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Sábado,
9/12/2017
O que sei do tempo IV
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 700 Acessos
Em meio à voragem da solitude,
erguem-se hastes da paixão renovada
emaranhando o que se quer
e o que não se quer de volta.
Perdi algumas colheitas.
Perdi algumas sementes.
Inúmeras datas.
Revisito as flores que me despertam
o passado. Nos recortes das lembranças
entreguei ao jardineiro os cuidados
do semear.
Eu me encontro ao burilar
direções dos ventos.
Eu me encontro ao imaginar
novos caules na aragem
das tardes insondáveis.
Imaginar o curso das perdas
evoca-me a dádiva do possível.
Então, ao leito do sono, desfaço-me
das roupas do visitante.
E me ponho a plantar o zelo
das horas passageiras.
(Do livro Nada mais que isto. São Paulo: Scortecci)
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
9/12/2017 às 10h50
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