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COLUNAS

Terça-feira, 6/10/2015
Se a vida começasse agora
Luís Fernando Amâncio
+ de 3000 Acessos

O Rock in Rio é, de longe, o maior festival de música do Brasil. É quando os grandes jornais, portais de internet e, sobretudo, a emissora de televisão de maior audiência no país, dão destaques a bandas de rock. É quando sua tia comenta com você sobre o vocalista que pulou nas grades de contenção ou o visual estranho de alguma banda.

A primeira edição do evento, em 1985, foi emblemática. O país vivia um momento de transição em sua história política, encerrando seu regime militar e reencontrando a democracia. Poucos músicos internacionais colocavam o Brasil em suas turnês e o Rock in Rio, idealizado pelo produtor Roberto Medina, os trouxe aos montes à Cidade do Rock.

Minha primeira experiência com o evento foi em 2001, na sua terceira edição. Eu tinha 14 anos e entrei de gaiato numa excursão que deixou Três Corações rumo ao dia do heavy metal daquela edição, com Sepultura, Rob Halford e Iron Maiden como atrações principais. Eu já começava a gostar de rock, mas, a bem da verdade, só fui ao Rock in Rio como condição para que minha irmã pudesse ir. Qual irmão caçula nunca cumpriu esse papel?

Dos shows, para ser sincero, ficaram poucos flashes, já um tanto embaçados. Lembro do Sepultura fazer o público "sair do chão" abrindo sua apresentação com "Roots Bloody Roots" - subiu também uma tonelada de poeira. O Queens of the Stone Age foi um tanto sabotado pelo público, que queria som mais pesado, mas seu repertório me deixou uma impressão positiva. E o Iron Maiden, é claro, deu ao público o espetáculo que todos queriam. Mas aquele Rock in Rio me marcou mais pela aventura que foi. Lembro de estar na fila para entrar três horas antes dos portões se abrirem, às 14h30. O sol não foi solidário e brincou de ser maçarico sobre nossas cabeças. Eu era muito novo e estar ali era uma grande diversão. Mas ao fim do dia, meu corpo sentiu um cansaço que eu desconhecia a existência.

14 anos e uns meses depois, agora com quase 30, voltei ao Rock in Rio, na sexta edição do evento no Brasil. Fui ver Mastodon, Faith No More e Slipknot. Fiquei impressionado com o tanto que o evento cresceu. Não no público, que até minguou, mas na estrutura: virou, literalmente, um parque de diversões. Inúmeras opções para alimentação, infelizmente mais inflacionadas do que o dólar, e lojas vendendo artigos diversos - inclusive a famigerada lama de 1985. Agora, inclusive, não há mais chance para poeira ou lama incomodarem o público, pois o chão foi revestido por grama sintética. Novos tempos. Sem falar nos banheiros, bem mais dignos do que aqueles que eu encontrei em 2001. Um ponto negativo é a caminhada a que a organização submete os fãs, uma vez que a estação de BRT mais próxima, por onde chega a maioria do público, está há mais de um quilômetro da Cidade do Rock. Em todo caso, o evento está se fixando na periodicidade bienal e, enquanto fã de música, eu louvo sua vitalidade.

A música tema do Rock in Rio, composta por Eduardo Souto Neto, diz: "Se a vida começasse agora/ E o mundo fosse nosso outra vez/ E a gente não parasse mais de cantar, de sonhar". Mas a vida não está começando agora para a maioria de nós. E é um desafio lidar com isso. A danada passa rápido demais. Avaliar o que mudou comigo entre um Rock in Rio e outro me assusta. Num momento, eu estava deslumbrado, não querendo perder um segundo do festival, vibrando com cada novidade. Agora, sou daquela parte do público que se poupa chegando mais tarde e que prefere afastar-se do palco quando a euforia juvenil transborda em moshes. Sem falar nas dores nas pernas, costas, a impaciência com pessoas falando durante o show, com os empurrões... 14 anos não são 14 dias.

Em uma entrevista para o New York Times, o cineasta Woody Allen respondeu da seguinte forma ao ser perguntado sobre o que sentia a respeito do processo de envelhecimento: "bem, sou contra". Parece-me uma observação bastante sensata sobre a questão. Envelhecer é quase indefensável. Entretanto, lembrando da sensação de ver as apresentações do Faith No More e do Slipknot, tendo a ser um pouco mais otimista: indo a bons shows de rock, envelhecer fica bem mais suportável.


Luís Fernando Amâncio
Belo Horizonte, 6/10/2015

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