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Quinta-feira, 2/6/2016
Um safra de documentários de poesia e poetas
Elisa Andrade Buzzo
+ de 5700 Acessos

Tivemos neste ano e em 2015 a exibição, em grandes festivais em São Paulo, de documentários sobre poetas ou personalidades visceralmente ligadas ao universo da poesia. Sabemos que haveria muito mais a fazer, mas já é um motivo de felicidade para quem gosta, para quem faz poesia e para a cultura brasileira em termos de memória e resgate.

Massao Ohno – poesia presente, de Paola Vargas, que estreou em 2015 na 39ª Mostra Internacional de Cinema, faz um registro da cena editorial da poesia paulistana nas décadas de 60 a 90 a partir da figura do editor Massao Ohno. Depoimentos de amigos e poetas editados por ele, assim como familiares, imagens de arquivo e entrevistas com Massao feitas pela diretora dão um tom multifacetado ao documentário, sobrepondo-se a personalidade irrequieta e com ares excêntricos do editor e artista gráfico, morto em 2010.

Já em abril deste ano, na 21º edição do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários, dois documentários cariocas sobre poetas estrearam. Walter Carvalho, na primeira exibição do documentário Manter a cordilheira sem o desmaio da planície, todo dedicado à vida e obra do poeta Armando Freitas Filho, falou rapidamente ao público de sua inclinação ao tema poetas e poesia. “Eu sempre quis saber como vive um poeta. Ele pega ônibus, vai ao supermercado? Como ele acha a palavra do poema?”, disse.

Reflexões sobre o amor, a morte, a condição existencial e também uma espécie de guia do pensamento poético de Armando são alinhavadas por uma montagem eficiente. O poeta, com sua gagueira e percepção de mundo sui generis, se mostra como uma personagem bastante cativante. As locações das filmagens, em sua casa na Urca, num hospital desativado (que acaba gerando uma brincadeira com sua hipocondria), rendem belas imagens com detalhes sutis, como o sol se pondo ao final do documentário, em uma conversa sobre a morte.

Cacaso na corda-bamba, dirigido por José Joaquim Salles e PH Souza, aborda de forma bastante completa a vida do poeta, compositor e desenhista Cacaso, Antônio Carlos de Brito. Um documentário vibrante, dinâmico e sensível, como se mostra o próprio Cacaso, com farto material de arquivo, depoimentos de familiares e figuras da música e literatura, e muitos originais do poeta, até mesmo algumas vezes mostrados em forma de animação. Na abertura do festival, Salles frisou o papel do documentário não deixar a obra de Cacaso, que morreu jovem, aos 43 anos, ser esquecida.

Considerado um dos grandes nomes da poesia marginal dos anos 1970, Cacaso não só teve grande atividade como autor, mas também agitador cultural no cenário carioca da época. O longa explora sua figura divertida, cabelos longos, sandálias de couro, bolsa a tiracolo; alguns depoimentos dão uma visão transparente de sua personalidade. O resgate de sua infância na fazenda em Minas Gerais, assim como sua mudança para o Rio de Janeiro ainda menino em decorrência de problemas com asma dão um panorama bem completo também de sua vida. Criado para ser fazendeiro, Cacaso teve um destino bem diferente do que era o esperado pela família, destacando-se no cenário das artes.

Tanto Armando quanto Cacaso nos contam histórias curiosas sobre encontros com grandes poetas, como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. E o que posso imaginar dessas histórias dos poetas iniciantes reverenciando os mais velhos é uma espécie de “passagem de bastão”. Em ambos os documentários há um interesse e preocupação em mostrar cadernos dos poetas, seus originais e processo criativo. Vemos uma abertura de processo de criação corajosa e bonita, por parte de Armando. Uma artista múltiplo que já parecia estar à frente de seu tempo, no caso de Cacaso. Toda uma vida baseada na poesia. Ainda, o que vemos nesses três documentários é a personalidade marcante e carismática de pessoas totalmente voltadas ao mundo da poesia, tendo-a como principal mote de suas vidas, que acabam sendo excelentes personagens, quase que ficcionais.


Elisa Andrade Buzzo
São Paulo, 2/6/2016

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