"Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.
"Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha."
(Fernando Pessoa, Livro do desassossego [Companhia das Letras, 1999, 536 págs.])
Ninguém sabe nada. [Calma! Como assim?] Ninguém sabe quase nada. [O que você quer dizer com isso?] Muita gente sabe quase nada. [Bom, já melhorou...] Muita gente sabe muito pouco. [Até aí, concordo!] Tem gente que sabe muito pouco. [Claro, sempre tem.] Tem gente que ignora certas coisas. [Eu, por exemplo!] Algumas pessoas ignoram certas coisas. [Não diria algumas, diria muitas...] Algumas pessoas são um pouco relapsas. [Distração acontece com todo mundo.] Há um sujeito um pouco relapso. [Só um?] Há um sujeito que, de vez quando, escorrega um pouco. [De quem você está falando?] Ninguém tem como não escorregar de vez em quando. [Ninguém!] Ninguém tem como saber tudo sobre tudo. [Ninguém!!] Ninguém sabe tudo. [Tudo, assim "tuuudo", ninguém sabe mesmo...] Logo, ninguém sabe nada sobre coisa nenhuma.
Sobre português, então...
Hoje é pecado não falar português errado. O mau português virou língua oficial. Ai de quem se meter a besta e conjugar os verbos corretamente; ai de quem, mesmo que por acaso, acertar todos os plurais; ai de quem, na maior cara de pau, conseguir se entender com todas as concordâncias - e ai daquele que, num acesso de loucura, cometer um texto ou uma fala em português impecável (!). [Vai ter de, no mínimo, lavar a boca com sabão. Vai ter de largar a mão de ser pedante, arrogante, orgulhoso e aprender a falar, de uma vez por todas, que nem todo mundo fala! Escrever como a maioria escreve!! E não como essa minoria metida a besta, que se acha "dona do mundo"!!! Vocês não estão como nada, viu? Só porque "foram para escola"?? Só porque "estudaram"??? Acham que isso é grande coisa, é???? Só porque "tiveram condições"????? Num país como o nosso, vocês deviam era ter vergonha! Vergonha!! Vergonha na cara!!! Vergonha, tá ouvindo? Vergonha desse saber todo! Onde já se viu!! Estudar, aprender e saber!!! Onde já se viu isso!!!!]
Bom, enquanto isso não acontece, vamos trazer um pouco de luz a algumas almas interessadas. Vale a pena lembrar que conhecer melhor o português não faz mal a ninguém. Não dói, não causa alergia e não tem contra-indicação. Só custa um pouquinho. (Afinal, nada é de graça neste mundo, não é mesmo?) O interessado vai ter de pensar um pouco mais antes de falar ou escrever. Vai ter de se policiar, digamos assim. Quem sabe até consultar dicionários... O que não é nada complicado. Hoje, com o Houaiss e o Aurélio em CD-ROM, em um minutinho a pessoa tira suas dúvidas. Na internet, também. Com a gramática, a coisa é um pouco mais complicada, claro. (Mas não é muito, viu?) Bastam algumas regrinhas e a pessoa já está tropeçando bem menos nas pedras do caminho. Óbvio que para se aperfeiçoar de verdade custa um pouco. Mas ninguém aqui vai querer saber tudo, assim "tuuudo", não é mesmo?
Bem, então vamos lá. Primeira lição. Já que estamos no início, vamos falar dos números. Gente, todo mundo aqui sabe contar, não sabe? Estou falando dos numerais cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, etc. E os ordinais, vocês conhecem? Primeiro, segundo, terceiro... Então, pessoal, muita atenção agora: - Não existe dia um do mês! Não existe. Simplesmente nããão e-xis-te! É sempre, repetindo, sempre, dia primeiro. Para qualquer mês, não importa qual! Dia primeiro de janeiro, dia primeiro de fevereiro, dia primeiro de março - e assim vai, até dia primeiro de dezembro. Nunca, pelo amor de Deus, nunca falem "dia um", em nenhuma hipótese. Nem sob tortura. "Dia um", nem pensar. Lembrem-se sempre, lembrem-se! (Aliás, por que será que em inglês vocês acertam [first, second, third, fourth] e em português vocês erram?)
