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Segunda-feira, 7/7/2014
A firma como ela é
Adriane Pasa
+ de 5300 Acessos

Relutei em fazer um texto com temas corporativos, mas não resisti. Essa vida que a gente leva na "firma" precisa ser levada a público, compartilhada de alguma forma com playboys, artistas, profissionais liberais, donas de casa, neohippies ou qualquer pessoa de pouca sorte que não faça parte deste maravilhoso mundo que não é de Marlboro. São dias tão intensos de trabalho e prazer, estresse e fúria e entre mortos e feridos, todo mundo está lá no dia seguinte de novo com um sorriso meio amarelo para garantir um holerite decente no fim do mês.

A grande verdade (pelo menos para mim, que faço parte desta fantástica experiência há bastante tempo) é que o mundo corporativo nada mais é do que um microcosmo do que se vive "lá fora". É onde está o verdadeiro significado de diversidade (palavra da moda) e resiliência. E chatice. E gente careta. Claro, tem a parte boa. Senão 90% do mundo já teria explodido em AVC ou assassinado seus colegas com uma metralhadora. Mas acho que a melhor parte só é vista por quem tem lentes bem-humoradas ou não se leva tão a sério assim. Não há nada mais chato que aquele que acha a sua profissão ou função a coisa mais importante do mundo, que entra nas reuniões com cara de quem está entrando na sala da ONU, que idolatra o chefe, que coloca a empresa como a coisa mais importante de sua vida, que tem discurso pronto, que diz que "detesta falhar", que não consegue rir das situações mais hilárias do mundo (que estão com certeza no mundo corporativo). Estas pessoas acabam virando um "tipo", caricaturas de si mesmas que podem perder a credibilidade e admiração com o passar do tempo, principalmente entre os mais jovens, que não estão nem aí pra maioria das baboseiras tradicionais do mundo empresarial. Tenho fé que essa geração nova vai mudar um pouco o dia a dia das corporações. Acho que já está mudando. Porque tudo poderia ser mais fácil, menos burocrático e as relações hierárquicas muito mais simples.

Tem uma definição de dicionário que explica o que é corporação assim: "Corporação é um grupo de pessoas que agem como se fossem um só corpo, uma só pessoa, buscando um resultado comum". E é exatamente aí que mora a confusão, porque nem todo mundo trabalha desta forma. Óbvio que cada empresa tem sua missão e seus valores e quem não concorda com isso que vá buscar outro emprego (afinal, é tão fácil, rápido e tranquilo arrumar outro emprego de uma hora pra outra). Mas, como acontece na vida em sociedade, nas empresas também têm muita gente preocupada só com seu próprio umbigo. Junte a isso o convívio de oito horas diárias com aqueles que chamamos de colegas de trabalho e são totalmente diferentes de nós, alguns com egos tão inflados que precisam dormir em beliches (uma cama para si e outra para o ego). Pronto, temos um desafio. "Desafio", aliás, é uma palavra que virou um clichê muito bem usado no mundo corporativo para disfarçar o que na verdade nada mais é do que um grande "pepino" pra resolver. Antigamente chamar um funcionário e dizer "temos um desafio para você" era algo bom, a pessoa sentia-se privilegiada, com o ego lá em cima. Hoje, a tal geração Y dá uma risadinha desse lugar-comum e já sabe que a tradução disso é "lá vem bomba!". Esperto esse povo que cresceu tomando Toddynho na cama. Eles põem a mão na massa e encaram as coisas, mas sem hipocrisia e com um pouco mais de leveza.

