Em 2009, quando lancei o blog Som do Norte, pode-se dizer que estávamos na Pré-História das redes sociais. Quem dominava esse mercado aqui no Brasil era o Orkut, e nos Estados Unidos e parte da Europa o MySpace – sim, ele pretendia ser uma rede social, embora tenha se destacado por algum tempo pelas postagens de músicas. Mesmo assim, sem liberar um código para inserir as canções em sites, blogs ou outras redes sociais, pode-se dizer que o MySpace tinha uma interface monolítica, ainda mais se comparado com o talvez seu principal sucessor, o Soundcloud.
Num cenário como o descrito, era útil e por vezes até necessário para artistas e bandas independentes entrar em contato com os principais sites e blogs existentes, voltados para o tipo de som que faziam e/ou o recorte geográfico em que se inseriam, uma vez que estes espaços, geralmente criados por jornalistas ou aficionados da área, acabavam se tornando referência e atraindo a audiência de um público que poderia se interessar pelo som daquela banda X (ou daquele artista Y).
Esse cenário começou a se modificar, pelo menos no Brasil, a partir de 2011, com a ascensão entre nós do Facebook, tomando então o lugar que já tinha sido do Orkut e (pasmem) do Twitter até ali. Desde então, não param de surgir espaços onde o próprio artista pode falar diretamente com seu público – e ponha aí Instagram, Google +, LinkedIn, Snapchat e váááárias outras, como vemos na imagem, que inclui até sites que nem pensamos ser uma rede social, como o YouTube. O que acontece é que grande parte dos sites mais acessados do mundo acabou adotando a lógica de rede social, o que, se por um lado pode incomodar alguns internautas, por outro abre uma série de oportunidades para quem precisa se comunicar com um público amplo e divulgar seu trabalho artístico, como por exemplo... artistas e bandas independentes! Yeah!
Se criar um site exigia, quase sempre, a contratação de um webdesigner, e para manter um blog era recomendável que houvesse disciplina e regularidade nas postagens, com as redes sociais o trabalho fica bastante facilitado, pois até mesmo de um celular você pode postar em redes como o Instagram. Já uma plataforma como o Snapchat, onde tudo o que for postado deixará de existir no dia seguinte, abre a porta para uma informalidade impensável num site institucional da banda.
Mas, independente do canal que você escolher para falar com seu público, algumas coisas não mudam. É importante manter um certo nível de linguagem (pode ser informal, sim, pode incorporar algumas gírias e mesmo emoticons, porém não deve ser indecifrável para a maioria das pessoas, salvo se você quiser mesmo falar apenas com um nicho muito específico). É fundamental manter uma periodicidade nas postagens – não precisa ser a toda hora, nem diariamente, mas fica estranho você entrar no perfil de uma banda em atividade e a postagem mais recente ser o anúncio de um show de novembro de 2014. Talvez, se sua carreira decolar, você precise contar com a colaboração de alguém – de preferência um profissional da área de comunicação, nem sempre sua namorada ou seu primo vão ter tempo ou vão saber lidar com as demandas cada vez mais frequentes e elaboradas que irão surgir. E com as próximas redes a serem criadas, é claro.