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Terça-feira,
13/6/2017
E o Doria virou político...
Julio Daio Borges
+ de 1600 Acessos
Por que São Paulo elegeu João Doria? Vale recapitular:
Porque ele não tinha papas na língua. Falava o que pensava e se posicionava
Porque ele não era um político. Ou, ao menos, não era um político tradicional
João Doria era alguém "de fora". Alguém que tinha tido sucesso. Alguém com um "novo olhar". Alguém fora do esquema (ou "dos esquemas")...
OK, João Doria era contra o PT. Alguém com coragem para atacar Lula de frente. Um antipetista convicto
Mas o que aconteceu com João Doria, de uns tempos pra cá?
Não, não estou falando do marketing - que ele continuou fazendo até dominar as redes sociais
Nem estou falando do seu governo, que tem feito boas parcerias com a iniciativa privada - numa prefeitura falida -, apesar de uma ou outra ação mais controvertida (não quero discutir a Cracolândia ou os grafites...)
Estou falando desse "novo" João Doria, que surgiu de umas semanas pra cá. O "PSDBista". Querendo oferecer seu "lastro" a um partido que insiste em apoiar um governo morto-vivo...
Recordemos. O presidente prevaricou. O presidente mudou o ministro da Justiça, como Dilma, para controlar a PF (em vão). O presidente voou no jatinho do "falastrão" (primeiro disse que não voou; depois fingiu que não sabia de quem era o jatinho...)
Pior: o presidente acha que tem razão. E insiste em ficar. Em "não renunciar". Afronta o Ministério Público (acha que não tem de dar satisfação). Comemora sua "absolvição" pelo TSE (como se fosse inocente). Suspeita-se de que o presidente espione ministros do Supremo enquanto se prepara para ser julgado por ele...
Contra o presidente, pairam acusações de obstrução da Justiça, formação de quadrilha, corrupção passiva...
Mas este era um texto sobre João Doria, não é mesmo?
E o que Doria tem feito?
Primeiramente, Doria encampa o discurso de PSDBistas - e diz que se deve preservar a "estabilidade"...
Que estabilidade, cara pálida? O Brasil pós-Joesley perdeu toda a estabilidade. Com malas de dinheiro, prisões, delações... Diariamente... E de gente cada vez mais próxima ao presidente...
Que estabilidade um governo "balança-mais-não-cai" pode oferecer???
Em nome das "reformas"? Um presidente contra quem pesam acusações graves, e que precisa - diuturna e "noturnamente" - se defender, tem condições de "aprovar" o quê? E com que moral???
Mas o pior de tudo, João Doria, foi você dizer: "Nós temos de lembrar que somos contra o PT". Ou "o nosso inimigo é o PT"
Pois bem, João Doria, e nós temos de *te* lembrar que - aqui fora - nós somos contra a corrupção. A nossa inimiga é a corrupção (mais que o PT)
Porque não adianta nada ser "contra o PT" e fazer vista grossa para a corrupção do PMDB "et caterva" (você sabe de quem estou falando...)
João Doria: não vire um político agora - não "do pior jeito" e não "no pior momento"...
Nós *não precisamos* de mais um político que tampe o sol com a peneira; que finja que nada está acontecendo; que resista em desembarcar de um navio que afunda "diuturna e noturnamente"...
Eu lamento pelo seu partido e lamento pelo (ex?) presidente do seu partido. Mas lamento mais por você
Não faça como ele. Não traia o voto dos paulistanos que confiaram em você. Não faça como ele fez com o voto dos brasileiros...
Não jogue fora seu capital político. E se não ficou claro ainda: não seja conivente com quem conspira contra a Lava Jato
Seja *menos* político. Não seja mais um tucano - para dizer o óbvio - em cima do muro
São Paulo precisa de você. O *Brasil* precisa de você
E não de mais um "cacique". E não de *mais um* político...
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
13/6/2017 às 10h05
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