Escrever para não morrer | Andréa Trompczynski | Digestivo Cultural

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COLUNAS

Segunda-feira, 3/5/2004
Escrever para não morrer
Andréa Trompczynski
+ de 13200 Acessos
+ 15 Comentário(s)

"A única maneira de suportar a existência é refugiar-se na literatura como numa orgia perpétua."
Gustav Flaubert

Quem desejou viver só de escrever há de entender o que estou passando. A necessidade física de escrever leva à loucura. É impossível se livrar do vício, da ditadura daquelas frases se formando o tempo todo na mente, e algumas, aquelas que depois pensamos que teriam sido geniais, se perdendo para sempre, como aquele peixe que escapou e era o maior de todos. É claro que todos que têm esse bichinho inquieto dentro desejam viver só de escrever. Escrever e ler todo o dia, toda a noite. Mas como fazer isso limpando banheiros e lavando louça no Canadá?

Muito pior que ser escritor é ser um escritor pobre. Me senti mais pobre ainda quando vim morar aqui em Vancouver. Todo mundo é tão rico, bem-vestido e limpo que dá até vergonha das minhas roupinhas da C&A e Pernambucanas, nunca compradas à vista, é claro. Conversando com um amigo - também com essas sórdidas ambições literárias - ficamos horas falando sobre essa coisa. Rilke, em Cartas a um Jovem Poeta (um dos livros mais doloridos que já li, porque a inveja quase me matou, e, numa das nove ou dez vezes que reli, lembro-me que joguei o livro na parede, numa madrugada de inferno e lágrimas, por não ter aqueles olhos para a beleza que ele tem) diz que se você sondar a si mesmo, se perguntar se conseguiria viver se lhe fosse proibido escrever, e respondendo sinceramente descobrir que sim, não escreva.

Essa paixão doida, que todos os que possuem entendem a força torrencial da qual falo, está gritante na autobiografia do Garcia Márquez, Viver para Contar, que leio escondido no banheiro entre uma lavada de louça e uma fila de cafés expressos e capuccinos. Que doença maravilhosa... A decisão dele desde sempre de "ser escritor", a pobreza, as vergonhas, a timidez. E aquela tão conhecida sensação de mediocridade quando lemos algum desses autores semideuses nos dá um vislumbre da genialidade . E os escritores-que-precisam-trabalhar-em-outra-coisa ("jupiterianos", como nos chamamos em uma roda de alminhas perdidas na literatura) precisam fazer notas em guardanapos de boteco, tentar não esquecer aquela idéia genial que tivemos no ônibus e que daria um romance (infelizmente, tenho que usar um vício da internet depois dessa frase a acrescentar a palavra "risos...") ...risos..., ler em pé em filas de banco, dormir pouco porque sempre é nessa hora de dormir que nossa alma descabelada se agita toda e os dedos ficam febris por umas palavrinhas no papel ou no computador.

Um dia minha mãe perguntou: "por que você é assim, minha filha?" e me confessou que sempre desejou ter uma filha normal, que debutasse com quinze anos, que tivesse terminado a faculdade de Biologia (meu Deus, biologia...) e não desistido para poder passar mais tempo na biblioteca lendo e quem sabe até pegar uma asma, disse ela, nesses sebos empoeirados. E que não tivesse aquele olhar louco e desconectado nas festas de família, quem vai querer casar com você? Os jupiterianos certamente conhecem esse olhar no espelho. O corpo está ali, mas a alma está escrevendo.

Nós sabemos que não tem volta. Agora só resta dar um abraço no diabo porque a literatura é um caminho sem volta. Se você pudesse voltar atrás, abriria seu primeiro livro novamente? Ou escolheria a vida sem os tormentos da alma que escreve? Às vezes me pergunto isso, mas ainda não consegui responder. Outras vezes penso que eu seria mais feliz se não visse as coisas que vejo por culpa dos livros que subverteram minha mente, e, me pego a olhar alguma dessas mulheres normais que ficam tão felizes com um sapato de grife, um marido rico, uma gerência. Que apenas desejam uns peitões e um bom anti-rugas, não se atormentam com coisas como o que Mário de Sá-Carneiro estava sentindo naquela noite em que se matou num quarto de pensão vagabunda em Paris, após escrever aquela carta memorável para Fernando Pessoa.

