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Quinta-feira,
17/3/2022
Meus versos?
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
+ de 3900 Acessos
Rio se faz com riacho
manhã se faz do alvissareiro canto do galo
o fruto, ah! o fruto vem da invisível célula
amamentada e aquecida pela terra;
no cio explode o ânimo do corpo amante.
Poesia? Não sei de onde vem.
Rio se faz com riacho
riacho se faz da inesperada gota
fugindo do previsível rumo das águas da fonte;
delicada folhagem mantém vivos elefante e manada
peixe surge da translúcida escama.
Meus versos?
Quem sabe, venham das cosmogonias
quando tudo era nada, infinito, solidão? E vida?
Ou da audível mudez das vozes dos mortos-vivos,
das vozes trêmulas de desamparo,
soprando fagulhas de angústia?
Meus versos?
Sei que não participam dos séquitos dos reis
nem os glorificam nas cerimônias do beija-mão.
Carregando a quieta inquietude dos humanos
meus versos desejam desafiar a navalha que nos fere o corpo
e desmarcar fronteiras que nos prendem ao limbo.
Tempo incontido na fala do instante nascente,
poderá meu canto cativar outras vozes?
Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
Em
17/3/2022 às 12h27
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