Próxima. Continuamos com as unidades. Muito cuidado, pessoal, quando forem ao açougue ou à padaria: nunca peçam quinhentas gramas de qualquer coisa. Isso porque "grama", no feminino, é a grama do jardim - não é "o" grama da balança! (Sim, eu disse "o grama". Masculino. Sempre masculino.) Portanto, quando for mandar fatiar aquele lindo apresuntado, ou aquela bela peça de mortadela (e não "mortandela"), pese cem, duzentos, trezentos, quatrocentos, quinhentos gramas! Viu, como é fácil? Quinhentos gramas! Eu sei que parece bobagem, mas no reino dos pesos e das medidas existem coisas que podem vir a se tornar graves. Na categoria "restaurantes", por exemplo...
Restaurantes por quilo, para ser mais específico. Em alguns lugares do Brasil, eles (os donos de restaurante) grafam "comida a quilo", quando querem vender almoço ou jantar por peso. Pode até estar certo, o que eu duvido, mas evitem, por favor, o cacófato (aquele som que sai quando você junta os fonemas da frase; no caso: "comida aquilo" - aquilo o quê?). Na dúvida, evitem. Outra coisa: "quilo" se escreve sempre assim: "quilo"; e abrevia-se sempre assim: "kg". Logo, não existem aberrações como "kilo". Muito menos, "comida por kilo". "Comida a kilo", então, se você encontrar, fuja. Para complementar, "self-service", uma expressão que obviamente não é português, mas que dá também trabalho aos nossos lingüistas. Já vi e ouvi de tudo, inclusive "serve serve-se" (primus inter pares). Mas esta lista está muito light, vamos pegar mais pesado agora.
Subjuntivo. Por que ninguém gosta do subjuntivo? (Ele é tããão legal...) O mais comum é errar o pretérito imperfeito do subjuntivo. Eu sei que ninguém sabe o que é isso, mas vocês logo vão reconhecer. Quando alguém fala "se eu (alguma coisa), eu (alguma outra coisa)". Então atenção, minha gente, muita atenção: - Não existe se eu queresse, se eu fazesse, se eu vesse. Totalmente errado. O certo é: se eu quisesse, se eu fizesse, se eu visse. Do mesmo jeito: quando eu quiser, quando eu fizer, quando eu vir (e não "quando eu ver") - que é o famoso futuro do subjuntivo. Viram como é simples, o subjuntivo? Conjuguem o subjuntivo, meus amigos, conjuguem! Só tem mais um tempo, esse modo: trata-se do presente do subjuntivo. Eu sei que vocês também não sabem o que é, mas vamos lá. Aqui acontecem os erros mais grotescos. Por exemplo: "Que eu já seje presidente, ninguém mais duvida". Ou então: "Espere até que eu teje de posse de plenos poderes!". "Seje" e "teje" são algumas das maiores aberrações que esta terra já produziu. Seja e esteja, por tudo o que há de mais sagrado! E policiem suas línguas, vinte e quatro horas por dia!
Outra que todo mundo erra, até intelectual, articulista e colunista de jornal. (A expressão é pavorosa, ninguém deveria usar, mas aqui vai...) Pessoa-chave. Esse tipo de substantivo composto, quando vai para o plural, só recebe "esse" na primeira palavra. Ou seja: pessoas-chave; e nunca: pessoas-chaves, com esse horrível "esse" final. Isso porque as "pessoas" são do tipo "chave". Essa é a regra. Faço aqui uma lista de outros substantivos compostos, já no plural, para você nunca mais errar: guarda-chuvas, porta-bandeiras, quebra-quebras, troca-trocas, grão-mestres, banhos-marias, couves-flores, mestres-salas, obras-primas, quintas-feiras, prontos-socorros, bota-fora (invariável), saca-rolhas (também invariável) e chefes-de-seção.