O livro é como aquela pílula de Matrix. Eu sei, falar de Matrix é batido, ninguém fala mais, está fora de moda. Mas eu amo e vejo milhões de vezes se puder, aquela pílula para enxergar a realidade. Sempre lembro daquele homem no restaurante dizendo que preferia a ilusão. Mas agora não tem mais volta. Só resta escrever para não morrer.


Andréa Trompczynski
Vancouver, 3/5/2004

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
3/5/2004
20h56min
Certa feita vi, ilustrando a capa de um livro de filosofia, a reprodução de uma gravura na qual se podia ver uma janela com sua vidraça estilhaçada e isso me impressionou profundamente. Como no mito da caverna de Platão, uma vez que travamos contato com a literatura o que se descortina daí pra frente ou nos tornará pessoas "melhores" ou então nos engendrará num mar de "loucura e solidão" e aí só nos restará aquela perguntinha martelando lá no fundo: - será que sou eu ou o mundo que está errado?
[Leia outros Comentários de Gui]
4/5/2004
21h25min
O sol nasceu para todos, a sombra só para alguns. Batido isso não? Mas uma grande verdade. Sonhar é bom, mas com os pés no chão. Desculpem mas sou muuuito realista. Boa Sorte. Su
[Leia outros Comentários de Suely]
12/5/2004
11h57min
Gostei de seu artigo e entendo perfeitamente a aflição que toma conta dos escritores, quando outras circunstâncias impedem de continuar escrevendo... lendo... escrevendo... lendo... E mesmo quando os mesmos se tornam "bichos estranhos", "alienígenas", que não seguem as regras dentro da normalidade social. Como casar, escolher certas profissões, ter filhos, usar roupas de grife e outros ornamentos da moda, enfim... uma infinidade produtos da indústria cultural, que os meios de comunicação nos empurram goela abaixo. E os sonhos e desejos de escrever nos jogam num abismo que não sabemos onde vai dar. Mas é um vício maravilhoso, que eu também não quero deixar e aprimorar cada vez mais. E, como no texto de Flaubert que você citou, cinema e literatura me fazem suportar a existência que me desvia de meus desejos mais secretos. Abraços, Nádia Costa
[Leia outros Comentários de Nádia Costa ]
16/5/2004
13h25min
Lembra quando a Clarice ficou a sombra do seu marido nas suas viagens diplomaticas? Acho que essas interrogaçoes tambem passaram por sua cabeça... Um bom escritor pode se resguardar por muito tempo, mas um belo dia acontece de se expressar, como de fato uma estaçao faz, vem indiferente a tudo e a todos. O escritor sempre resiste as intemperies da vida, ele continua latente e um dia explode em arte...
[Leia outros Comentários de themis]
16/5/2004
19h21min
É tudo como está escrito no artigo. Mas tem mais uma coisa: será que sou só eu que, depois de tanta aflição querendo ler-escrever-ler-escrever-etc, perde a sensibilidade justamente quando o tempo vem? Fico o tempo todo querendo me livrar de tudo pra me dedicar à literatura, mas quando o tempo vem alguma coisa acontece e me deixa insensível... Esse, e não o outro, é o meu grande problema (porque não tenho nem nunca tive ilusão de ter tempo pra fazer o que gosto).
[Leia outros Comentários de Víktor Waewell]
2/6/2004
01h37min
Descobrir por acaso este digestivo cultural foi um presente divino. Estou simplesmente muito mais feliz!
[Leia outros Comentários de Carmem A. Paulino]
2/6/2004
02h13min
