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Segunda-feira,
25/12/2023
Desobituário
Aden Leonardo Camargos
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Como observadora de nuvens e formigas, dei agora para desorientar palavras. O que nem é verdade o "agora" e só você saberia como. Este é o desobituário dos nossos não encontros. Comprei até uma camisa rosa lavado, bem bem lavado já há três encontros desocorridos. Era Natal também.
Você me ensinou como desatropelar intercorrências e agora aprendo outra língua além da nossa, só de teimosia, para aparecer para quem nunca me veria e acaso visse apenas teria visto… como fato fatídico nada vai acontecer diante do silêncio que venho acumulando para não ser vista de jeito nenhum. O que faz ventar são silêncios, eu vi quando subi aquela montanha. Dentro do fosso do mundo tem um pote de nuvens caladas. Só saem com o silêncio mexido - tipo fazer doce de leite - nuvens só se mexem com o vento, o vento é que toca o silêncio.
Como hipotéticos - enfim, já falei que disturbo palavras? Finalmente o enfim: como hipóteses já estamos indo fechar as janelas, nos ignorando sem querer. Tem muitas coisas na casa que já não vemos. Você até mandou foto da minha casa separada da sua. Não havia carros passando e as luzes dos postes ficaram oblíquas. Chamei de bela rapariga esse negócio de mandar foto da minha casa. Afinal, eu sei onde moro.
No silêncio das luzes oblíquas, onde nada pode sair de casa, fica delimitado e proibido de obliterações diversas e epitáfios.
Este é o desobituário. (Para o Nil)
Postado por Aden Leonardo Camargos
Em
25/12/2023 às 19h57
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