COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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20/7/2006 | | |
03h27min | |
| Homens e mulheres são mesmo diferentes. Uma das diferenças, muito pouco discutida, está no terreno literário. Há uma literatura feminina. Mulheres escrevem de certa forma e costumam ler coisas estranhas, às vezes. Vou dizer: Carpinejar é literatura feminina. Fique claro que não é uma frase depreciativa. Alguns escritores tentam o feminino; as mulheres são sempre mais espertas e não me recordo de alguma escritora que tenha tentado o inverso. Ainda bem, não ia dar certo mesmo. Ô, que tal um conto policial, uma crônica da morte anunciada ou (aí já estou pedindo demais) uns cem anos de solidão? Sacou? Solidão. Sem esse negócio de relacionamento o tempo todo. Estou tentado a escrever meu próprio livro de crônicas estilo auto-ajuda. Primeira frase: pare com essa viagem em busca da felicidade porque o homem (pelo menos o ser humano masculino) não nasceu pra ser feliz. Sei, sei, não ia vender nada.
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20/7/2006 | | |
04h14min | |
| Tenho aqui o livro do Carpinejar, mas não o li por inteiro ainda. Sei que tem muita coisa boa, e minha namorada adorou (acabei dando a ela um de presente). Acho que o Fabro se arriscou a lançar um livro de crônicas e todas elas basicamente sobre o mesmo assunto. E fez bem, porque pelo visto, o livro é um sucesso :) Sucesso merecido, óbvio.
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20/7/2006 | | |
10h45min | |
| Que me perdoem os freudianos, mas acho que Freud foi muito infeliz quando afirmou que "nenhum homem seria capaz de saber o que realmente povoa a cabeça de uma mulher".
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20/7/2006 | | |
15h18min | |
| Guga, em primeiro lugar, obrigada por seu comentário. Acho que você tem lido poucos livros escritos por mulheres. Talvez os textos que mais falem sobre relacionamento estejam nas revistas, e não nos livros. Se é com base nelas que você fez esse comentário, até posso te dar razão. Mas se você passar a ter um pouco mais de contato com a "literatura feminina", tenho certeza de que há de mudar essa opinião. A propósito: devem haver uns 100 títulos policiais de primeira qualidade de Agatha Christie e P. D. James. E "Cem anos de solidão" é um livro sobre vários relacionamentos, de várias gerações. Afinal, para falar de solidão é preciso falar também dos relacionamentos que não aconteceram, não é mesmo? Por último: caso você seja um "ser humano masculino", meus sentimentos. É muito triste a gente saber que já nasceu destinado à infelicidade.
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20/7/2006 | | |
17h35min | |
| Eu ando meio impaciente com esse papo de que somos indecifráveis, mesmo achando que é daí que saem as melhores piadas que conheço. Indecifráveis? Incompreensíveis? Como assim? Eu, de minha parte (é claro, de que outra parte seria, né?), ando achando os homens muuuito, mas muuuuuito mais estranhos que a gente. E vai tentar entendê-los... melhor é curtir mesmo, até porque o que a gente fica encasquetada em entender a gente não aproveita, né? E eu sou uma pessoa que gosto dos humanos, demasiado humanos.
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21/7/2006 | | |
19h53min | |
| não me entenda mal, mas quando o assunto é mulher, prefiro me divertir com Rubem Fonseca e Millôr Fernandes.
