mas as reações não vêm rápidas, o crescimento foi revisto para baixo em 2017 (pela própria equipe econômica), e o Trump hoje é visto como "fator de incerteza", por mais que prometa um choque de capitalismo...
Eu não escrevi no e-mail que respondi, mas eu poderia ter escrito:
Vamos ter de nos acostumar a viver com menos
E, sinceramente, acho que já estamos vivendo...
O Uber, por exemplo
O carro está deixando de ser um "bem de capital" para se tornar meio-de-transporte (quero dizer primordialmente)
Telefone fixo, TV a cabo... Netflix e streaming não crescem só porque são mais legais, não - mas porque são mais *baratos*
E não só no Brasil... no mundo!
Estou lendo um livro sobre "economia do compartilhamento" (minha tradução para "sharing economy") - e nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, as pessoas estão compartilhando tudo e mais um pouco
Basta lembrar do Airbnb - que te permite compartilhar sua casa, e que está gerando controvérsia junto a hotéis e corretores de imóveis...
Numa economia mundialmente estagnada, os ativos não aumentam - permanecem os mesmos e sofrem depreciação...
Portanto, é preciso "fazer dinheiro" com eles. Ou se desfazer deles - logo de uma vez
Afinal, quando teremos crescimento econômico? Daqui a três anos?
Você aguenta mais três anos como 2014, 2015 e 2016?
Já pensou o que vai fazer até lá (2019)?
Esta é uma pergunta para todos nós...
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
24/11/2016 às 09h36
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