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Segunda-feira,
20/11/2023
A caixa de Pandora do século XXI
Raul Almeida
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A destruição de uma região do oriente médio, a séculos disputada por motivos diversos, desde a crença de ser o ponto de origem do universo, até a legitimidade ou não da posse por esse ou aquele grupo, ultrapassa a compreensão e a racionalidade modernas.
O território segue empilhando os capítulos de sua história de guerras, lutas, invasões, sobreposições de povos e culturas, crenças e interesses diversos a centenas de anos, com breves intervalos.Impérios, potências, hordas, tribos, ocuparam e seguem ocupando de alguma forma, aquele ponto de horror e maravilha ao mesmo tempo, na história da humanidade.
As ações de guerra aberta que estamos assistindo na TV, sentados no sofá, ou em pé no balcão do bar enquanto tomamos uma cerveja, vem causando comoção por conta da facilidade de sua divulgação.
No passado, as imagens, os sons as notícias, a dor, o desespero, a covardia do terrorismo, a desfaçatez dos defensores dessa ou daquela ideia ou pretensão, não era imediata.Não tinha cor. Não tinha som.
O episódio recente, cujo cheiro de sangue, vísceras, pólvora e lixo podemos imaginar, transcende e espanta. Começou com uma agressão desavisada por parte de uma tropa de assalto de uma entidade que se imagina credenciada a matar, estuprar, torturar, sequestrar indiscriminadamente um vizinho de fronteira. As razões clamadas caem por terra, quando a crueldade, a estupidez, a covardia, a prepotência e o fanatismo prevalecem.
O mundo indignou-se ao ver as cenas, gravadas pelos próprios terroristas,assassinando, indiscriminadamente. crianças, idosos e idosas, jovens e adultos , arrastando pessoas aterrorizadas sem entender o que estava acontecendo,num espetáculo de atrocidade impossível de imaginar.
Ao destampar a própria caixa de Pandora, conseguiram atrair para si todo o nojo, a repulsa, a condenação, a ira e a resposta ao ato perpetrado. Entretanto, não pararam de agredir o vizinho já ultrajado com o ataque covarde. Surpreendendo ao mundo, continuaram seu propósito declarado de extirpar tudo além de suas fronteiras, atirando e bombardeando com milhares de foguetes, as cidades e vilarejos, atingindo a vida com escolas, hospitais, comércio, gente jovem, gente idosa.
Agora, após perceberem o mal que, ao abrir suas mentes irracionais,atraíram para si mesmos,reclamam do sabor de pólvora, horror, tristeza, fome e tudo o mais que foram buscar em sua insanidade repugnante. Mas não pararam de atirar foguetes e artilharia sobre o território do vizinho que não os atacou! Não os bombardeou nem degolou seus recém nascidos, suas crianças, seus idosos, seus cidadãos.
Descaradamente, reclamam da desproporcionalidade da resposta ao seu vilipêndio. Reclamam da falta d’água, da falta de comida, da destruição que a resposta aos seus bombardeios com milhares de foguetes e sua ação de infantaria terrorista provocou.
E seguem atirando! E reclamando!
A insanidade dos terroristas é defendida por gente oportunista, em busca de um palanque mundial para suas pretensões de “estátuas de porta de cemitério”.Figuras pequenas. Escondem-se sob o manto da ambiguidade. Por que não condenar a continuidade dos ataques com foguetes e artilharia, em toda a fronteira norte e sul por parte dos terroristas chorões?
Que vantagem há em colocar o mundo em estado de estupor? Talvez estejam fazendo test drive de novos armamentos.
Quem sabe uma “síndrome do descalabro cruel” esteja corroendo as mentes senis de gente decrépita, perto de morrer, ainda em pé à custa da moderna medicina.
Quem é que vai tampar, novamente, a caixa da Pandora terrorista para voltarmos a viver em paz e sem sustos.
Postado por Raul Almeida
Em
20/11/2023 às 11h21
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