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Terça-feira,
28/11/2023
Sarapatel de Coruja
Raul Almeida
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Desde que D. João VI aqui chegou o conceito de Côrte jamais pereceu.
A República não extinguiu as benesses, vantagens, delícias e diferenças entre a nobreza moribunda e a luz dos novos tempos.
Saiu o Brasão Imperial, entrou o republicano.
Continuaram os espanadores de gases, os populares abanadores de flatulências, sempre atrás de algum figurão.
Depois de duzentos anos de independência muita coisa aconteceu.
Esperanças, expectativas, tentativas, acertos, erros e muita conversa fiada. Alguns períodos de relativa calmaria, bem relativa por sinal, e o nosso País foi trocando de regime até o que, hoje, somos uma Democracia.
Colônia, Império, República No.1, No.2, e vamos lá.
País do futuro, Celeiro do Mundo, o Petróleo é nosso, É tetra, É penta, Ame-o ou deixe-o… Várias formas de exaltar e provocar o patriotismo, o nacionalismo, o democratismo e outros ismos no povo.
O poder emana do Povo, pelo Povo, para o povo.
A frase solene pronunciada por Abraham Lincoln, é parte da Constituição Federal do Brasil de 1988, entretanto, ao exercer seu indiscutível poder, o Povo é conduzido, por vezes, a situações delicadas. As escolhas não cumprem o que prometem. Mudam de ideia, de discurso, de atitude. Raramente, confirmam as expectativas. Prevalece o Nepotismo, o Compadrio, a Prevaricação, a Mentira e Desfaçatez.
O Nepotismo é escancarado. Do primeiro ao quarto grau de parentesco, todo mundo é aquinhoado com uma sinecura, uma prebenda, uma boquinha.
O Compadrio é endêmico. Os "correligionários", os "de confiança", os indicados por amigos do peito.
A Mentira dispensa maiores explicações. É a atitude do " eu não soube", "quando me avisaram já tinha acontecido", "isto não é verdade"! É a falta de vergonha na cara muito necessária a quem se dedica a lidar com promessas e garantias vazias.
São estatísticas manipuladas, fatos descritos em versões mirabolantes e fantasiosas, enfim, falha na verdade nua e crua.
A Desfaçatez é o mais recorrente dos comportamentos daqueles que deveriam se ater às promessas, também cognominadas de "compromissos de campanha".
Depois de muitos anos de vida, acho muito engraçado, senão trágico, ver os que se oferecem para escolha, repetindo discursos que escutei há mais de 60, (sessenta) anos: o pobre, o pão, a fome, o lucro, a reforma agrária ( essa de morrer de rir) o trabalhador, os direitos ( sempre a frente dos deveres) o salário que não dá pra nada, etc, etc, etc, etc. Jean Valjean e seu Javert.
As promessas, planos e projetos que encantam e provocam a esperança de todos não tem limite. A falta de respeito ao público, ao eleitor, ao cidadão que está ouvindo o tro lo ló, é espantosa.
Aí está o Sarapatel de Coruja, uma analogia bizarra com o besteirol boquirroto, o discurso venturoso e vazio.
Mas vamos lá.
Um ano já se passou, o new Marco Polo segue incólume em seus périplos planetários, justificados com a busca pela paz no mundo,a proteção das criancinhas, os acordos , as cúpulas, os encontros, o séquito , a entourage, oops, a equipe, as assessorias. Greves ressuscitadas com instrumento de ação política, imbróglio entre poderes, quem é que pode o que.
Um Sarapatel de Coruja, com ou sem pimenta…
Postado por Raul Almeida
Em
28/11/2023 às 15h24
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