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Sexta-feira,
4/8/2017
Quanto às perdas V
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 600 Acessos
Entender o impossível, não quero.
Não quero saber da ceifa instigando
o fio cego da morte. Nas lápides, não desejo
ler a medida do vazio que aguarda aquele
cujo nome eu não sei.
Afeita ao cotidiano, retomo
a colheita dos matizes.
Em meus lençóis os bordados esperam
o visitante, enquanto nas samambaias
o sol perfura rendas verdes
que me adornam a sala.
À mesa, disponho cadeiras
para o afeto. O que sei deste dia
resume-se no gosto do licor.
Das perdas, consolam-me
pequenos danos.
Foram-se os anéis.
Agoniza o tempo.
O instante resfolega.
Nada mais que isto.
(Do livro Nada mais que isto.. São Paulo: Scortecci)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
4/8/2017 às 20h00
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