Passemos a outro tópico interessante: crase. Sei que todo mundo tem trauma daquele acento agudo ao contrário; também sei que vocês nunca vão acertar a crase de todo - mas podemos, enfim, tentar. Para começar, não existe crase antes de palavra masculina. Assim, nada de "à prazo", "à pé", "à princípio". O correto é, obviamente: "a prazo", "a pé", "a princípio". Sempre? Seeempre! Depois, não existe crase antes de verbo. Portanto, vamos abolir: "à partir de", "à julgar pelo que foi dito aqui", "ela está à pedir minha permissão". Consertem e anotem: "a partir de", "a julgar pelo que foi dito aqui", "ela está a pedir minha permissão". Por último, algumas expressões que vocês podem decorar porque, em 99,99% dos casos, elas pedem crase: "às vezes", "amar à beça", "ficar à vontade", "divertir-se à grande", "banhar-se à francesa", "leitão à pururuca". (Vocês não usam todas? Pois deveriam usar!)
Está acabando, está acabando... Agüentem, agüentem! (Olha o trema aí, gente. A Folha de S. Paulo interditou, mas vocês podem continuar usando sos-se-ga-dos. Ele segue valendo. Ainda mais em palavras como: cinqüenta, seqüência, lingüiça, lingüística... e por aí vai.)
Advérbios. Amigos, os advérbios, em geral, não variam. Só quando estiverem errados. Assim, não aceitem expressões como "menas fome" e "meia cansada". Não importa quem, como, onde, quando e porquê, o certo é: "menos fome" e "meio cansada". E já que entramos em política, recordem-se daquela anedota do professor de português: - Quem tem um pobrema, na verdade, tem dois: um para resolver; e outro, sério, de gramática. Aliás, já repararam como os políticos, em seus discursos (principalmente os improvisados), vão emendando uma porção de orações num mesmo período? Eu sei que vocês detestam análise sintática, mas temos de evitar o que Tom Wolfe chamou de "o matagal dos quês". Antes de tudo, quebrem os parágrafos longos em pequenas frases inteligíveis. Em seguida, acertem os "quês" de acordo à conjugação do verbo. Por exemplo: não escrevam "acessórios que preciso" e sim "acessórios de que preciso". Existe até uma marca de uísque divulgando o seguinte lema: "Transforme as pedras que você tropeça nas pedras de sua escada". Atribuída a Sócrates, coitado! Se ele falasse português, diria "as pedras em que você tropeça" e não essa barbaridade que está aí. Regência, meus caros, regência!
Algumas regras de bom senso, para arrematar. Jamais usem ":" (dois pontos) para notação de horas. Isso é divisão! Horas é assim, ó: 18h56min. (Não é "56m" porque "m" é abreviatura de metros, não de minutos.) Ainda no universo das datas, é favor não grafar os nomes dos meses e dos dias da semana com letra maiúscula. Só em inglês é assim. Logo: quinta-feira, 7 de novembro de 2002. Vírgulas. Sejam econômicos e, pleeease, jamais separem sujeito de predicado. Nunca escrevam: "Eu, não sei; eu, sou um pobre rapaz; eu, dancei". Nunca, nunca! Inglesismos. Além do gerundismo (esse que todo mundo sabe, mas mesmo assim não pára de errar), há outros, tão ruins quanto, ou piores. Os computacionais, por exemplo (sempre com equivalentes precisos em português): printar (imprimir); inputar (cadastrar); deletar (apagar); setar (configurar); startar (começar); bookar (agendar); clusterizar (agrupar) - e toda uma infinidade de barbarismos similares. Há também aqueles substantivos feios e chatos de se pronunciar, com sufixo "abilidade": usabilidade (usability); adaptabilidade (adaptability); confiabilidade (reliability). Ah, e não suprimam o artigo definido quando falarem do Brasil e estiverem se referindo ao nosso país. É extremamente antipático analisar qualquer coisa "em termos de Brasil". Lugares-comuns, há vários. Os mais banais e na moda atualmente são: belíssimo(a), para qualquer coisa média ou supostamente boa; e uma boa opção, para tudo o que você puder imaginar.
