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Terça-feira,
5/1/2016
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Redescobrir as palavras, reinventar a vivência
>>> A alteridade como viagem, a linguagem como descoberta, eis os dois núcleos de Sem Vista Para o Mar, obra de estreia da escritora Carol Rodrigues, considerada o melhor livro de contos do ano tanto pela Biblioteca Nacional quanto pelo prêmio Jabuti - neste último, tendo concorrido com nomes já estabelecidos como Sérgio Sant'Anna, João Ubaldo Ribeiro e Humberto Werneck.
por Duanne Ribeiro
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Memorial de Berlim
>>> No Memorial de Berlim, assisti a depoimentos de pessoas comuns que viveram aqueles anos. Por que não fugiram enquanto era tempo, enquanto havia apenas postos de controle, quando o trânsito entre leste e oeste ainda era possível? Porque é dificil deixar o lugar onde se vive e eles não acreditavam que sua liberdade estivesse ameaçada. E assim adaptaram-se às novas ordens.
por Marilia Mota Silva
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It's evolution, baby
>>> Novembro terminou com o frisson da Black Friday. Milhares de pessoas se acotovelaram em shoppings, sedentos por produtos em promoção. Outros tantos deixaram um pouco de lado seus hobbies prediletos, como trocar insultos na internet, para buscar pechinchas em sites de venda. O canto da sereia para o ser humano moderno é um anúncio de desconto. Mesmo que seja a metade do dobro.
por Luís Fernando Amâncio
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E não sobrou nenhum (o caso dos dez negrinhos)
>>> Escrito em 1939, "O caso dos dez negrinhos" está, sem sombra de dúvida, entre o melhor de Agatha Christie. Uma história tão boa que acabou sendo adaptada ou simplesmente imitada dezenas de vezes, de filmes a episódios de "Uma família da pesada". Publicado dezenas de vezes, teve seu título mudado para "E não sobrou nenhum" para atender ao politicamente correto, mas continua fazendo enorme sucesso e sendo a demonstração cabal da habilidade de sua autora em construir tramas policiais.
por Gian Danton
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No encalço do Natal
>>> Estou no encalço do ônibus biarticulado iluminado. Há anos quero estar dentro dele e sentir o espírito de Natal em movimento pelas ruas da cidade. Aperto o passo, chego a correr e consigo alcançar sua porta. Afinal, este ônibus deve ter natureza simpática e acolhedora, então talvez aguarde seus passageiros com certa doçura natalina.
por Elisa Andrade Buzzo
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Notas confessionais de um angustiado (II)
>>> Raimundo Carrero escreve que "o trabalho literário exige disciplina e método. Com rigor". Não tenho ambos, mas tento alcançá-los através dessas anotações diárias e pela obrigação de cumprir prazos de entrega impostos pela academia. Sobre as imposições acadêmicas, posso não ter o trabalho aceito da forma como está sendo levado. Sigo, porém, os conselhos do Carrero: "não acredito em escritor que não corra riscos."
por Cassionei Niches Petry
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Estudo de uma tensão
>>> O filósofo romeno Constantin Noica dizia que a filosofia só era possível na cidade, espaço do convívio com as pessoas nas ruas, no mercado, no vai-e-vem da experiência humana. Será difícil discordar deste ponto de vista. O problema é que a cidade, que cria as condições para o filósofo existir, não costuma simpatizar muito com ele. A gloriosa Atenas da Antiguidade, que gerou um Sócrates, foi a mesma que acabou por matá-lo, dando início a uma tensão que permanecerá no interior da cultura ocidental.
por Celso A. Uequed Pitol
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As sobras completas, poesias de Jovino Machado
>>> Jovino é um poeta do balacobaco. Sua poesia cria um espaço de diversão, nonsense e delírio que é raro entre a turma das letras. Coitado de quem espera aquela seriedade cozida em sofrimento, trauma ou perturbação emocional nos seu poemas. De romântico, o poeta só tem a verve boêmia. E essa verve (com sua filosofia de bar, não sisuda) está presente na maior parte de sua criação. Resumindo: Jovino está mais para Oswald de Andrade do que para Drummond e muito menos ainda para João Cabral.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Uma entrevista literária
>>> Atualmente, não é difícil publicar. Existem editoras pequenas e autopublicação a baixo custo. O difícil é ser levada a sério, ser lida de verdade, conseguir algum tipo de inserção no ambiente e no mercado literário. Por isso insisti no caminho dos prêmios, antes de partir para a publicação por uma editora pequena. Com o Prêmio Sesc, obtive não só uma chancela como a publicação pela Editora Record, com distribuição nacional e tiragem de 2 mil exemplares - um luxo no Brasil, ainda mais para um livro de contos.
