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Sábado,
28/10/2017
O que sei do tempo I
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 700 Acessos
Na intimidade das gavetas, chora
ou alegra-se a alma dos guardados.
De tanta recordação, os miosótis
descoram seu azul. De tanta lembrança,
iluminam-se as velas do bolo.
Animiza-se o brinquedo.
Das cores da festa ao inconsolo
do funeral, lento ou acelerado
conforme a música, o ritmo da casa
se transforma.
Mas sinto que após a festa
o tempo descansa. Quase para.
Depois, nos pequenos objetos
ao alcance dos dedos, ele renasce.
Hoje de manhã, no couro
do meu porquinho de barro,
brotaram minhas margaridas
cor-de-rosa.
E renasceram folhas.
Que morreram na infância.
(Do livro Nada mais que isto. São Paulo: Scortecci)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
28/10/2017 às 10h51
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