A regra básica é: tenham piedade de seus interlocutores; sobretudo, os de olhos e ouvidos bem abertos. São sensíveis como Bernardo Soares, o heterônimo de Fernando Pessoa.
"Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie - nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.
"Não choro por nada que a vida traga ou leve. Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar."
(Fernando Pessoa, Livro do desassossego [Companhia das Letras, 1999, 536 págs.])
A Língua Portuguesa é, sem dúvida, elemento de ligação da unidade pátria (adjetivo), sentimental e culturalmente. Hoje, tão desprestigiada e corrompida. Mas, creio que a quebra de regras, gramaticais, sintáticas e estilísticas, faz parte, lamentavelmente, de um contexto desregulamentador, que pretende promover a anomia e o caos. Com que objetivos, doutrinários e/ou ideológicos, quem os defende, propositalmente, não os deixa claros. A criminalidade, a desordem e as contradições de todos os gêneros, aí nas manchetes, serão os produtos e sub-produtos dessa forma meio anárquica, que prevalece.
Há uns dias fui retirar uma mala que tinha anteriormente deixado armazenada no setor de guardados da rodoviária Novo Rio (Rio de Janeiro). O funcionário do atendimento me perguntou quando eu havia entregue a referida mala e, em resposta, disse que tinha sido no dia primeiro. Para minha surpresa, ele não entendeu! Primeiro o que? - perguntou. Diante de sua inusitada reação decidi insistir 1) no linguajar correto (não é o culto que tem que se adaptar ao primitivo e sim the other way around); e 2) resistir à tentação de ser bonzinho e tentar ensiná-lo a falar corretamente, não teria muito cabimento. Mas aqui acho louvável a iniciativa de nosso editor. Cheers!
Olá, amigos defensores da língua...
Achei o texto interessantíssimo... Mas, parei para pensar e refletir - reflexão baseada em altores como Ataliba T. de Caxtilho e Marcos Bagno - por que é dia primeiro e não dia um? por que depois dizemos dia dois, três, quatro? A analogia com o Inglês é um tanto o quanto vaga, pois as datas dos meses em ambas as línguas não seguem a mesma regra. Não seria (veja o uso do futuro do pretério, indicando possibilidade!) um certo saudosismo insitir em ensinar regras e conceitos os quais não são usados pela maioria das pessoas quando falam a língua brasileira? Sim, língua brasileira! Há quinhentos anos não somos colônia portuguesa e temos o direito , sim, de conhecermos a nossa língua! Até quando professores de português e gramáticos insitirão nas próclises, ênclises e mesóclises, nos futuros ("ensinarei", ao contrário de "vou ensinar", como todos falamos - ou quase todos, certo?)nas conjuções para as orações coordenadas. O fato é que o ensino deste "português" não tem favorecido à cidadania. Basta verificar os resultados do Pisa!
Meus amigos letrados devem ter ficado escandalizados com meu comentário. E não pelo conteúdo, mas pelos erros. A mesóclise no inicio da frase, usada no título foi proposital, para enfatizar o conteúdo que foi tratado no texto. No entanto, autores é escrito com u, não com l, como digitei; na palavra insistirão faltou um s;é pretérito, não pretério;e, acima de tudo, um erro de informação: o Brasil não é colônia portuguesa desde o século XIX, ao invés dos quinhentos anos, que são, na verdade, o período correspondente ao descobrimento.
Agora é que serei estigmatizada pelo mau uso da língua por não ter revisado o texto antes de enviá-lo!
Só tenho adizer o que em 1962 me cara professor dea Língua Portuguesa me disse "Se sabes falar corretamente ,faça-o, não se importe com comentérios pois pedradas de ignorantes fazem cicratizes de glória ..."
