BLOGS
>>> Posts
Segunda-feira,
5/12/2016
4 de Dezembro de 2016
Julio Daio Borges
+ de 1500 Acessos
Estava meio pensativo se ia ou não, mas quando soube da morte do Ferreira Gullar, fui - por ele
Fazia tempo que não ia, acho que foi minha primeira manifestação pós-impeachment. Eu não achava que o Temer deveria ser incomodado. Até a última semana...
A gente percebe que a manifestação vai ser boa já no metrô: os camisas amarelas embarcando, aumentando a cada estação e desembarcando, em massa, na estação Paulista
Muita gente de meia-idade pra cima. Muitas famílias. Crianças. Muita gente enrolada na bandeira do Brasil (novo modelito)
Quando a gente percebe que tem muita gente "normal" se encaminhando da Consolação para a Paulista, conclui, antecipadamente, que vai ser algo representativo
Outro termômetro, pra mim, é a esquina da Augusta com a Paulista: quando a manifestação vai ser grande, ali já fica lotado - mas, desta vez, não estava
Desta vez, a concentração foi mesmo em frente ao Masp, onde estava o carro do Vem Pra Rua. Os carros anteriores a eles não me chamaram muito a atenção
Só teve um imediatamente anterior, um pouco antes do parque Trianon, onde subiu o Major Olímpio, e começou a berrar, daquele jeito dele, como quando era candidato a prefeito - até que falou coisa com coisa e o pessoal gostou
Chegando ao Masp, já se avistava os bonecos. O "novo", do Renan, que podia ser confundido com o Gilmar Mendes, pela calva e pelos óculos. E, do outro lado do carro de som, o eterno Pixuleco. Meio sentado, já que, de pé, ficaria maior que o "Renan" - o foco era o Renan
Procurei me instalar no Starbucks nas imediações, para fazer transmissões via Wi-Fi. (Na fanpage do Digestivo tem uma.) Mas estava difícil entrar e sair do Starbucks
Ilhado, aproveitei para ouvir os discursos. O Rogério Chequer, do Vem Pra Rua, fez questão de dizer que não era a favor do "Fora, Temer". Depois o Modesto Carvalhosa assumiu o microfone, mas se ouvia mal - ou não se ouvia nada
Basicamente, as pessoas vibravam e aplaudiam quando era mencionado o nome do Sérgio Moro. E, para a minha surpresa, havia um esforço, nos carros de som - nos primeiros, pelo menos - no sentido de afirmar que "nem todos os políticos" eram bandidos e que "nem todos", no Congresso, desvirtuaram as "10 Medidas"
O MBL estava num carro mais módico, desta vez (nem dava, quase, para reconhecer). E a turma da extrema direita - intervenção militar etc. - começava a aparecer mais na direção da Brigadeiro (mas não tinha muito quórum, não)
Como não poderia deixar de ser, não se ouvem mais os slogans anti-PT, como "Fora, PT" e "a nossa bandeira jamais será vermelha" etc.
E, dada a diversidade da fauna, me pareceu que a turma do Haddad - aquela que frequenta a Paulista "interditada" no domingo - acabou se misturando "quase sem querer" com o que chamavam de "coxinhas" (e, agora, quase não chamam mais)
Claro que a extrema esquerda não veio. Não havia quebra-quebra. Nem bandeiras vermelhas. E não vi nenhum cartaz "#ForaTemer"
Ainda é contra a corrupção (o movimento). Agora é contra o Renan. Respingando no Congresso e no STF. Mas ainda não é "contra o presidente". (Temer: em São Paulo, ainda não foi sua vez)
A sensação, como sempre, é muito boa - de ter ido. Eu fui mais por curiosidade, desta vez, confesso. Mas acho saudável. Mesmo não concordando 100% com a pauta
Quem não foi, perdeu. E vou além: quem não vai nas manifestações, não entende o Brasil de hoje. (Tem de sair do Facebook, gente)
Para ir além
Compartilhar
Postado por Julio Daio Borges
Em
5/12/2016 às 10h55
Ative seu Blog no Digestivo Cultural!
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|