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22/7/2006 | | |
16h05min | |
| Oi, Adriana. Vou tentar um pedido de desculpas. O seu texto é ótimo e você tem toda razão em dizer que literatura feminina não é só sobre relacionamentos. Sei disso. Falha minha. Na verdade eu estava respondendo (meio impulsivamente) ao Carpinejar. Cem Anos de Solidão é um título que encerra uma fórmula de humildade pra qualquer escritor: declara um período de tempo (cem anos) e a forma de passar esse tempo (em solidão), para se escrever um livro bom. É claro que a gente troca "cem anos" até por "algumas horas", mas a solidão não se pode trocar. O Carpinejar, como você observou, tem estilo e uma prosa articulada mas me pareceu muito envolvido com seus leitores (que ele sabe que serão basicamente mulheres), como se já estivesse em noite de autógrafos. Quanto a busca da felicidade, penso que o ser humano (de ambas as espécies) pode buscar, não a felicidade, mas a coisa que a provoca. Correr atras da felicidade é ir atras de uma miragem e é meio auto-indulgente. Adriana, sou seu fã, juro
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24/7/2006 | | |
11h09min | |
| Ate' que ponto nao estamos so' discutindo condicionamento cultural? Sera' que a frase, “olhos nos olhos..”, toca o coracao de uma mulher em qualquer sociedade? Pela minha experiencia, acredito que nao... Sempre fico desconfiado quando propalam que "capturaram a alma de blablabla'"... Para mim, isso quer dizer mais que o sujeito absorveu e destilou a cultura da sociedade em que vive, do que necessariamente uma conexao mistica... Um texto ou poema que seja significativo para alguem sempre sera' uma experiencia individual... De pessoa a pessoa, cada um de acordo consigo, que se interessa ou nao. Quando se enlata um texto e se diz: ah, todas as pessoas desta ou daquela categoria se emocionarao, etc... Entao o autor simplesmente produziu uma formula. E, como sabemos, a originalidade e a sinceridade de uma formula certamente sao mais questionaveis (se e' o que voce estava procurando...). So' para terminar, muitos grandes autores entederam perfeitamente as mulheres de seu tempo. Dostoievski...
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10/8/2006 | | |
02h07min | |
| Adriana, querida, adorei o termo "comer". Homens de plantão: façam "cola", Carpinejar e doutorado no universo feminino, vocês vão economizar na farmácia... Adriana, parabéns pelo texto!
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24/8/2006 | | |
18h05min | |
| Adriana,
concordo com você que não existe qualquer diferença intelectual entre homens e mulheres. Ambos são capazes de escrever sobre qualquer assunto, qualquer coisa, qualquer tema.
Acredito mais na versatilidade ou na capacidadade das mulheres, que têm um dom todo especial em ver mais detalhes, em sonhar, em transformar tudo isto numa história.
As mulheres têm uma inteligência literária mais para o lado da ficção. Os homens são mais práticos, diretos, levados a escrever sobre não ficção, bibliografia, auto ajuda, etc.
Abraços,
Ivo
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27/11/2006 | | |
10h42min | |
| comprei o livro por indicação da dona da livraria (mulher, é claro). estou gostando da leitura. às vezes ele me parece querer por em palavras poeticas o universo da coletividade feminina, tentando adivinhar comportamentos e posturas da maioria. meio que um horoscopo feminino. até porque nao acredito em definições no que se refere ao ser humano. quer um exemplo? na cronica "O que quer o homem" (ou algo assim) me identifiquei com uma série de coisas que ele citou, mas não com todas. Somos, homens e mulheres, únicos, diversos sobremaneira, porque humanos. E graças a Deus por isso. Por tudo isso indico o livro. Traduz tipos de forma poetica, e nas insconsistencias, incongruencias e incoerencias, a gente acaba se achando, e achando muitas coisas... Abraços do Visconde.
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14/2/2010 | | |
20h46min | |
| De todas as complicações do universo, nenhuma se compara a dicotomia "sexo irracional/dever racional". Sendo os homens portadores de monstruoso dilema, só pode ser artimanha (mais uma) deles para desviar o foco do problema da humanidade. E não me venham com a réplica de que mulher também tem sexo irracional, pois falo de chumbo grosso, tipo: estupros, pedofilia, Joseph Fritzl, revista Playboy, sexo pago, entre outras fontes de desordens e trágicas complicações.
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17/8/2012 | | |
11h15min | |
| Carpinejar é um estudioso das mulheres, da vida e da sociedade. Sempre vale a pena refletir sobre suas palavras.
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