O que mais assusta é o total desinteresse das pessoas pela leitura.Ora, quem não lê não escreve e muito menos fala corretamente.Não se pretende uma população falando um português quase castiço, mas uma população que saiba inserir seus neologismos com competência e que, especialmente, respeite a língua pátria.Não podemos esquecer que os portugueses nos deixaram um País continental que fala uma só língua.Um feito realmente notável.Vamos, portanto, preservar essa riqueza incalculável, pois ela é que nos dá identidade.
Obrigado rigorosamente a todos. José Pereira (#1), também acho que a língua não pode viver numa camisa de força, apenas insisto num mínimo de respeito (que hoje não existe). Toni (#2), nossos compatriotas, além de semi-analfabetos, também são um pouco surdos. Geane (#4 e #5), não fiz analogia gramatical com o inglês, apenas disse que - quando se trata de uma língua estrangeira - as pessoas se esforçam para seguir as regras (sem questionamentos). Antonio Maria (#6), você e o José Pereira (#1) perceberam o preconceito que nós, faladores criteriosos de português, às avessas sofremos. Álvaro de Carvalho (#7), claro, a leitura é o que falta; mas enquanto ela não se faz presente (como deveria), vamos corrigindo as gentes. Agradeço ao Sérgio (#8) e a todos que sugeriram aperfeiçoamentos ao texto. Um abraço cordial, Julio
Caro Julio, agradeço por este bálsamo...
Eu explico:
Acabo de sair de um Blogger de um amigo (a convite do próprio), onde era ressaltada a importância da transformação da nossa agonizante Língua Portuguesa... Ressaltava-se os palavrões fazendo parte da linguagem de uma forma tão normal (como era exposto no "artigo") e defendendo a banalização de nossa língua, chamando isso de positivo. Por absoluta incapacidade, muitos defendem o que chamam de popularização da língua... Estou cansado de encontrar pessoas que me convidam para conversar sobre "as coisa da vida tomando um chopp de dois real"... Creia!!! Descobri hoje esta página e já está em meus favoritos... Porque, como poeta, preciso disso... ver que existe o contrário do que acabei de ver no tal blogger. Parabéns!
Caro Celso Brasil (#10), na verdade, "bálsamo" foi a sua mensagem. No fundo, eu sabia que os poetas iriam me entender! Confesso que a luta pelo "minimamente bom" português já é antiga. Tenho aqui, inclusive, um texto de alguns anos atrás. Leia e depois me diga o que achou. Abraços, escreva sempre, Julio
Parabéns!!!!! Somente surge isso, neste momento: esta pequena expressão, para agradecer pela sensibilidade com que trata a nossa língua portuguesa. Sem palavras diante de tanta veracidade no que li, enquanto, hoje em dia vejo, a língua portuguesa sendo tratada como algo comum (ou mesmo vulgar), em nome de uma "estilística". Respeito a estilística, mas, antes de tudo e qualquer coisa, respeito a língua que falo, pois somente ela é o retrato de quem sou.
Julio, gostei do texto pra caramba!! Quem está no meio literário ou jornalístico, quem teve acesso a uma boa educação, quem quer escrever ou entender a língua, em toda sua grandeza, tem que saber a norma culta e usá-la adequadamente. O que me incomoda mais são aquelas pessoas (principalmente professores) que usam a linguagem culta para que sejam inalcançáveis, para condenarem seus discípulos às trevas eternas. E o pior: quando desvirtuam a norma culta, usam e abusam do gerundismo, usam "a nível de", "eu, enquanto professor", "vou estar elencando alguns temas.." Argh!! Socorro! Com a minha experiência em sala de aula, penso que nunca devemos desmerecer a linguagem do aluno(classe pobre), mas sim trazê-la para a classe e, a partir daí, mostrar que existem outros registros de língua mais valorizados, que eles precisam conhecer e dominar para terem novas possibilidades e melhores condições de enfrentar a realidade. Mostrar a diferença entre oralidade e língua escrita. Dá certo! Bj. Dri