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Sexta-feira,
22/9/2017
O que sei do tempo V
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 2700 Acessos
De volta à casa das avós, no umbigo
do portão floresce esta mandala de madeira.
Ao rastro das horas perseverando em direções
contrárias, minha flor da Ásia liberta-se
dos acontecidos.
Ante o grande centro da impermanência,
o que sei do tempo é ser ele um crivo
que se abre em todas as direções.
Em visitação ao ancestral, o que sei
das chaves é a cega oposição
entre o abrir e o fechar.
Perseguindo caminhos diversos,
dou de beber à rosa dos ventos,
invertendo nortes nos mapas
da Terra.
De uma direção à outra,
sou desobediência.
A desengrenar o passado das águas,
nos gelos reencontro a gestação
do arado e das mãos.
(Do livro Nada mais que isto: São Paulo: Scortecci, 2011)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
22/9/2017 às 18h10
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