por Marta Barcellos
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Os encontros dos estranhos
>>> Onde foi mesmo que topamos? Num filme egípcio da mostra, numa ópera tupiniquim num teatro de bairro? Enquanto a maioria sai acompanhada e consome pipocas gigantes, litros de refrigerante, estamos assim, sozinhos, tranquilos, dialogando com nossos próprios olhos e seguindo nossa programação cultural com unhas e dentes. Parece que temos gostos culturalmente parecidos, mas não nos conhecemos e nunca conversamos - é melhor que continue assim.
por Elisa Andrade Buzzo
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O que não fazer em época de crise
>>> Que o Brasil atravessa uma profunda crise econômica, não é novidade alguma, já há meses os noticiários deixam isto bem claro. Inclusive me surpreendi ao escutar, em pleno mês de setembro, um jingle de Natal tocando no som de uma grande loja de departamentos, em Salvador (ouvi certa vez que, quanto piores as vendas ao longo do ano, mais cedo as lojas canalizam a atenção do consumidor para as compras natalinas, consideradas o ápice do movimento anual).
por Fabio Gomes
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A escrita boxeur de Marcelo Mirisola
>>> Não adianta entrar no ringue achando que vai ganhar. Logo no primeiro round, o maior boxeador da literatura brasileira contemporânea, Marcelo Mirisola, vai esfacelar suas crenças, suas certezas, suas pieguices, seu bom mocismo mental (ou padrão politicamente correto e burro), seu retardamento cultural, seu modus vivendi de anta... tudo vai cair na lona, e logo na primeira porrada. Como disse Aldir Blanc, "Mirisola não é odara" e se você enfrentá-lo "perderá os dentes".
por Jardel Dias Cavalcanti
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Man in the Arena 100 (e uma história do Gemp)
>>> O fato é que, desde 2010, o Leo e o Miguel criaram o maior acervo, em vídeo, sobre empreendedorismo, na internet, no Brasil. Começaram olhando para a câmera, do Mac do Leo, passaram pela Pto de Contato, onde eu gravei com eles, passaram pelo auditório da FIAP e, hoje, estão na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. Com a chegada do número 100, a centésima edição do Man in the Arena, resolveram organizar um evento, de um dia inteiro, convidando todos os entrevistados que já passaram pelo programa.
por Julio Daio Borges
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Os olhos brancos de Deus
>>> Quem já não imaginou sua vida numa tela de cinema, com boa fotografia, roteiro perambulando pelas ruas brilhantes da cidade, acompanhando o escovar dos dentes e o amanhecer pessoal, com aspecto sutil de cinema nacional? Pois aquela calçada, se tivesse tido uma câmera instalada, teria acompanhado, registrado mesmo, meu crescimento, indo do colégio para a faculdade e de lá para o que mais se espera? Haveria um filme bruto, sem edição, com uma vida de passagem que eu mesma não sei, nem imagino, apesar de tê-la percorrido.
por Elisa Andrade Buzzo
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Livro das Semelhanças, de Ana Martins Marques
>>> A poeta Ana Martins Marques lançou este ano, pela Companhia das Letras, "O livro das semelhanças", seu terceiro livro de poesia. Lançada inicialmente pela Editora Scriptum, com "A vida Submarina", de 2009, publicou ainda, pela Companhia das Letras, o livro "Da Arte das Armadilhas", em 2011. O novo livro é dividido em várias seções, cujos títulos são "Livro", "Cartografias", "Visitas ao lugar-comum" e "O livro das semelhanças". Formam um conjunto interessante de poemas que dão conta daquilo que está proposto nas seções.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Julio Daio Borges
Editor
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