Sempre pensei no que seria de nós depois de alguns anos, alguns namorados, filhos, porres, clinicas, livros... Mas nunca tive dúvidas que tudo que viveu, que todas experiências com a loucura, te fariam alguém assim, tão intensa, interessante e divertida. "Viver demais mata".
[Leia outros Comentários de Michelle Pinto]
23/6/2004
10h20min
É possivel ser um apaixonado pela literatura, sem se perder na realidade...
[Leia outros Comentários de Roberta Alves]
7/1/2005
11h35min
Eu também adoro usar as metáforas de Matrix e não estou nem aí se agrega status ou queima o filme. Na realiadade, acredito que elas são ótimas e são perfeitamente aplicáveis à contemporaneidade. Sobre escrever, sim, peguei esse vírus, te entendo perfeitamente! Um abraço!
[Leia outros Comentários de Patricia Rocha]
23/1/2005
10h31min
Andréa Trompczynski, como te entendo. Invejável a sua coragem, que a maioria de nós não tem, deixando que o lado auto-crítico nos impeça de libertar lado o escritor. Não capitule. Não morra.
[Leia outros Comentários de José Geraldo Loures ]
27/2/2005
16h21min
Andrea, eu que tive uma vida não realizada no que seriam minhas mais sinceras paixões, que fiz as escolhas erradas por que eram as certas, que perdi a pouca noção de quem eu era para ser o que escolhi achando ser o "certo", contemplo os seus escritos e por um momento alço meu vôo. Um momento aqui, outro lá, em meio às receitas e aos pacientes, ouço a uma pequena voz que insiste. Palavras, sons, idéias que se esvairão no próximo segundo, quando eu pensar nas ordens insossas para o almoço de hoje, ou onde está a conta da luz?!! E elas se foram para sempre. Me conformo ao pensar: de que serviriam? Afinal quem se interessa por minhas palavras escritas? Novamente tudo recomeça. Agora são os sons de outro idioma que me perseguem insistentes, poesias que se me impõem! Mas como? escrevo tão mal em portugues e muito pior em outro?? Mas não há explicação, não posso evitar. Tem que ser assim. As palavras mais bravas chegam ao papel finalmente. Olho os escritos surpresa, amorosa e comovida, como se olhasse à um filho no berço. Guardo-as para mim secretamente. O pudor me impede de mostrar tantas tonterias, obscuridades de minha alma aparentemente simples e acomodada à sina. Aparências enganam, sabemos... As mais selvagens e exigentes enfrentam obstáculos e se mostram. Nua diante do leitor que me olha surpreso, ouço a pergunta? Foi você mesmo que escreveu? Bolas claro que fui e por que não poderia, sorrio complacente. Assim é escrever, escrever para não morrer ou pelo menos para sobreviver.
[Leia outros Comentários de Gaivota]
14/7/2005
17h48min
Ola', Andrea, gosto muito de seus pensamentos...
[Leia outros Comentários de daniel]
4/6/2006
11h57min
Andréa, teus textos... considero dos melhores... que lí no Digestivo, desde que o conheço, há cerca de 4 meses. Por que não escreves mais?
[Leia outros Comentários de eveline]
5/6/2006
12h26min
Andréa, pena que só agora eu vi esse seu artigo. Ele é maravilhoso, pois expressa exatamente o que se passa no coração e na cabeça de um escritor. Parabéns.
[Leia outros Comentários de Janethe Fontes]
24/1/2007
17h23min
Andréa, fiquei maravilhado com os detalhes temporais com que vc descreve seus pensamentos!!! Hoje me bateu uma certeza dentro de mim: É a fome pela literatura! Estou criando um projeto onde vou escrever um livro onde será focada a consciência humana e o seu habitat... Lendo vc fico com mais fome ainda! Parabéns.
[Leia outros Comentários de Márcio Chagas]
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