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Domingo,
13/7/1986
Apresentação - Luís Fernando Amâncio
Luís Fernando Amâncio
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Geralmente, as pessoas conhecem Três Corações pelos seguintes motivos: 1) Pelé nasceu lá; 2) é caminho para São Tomé das Letras; 3) por causa da famosa marca de café - que nem é da cidade.
A mim não foram dadas essas opções: conheci Três Corações porque foi onde nasci. Isso no longínquo ano de 1986, que legou ao mundo alegrias como a visita do cometa Harley, o Master of Puppets, do Metallica, o segundo título do São Paulo F. C. no Brasileirão (clubismo detectado/ a final foi em 1987, mas isso é detalhe) e os jogos de vídeo-game Adventure Island e Castlevania.
Quando eu tinha 18 anos, me mudei para Belo Horizonte para cursar História na UFMG. Não me perguntem o que motivou a escolha, é capaz de até hoje eu não ter a resposta. Não foi para virar professor, já adianto. Dar aulas é algo que você faz por ter talento e/ ou gostar muito da atividade. Não se faz pelo dinheiro. Eu não tinha nada disso - nem dinheiro, inclusive.
Mas eu gostei do curso. Aprendi muito enquanto pensava no lugar do homem no tempo, em memória e no tanto que a "verdade" é uma ilusão de ótica. Fui feliz, amigos e amigas, tanto que emendei um mestrado na mesma área. O título da minha dissertação foi "Ação, logo, cinema: o engajamento político do movimento de Cinema Novo a partir de sua produção escrita e do filme Garrincha, Alegria do Povo (1963)". Grande, né? Tenho bastante orgulho desse trabalho, sobretudo por ele ter sido, minha despedida da vida acadêmica. A dissertação está disponível, caso algum destemido leitor queira conferi-la, AQUI
Lá pelo meio do mestrado ficou bem claro para mim que eu sou feliz mesmo é escrevendo literatura. Porque só felicidade justifica continuar nessa labuta, caro leitor, cara leitora. Na verdade, esse prazer vem de pouco depois que me alfabetizei. Numa tarde entediada de sábado, resolvi juntar o parco vocabulário que eu tinha e escrevi uma história. Não lembro direito do que se tratava, sei que era algo sobre um pato e, eu chutaria, uma lagoa. Nada demais. Entretanto, minha família ficou bastante comovida com minha manifestação espontânea em escrever algo sobre uma ave. Deveriam ter pensado se não era um pouco preocupante um menino de sete anos preferir escrever em pleno sábado a brincar - no mínimo, eu precisava de renovação no meu estoque de brinquedos, mas tudo bem. Ficaram bem felizes. E eu gostei da experiência, de saber que as pessoas poderiam ficar interessadas em alguma coisa que eu criasse.
Nos últimos anos participei de antologias de poemas, crônicas, contos e microcontos. Até que, em 2014, publiquei meu primeiro livro, Contos de Autoajuda para Pessoas Excessivamente Otimistas, pela Editora LiteraCidade. Como podem ver, gosto de títulos grandes - vai ver é porque tenho nome composto, sei lá. A publicação ocorreu porque fui um dos selecionados em prêmio literário promovido pela editora paraense. O texto de divulgação do livro dizia o seguinte:
"Acreditar nos seus sonhos, crer que o dia de amanhã será ainda melhor, achar que a humanidade está dando certo... Tudo isso é muito válido. Mas não se engane: o otimismo em excesso pode ser um perigo. É importante ter os pés no chão, até porque no caminho há degraus. E quando a vaca está indo para o brejo, mais do que gritar "força, vaquinha, você consegue!", pode ser mais útil chamar um guincho."
Sou também um dos blogueiros do Digestivo Cultural. Você pode acessar minha página clicando AQUI
E pode saber mais sobre mim na entrevista de apresentação que concedi, junto com minha irmã, Angélica Amâncio, para o blog do Digestivo: Entrevista com os Irmãos Amâncio
Capa de Contos de Autoajuda para Pessoas Excessivamente Otimistas
Luís Fernando Amâncio
Belo Horizonte,
13/7/1986
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