Outros termos também são usados para disfarçar o verdadeiro significado das coisas no mundo empresarial. Por exemplo, "feedback" = bronquinha light pra ver se a pessoa se toca que precisa melhorar, geralmente antes de mandá-la embora. "Coaching" = orientação para a pessoa que não se toca de jeito nenhum e o chefe já cansou dela e terceirizou o serviço para um profissional de aconselhamento, que tem mais paciência e técnicas para lidar com isso. Geralmente serve pra gente que não sabe de qual caminhão caiu. "Benchmark" = ato de verificar o que outro faz de melhor, porque ele é muito melhor que você, senão você não iria atrás disso. "Brainstorm" = conversa maluca onde todos falam ao mesmo tempo e todo mundo quer aparecer mais e anotam ideias que acreditam que servirão pra alguma coisa, mas na verdade, a maioria acaba engavetada. "Budget" = grana curta que se tem para os projetos anuais, mas podem cortar ou revisar a qualquer momento. "Deadline" = prazo final que nunca é o final de verdade, pois se disserem a verdade as pessoas se enrolam e entregam um dia depois. "Empowerment" = aquilo que nunca deveriam dar a certas pessoas e deveriam dar a outras . "Job rotation" = troca de trabalhos e projetos entre funcionários e áreas, que serve na verdade para comprovar que alguns são incompetentes em qualquer lugar mesmo e que outros são tão bons que podem trabalhar em qualquer projeto que vai dar certo. "Stand-by" = termo que geralmente o pessoal da gestão usa para acalmar os ânimos, mas na verdade é algo que nunca mais vai sair do papel, por mais que digam que é só uma pausa. "Turnover"= índice que quando está alto indica que a empresa é realmente um lugar horrível de se trabalhar e ninguém deveria mandar currículos pra lá mesmo que o salário seja alto. "Workaholic" = pessoa que não tem vida pessoal ou tem e odeia, geralmente é quem tem marido ou mulher chata e detesta ir para casa. Aí quer que todos os funcionários, ops, colaboradores também fiquem trabalhando até mais tarde junto com ela. Ai, que dó. Dos colaboradores.

O cinema já produziu alguns filmes muito bons sobre este tema. Segue uma lista com alguns que recomendo. São histórias que mostram aspectos do cotidiano de forma cômica, exagerada ou trágica. Quem não faz parte deste mundo cheio de códigos terá a oportunidade de assistir a cenas que traduzem um pouco essa vida louca. Os pobres mortais que fazem parte disso e batem seu ponto todo dia podem ver como a arte imita a firma e relaxar um pouco. Antes de matar seu chefe, colega ou a impressora, sugiro que assistam.

Como Enlouquecer seu Chefe (Office Space, 1999), de Mike Judge. - Cult movie, uma das melhores comédias que eu já vi. Tem uma cena com uma impressora que é simplesmente fantástica e tem até paródia. (O povo da T.I. vai adorar este filme)

O que Você Faria? (El Método, 2005), de Marcelo Pineyro - Sete executivos disputam uma única vaga em uma empresa e o filme se passa todo em uma sala onde começa uma espécie de jogo e muito "sangue no zóio".

O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, 2006), de David Frankel - ótimas atuações e figurino fashion pra qualquer mulher pirar. Vai fazer você achar a sua chefe uma santa.

The Office, série de humor de TV exibida pela NBC, criada por Ricky Gervais, Greg Daniels e Stephen Merchant, adaptada de uma série britânica de mesmo nome. Ou pode ser uma série britânica que foi adaptada para os americanos. É uma overdose de escritório num humor impagável, as duas versões são boas, cada uma com seu típico humor.

O Corte (Le Couperet, 2005), de Costa-Gavras. Roteiro adaptado de um livro de mesmo nome, com o excelente ator Bruno Davert como protagonista, é um filme de tirar o fôlego. Um cara desempregado simplesmente sai matando todos que têm a sua profissão na cidade, para que ele consiga uma vaga. Ixi, tô dando ideia.

Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment, 1960), de Billy Wilder. Um puxa-saco resolve agradar os chefes e empresta o apartamento para encontros com a mulherada. Só podia dar confusão. Um clássico.

Deixo vocês com a música do Tim Maia, dizendo o que ninguém tem coragem de admitir. Afinal, todo mundo tem contas pra pagar, né? ;-P



Adriane Pasa
Curitiba, 7/7/2014

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