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Segunda-feira,
30/1/2012
Tebow é Fé
Daniel Bushatsky
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Não é fácil prometer fé, esperança e amor, muito menos se comprometer mundialmente com estes símbolos e os significados que eles trazem em países pobres ou para pessoas carentes, mas é justamente isto que Tim Tebow anuncia em seu site. Às vezes a ajuda será monetária, às vezes será através da realização do sonho de uma criança doente. O grande sonho, em geral, é conhecer seu maior ídolo, que somente poderia ser Tim Tebow.
Para quem não sabe, Tebow é um dos jogadores de futebol americano mais admirados dos Estados Unidos, atuando na importante posição de quarterback, com muito destaque, colecionando elogios e prêmios.
Ele não é somente famoso pelo jeito bonitão ou por suas jogadas fantásticas, mas também pela famosa entrada em campo, rezando para que Jesus o proteja, bem como com seus números (estatísticas) que se assemelham a passagens bíblicas (a mais citada é João 3:16, após ele dar um passe de 316 yards - uma distância considerável).
Tebow é para alguns o representante de Deus na terra e nas palavras de Bryan Fischer, da Associação da Família Americana, odiá-lo é como odiar Jesus, pois "Jesus Cristo vive em Tebow".
A dúvida sobre sua divindade cresceu nos Estados Unidos da América quando o Broncos, time de Denver, Colorado, perdeu o jogo e foi desclassificado do campeonato nacional. Tom Krattenmaker, estudioso e autor de livro sobre atletas cristãos questionou em reportagem no USA TODAY, de 16 de janeiro de 2012, se "Quando Tim Tebow perde, Deus perde, também?".
Na sua opinião, logicamente religião e esporte não caminham juntos (quem quiser saber mais deve ler "Onward Christian Athletes", de Tom Krattenmaker). Na minha opinião, também estes dois ópios não andam juntos, mas ambos podem servir para um propósito maior: solidariedade.
Ou seja, qual é o efeito prático da devoção do jogador do Broncos? Ele inspira crianças e adultos, arranja fundos para hospital e mostra que se você tiver fé, poderá ter esperança e amor.
Não é necessário acreditar em Deus para querer ter o que Tebow promete ou para acreditar em um mundo melhor.
Se é jogada de marketing, não sei, mas pelo menos é mais bem feito do que a Fundação de Neymar, que somente sairá do papel quando o banco que o patrocina colocar a mão na massa.
O importante não é a fé religiosa, mas sim a fé de que as pessoas podem ser melhores, com pequenos gestos e isto Tebow tem passado com grandeza para que milhares de crianças acreditarem em um futuro melhor.
O resultado quando comparamos a postura de pessoas religiosas com suas atitudes na prática muitas vezes não são muito animadores e parecem paradoxais e isto inclui desde jogadores de futebol a pastores de igrejas evangélicas.
Na prática, religiosos e esportistas deveriam prestar atenção em suas posturas, pois não é novidade que em um mundo globalizado e com rápido acesso à informação, que seus deslizes viram moda em segundos e suas esquisitices serão seguidas por milhões.
Dar o exemplo não significa ser um religioso e doador com o jogador americano. Já é suficiente não entrar em brigas ou fazer declarações polêmicas. Se der, a estrela ainda pode fazer pequenas doações ou fazer uma criança realizar seu sonho. Imagina como o mundo já não estaria melhor....
Ou seja, precisamos de mais Tebows!
Não sei se quando Tebow perde, Deus perde, mas sei que quando Tebow perde, seu exemplo de bom menino, esforçado, perde!
O que sei mesmo é que quando Tebow perde, a fé, a esperança e o amor perdem, também!
Daniel Bushatsky
São Paulo,
30/1/2012
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