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COLUNAS
Terça-feira,
3/12/2002
Viver Mata
Clarissa Kuschnir
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"Viver Mata" é um filme mexicano dirigido por Nicilàs Echevarria e que entra em cartaz na próxima sexta-feira.
Confesso que quando entrei para assistir na sessão para imprensa eu nem sabia do que se tratava.
Sentei-me confortavelmente em uma das salas dos espaço Unibanco e, quando o filme começou, pensei: deve ser mais um filme chato - e de violência. Acho que, às vezes, fazemos um julgamento errado do filme (principalmente pelo título). Mas foi tudo diferente - e desta vez errei feio. "Viver Mata" é muito divertido e completamente despretensioso.
Dei uma boa dose de risadas, assim como meus colegas jornalistas presentes na sessão - o que quer dizer o filme realmente agradou.
A fita narra a vida de dois personagens: Silvia (interpretada pela atriz Suzana Zabaleta) e Diego (interpretado por Daniel Gimenez Cacho). Silvia é uma locutora de rádio e Diego, um artista visual que se encontra em crise. Ambos acabam se conhecendo em uma situação hilária e se fazem passar por pessoas diferentes. Para você entender melhor: eles mentem sobre seus nomes verdadeiros e acabam se envolvendo como dois jovens apaixonados durante um dia inteiro.
O gozado é que eles não mentem apenas sobre suas identidades, mas também sobre todo o resto. Tudo bem que uma mentirinha de vez em quando não faz mal a ninguém... mas em "Viver Mata" tudo é fantasia. Isso é que acaba deixando o filme interessante: a essência dele se baseia no "inventar histórias" para que o casal central acabe se aproximando e se apaixonando.
A história é narrada pelos personagens em flashbacks no dia seguinte ao encontro deles. Ambos revivem aquele intenso momento juntos, contando para seus melhores amigos. Silvia, enquanto trabalha na rádio, não desgruda de sua produtora que quer a todo o custo saber os mínimos detalhes. Diego passa o dia ao lado de dois amigos no trânsito infernal da Cidade do México (um trânsito para desesperar qualquer paulistano e para mostrar como somos "felizes").
Outra passagem engraçada é quando Silvia está no apartamento de Diego e vê o veneno para baratas no chão da cozinha. Vai até lá e lambe. É incrível como a personagem tem fixação por veneno de baratas desde a adolescência (segundo ela mesma diz para Diego).
É curioso ver o trabalho de Silvia como a radialista sexy, que todos os homens desejam. Uma personagem bastante sensual. A cidade do México é mostrada através do rádio, por meio de um outro locutor. Diego, como artista visual, faz ratos, baratas, lagartixas, vômitos - tudo de mentiria -, daqueles que costumamos ver em lojas de brinquedos.
Ambos os atores foram maravilhosos em seus papéis e formaram a sintonia perfeita para viver dois adultos em busca de uma grande paixão. E, no final, eles acabam descobrindo que estavam mentindo e... a verdade até perde um pouco da graça. Afinal, a mentira foi a melhor coisa que eles realizaram, pelo menos para viver um dia de felicidade e paixão. Ou quem sabe, para viver a vida toda.
Para ir além
Ficha técnica do filme
Viver Mata
(Vivir Mata, México, 2002)
Direção: Nicolás Echevarria
Elenco: Daniel Gimenez Cacho, Suzana Zabaleta, Emilio Echevarria, Luis Felipe Tovar
Duração: 92 minutos
Distribuição: Fox
Clarissa Kuschnir
São Paulo,
3/12/2002
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