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Terça-feira,
21/8/2018
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Os olhos de Ingrid Bergman
>>> Eles estão em Casablanca, África, no Marrocos francês. Rick é dono do lugar mais badalado da cidade, o Rick's Café Américain. Taciturno, temido, cioso de seu negócio, foi obrigado a fugir de Paris, quando os alemães tomaram a capital francesa logo ao início da II Guerra Mundial. Fugindo de Paris, deixou para trás Ilsa Lund, ninguém menos que Ingrid Bergman, cuja beleza em Casablanca atinge a plenitude.
por Renato Alessandro dos Santos
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Não quero ser Capitu
>>> Quando se relê um clássico depois de alguns anos e após falar tanto sobre ele em sala de aula, pode-se ter uma decepção, ainda mais para um sujeito como eu que tem uma memória muito ruim. Leio e esqueço o que leio. Reli Dom Casmurro, para muitos o melhor romance de Machado de Assis e, confesso, mudei um pouco minha percepção sobre a obra...
por Cassionei Niches Petry
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Desdizer: a poética de Antonio Carlos Secchin
>>> A ampla criação poética de Antonio Carlos Secchin, publicada no livro Desdizer, pela editora Topbooks, em 2017, reúne sua produção dos anos de 1969 até 2017. É um bom momento para se acompanhar a trajetória de um poeta através das transformações de temas e formas porque passa sua poesia. Não cabe a esta resenha ter uma visão clara desse percurso, mas apenas chamar a atenção para algumas questões que envolvem sua poesia.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Pra que mentir? Vadico, Noel e o samba
>>> Vadico e Noel, juntos, deixaram 12 músicas. Trabalho a quatro mãos; trabalho que legou obras-primas como "Feitiço da Vila", "Conversa de botequim", "Feitio de oração", "Pra que mentir?", dessas canções que alegram os ouvidos da gente. Chamar Noel de letrista parece pouco àquele que, não fosse a música, vagamente teria sido médico, mas, o mais provável, é que fosse infalivelmente poeta.
por Renato Alessandro dos Santos
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De quantos modos um menino queima?
>>> Você diz: é o mesmo sol no mesmo céu, as mesmas estrelas na mesma noite, o mesmo planeta no mesmo espaço sideral, os mesmos tempos nos mesmos dias, a mesma casa, o mesmo quarto, o mesmo sangue, o mesmo ardor, o mesmo gosto, o mesmo você. O devir patina, se irrealiza. Não é o que você diz? Então diga. "Labyrinth", do Cure, é uma música que se move...
por Duanne Ribeiro
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Entrevista com a tradutora Denise Bottmann
>>> Leitores da área de ciências humanas com certeza conhecem Denise Bottmann. Nomes como os de Argan, Longhi, Edward Said, Arendt, Thoreau, Thompson, George Steiner, Eagleton, Matisse, Virginia Woolf, Duras, Sam Shepard, dentre tantos outros, tiveram suas obras traduzidas para o português graças ao excelente trabalho como tradutora que Denise Bottmann desenvolve desde 1985, em línguas como o inglês, francês e italiano.
por Jardel Dias Cavalcanti
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O Brasil que eu quero
>>> A Copa do Mundo de futebol começou e você já deve ter ouvido aquele velho discurso: "eu quero que o Brasil perca, leve outro 7 a 1, porque se vencer, o povo vai achar que está tudo bem e a corrupção vai continuar". Tudo bem, as ligações entre esporte e política são sempre mais estreitas do que gostaríamos. Mas o raciocínio de que o futebol tira o foco do torcedor de outras questões, no meu entendimento, precisa ser superado.
por Luís Fernando Amâncio
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O dia em que não conheci Chico Buarque
>>> Os ídolos já estão velhos, mas enxutos, mumificados numa coisa indescritível, uma gosma de juventude, uma casca eterna de relevância paira sobre eles; haja o que houver, sempre haverá um palco negro e cortinas pesadas a separar ficção e realidade e sobre ele se incidirá uma luz tremeluzente. Envelhecida sou eu, indo a cada vez mais para o futuro e deles me distanciando...
por Elisa Andrade Buzzo
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Um Furto
>>> "Aquele rapaz acabou de tirar produtos da prateleira e enfiar dentro da jaqueta". O que fazer, caro leitor? Correr atrás dele pelo estabelecimento gritando "peguem o ladrão"? Fazer todo um alvoroço, talvez conseguindo sua apreensão por algum segurança e a revelação de seu furto? Ou "seus furtos"? Chamar a atenção sobre mim e garantir cinco minutos de fama como herói de supermercado? Estimular comentários como "o mundo está perdido", ou, "eles fazem isso para trocar por droga"?
por Ricardo de Mattos
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Mais outro cais
>>> O bairro completa 20 anos. Eu devia estar caminhando para o vão do Pavilhão de Portugal, cuja diabrura me lembra um pouco o vão do Masp, ou ainda, devia estar contando como foi a comemoração do aniversário do Parque das Nações, nascido da Exposição de 98; no entanto, pretiro o espetáculo de fontes luminosas e prefiro escrever sobre os encantos da doca abandonada em seu extremo sul.
por Elisa Andrade Buzzo
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A falta que Tom Wolfe fará
>>> Mais do que qualquer outra coisa, Tom Wolfe celebrou a glória da civilização norte-americana, em seu entender uma metáfora pra o espírito humano, sempre à procura de uma nova conquista -- nenhuma conquista seria maior do que a conquista da lua, narrada em Os Eleitos, talvez seu melhor livro. Tom Wolfe nunca teve vergonha de se declarar e, sobretudo, de se vestir com um conservador. E nunca perdeu o senso de humor.
por Rafael Lima
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Reflexões sobre a Liga Hanseática e a integração
>>> Situados para além dos limites do Império Romano e separados pela península dinamarquesa, o Mar do Norte e o Mar Báltico compunham na aurora do século IX uma grande via, unificada pelo comércio, pela geografia e pela cultura, em grande medida oposta a outra grande via, também unificada pelo comércio, pela geografia e pela cultura, onde Roma e seu vasto Império nasceram: o Mar Mediterrâneo.
por Celso A. Uequed Pitol
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O massacre da primavera
>>> A rinha aconteceu no Théâtre des Champs Élysées, à noite, em Paris. "A estreia resultou no mais famoso escândalo da história da música", diz Harold C. Schonberg, em A vida dos grandes compositores (2010). "Praticamente ninguém no público estava preparado para tamanha dissonância e ferocidade, tamanha complexidade e estranheza rítmica". A plateia xingava e gritava, rebelando-se contra a música e a dança.
por Renato Alessandro dos Santos
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Raio-X do imperialismo
>>> Ao terminar a leitura de A política externa norte-americana e seus teóricos, de Perry Anderson, não pude deixar de lembrar de uma frase pichada em vermelho nas paredes do velho Viaduto Otávio Rocha, que se destaca em meio às outras pichações ali presentes. A frase pichada é "O imperialismo é um tigre de papel". A lembrança veio justamente porque, logo em seguida, imaginei o que Perry Anderson diria diante dela. Algo me diz que sorriria ironicamente, como bom britânico.
por Celso A. Uequed Pitol
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A Fera na Selva, filme de Paulo Betti
>>> Com adaptação da novela A Fera da Selva, de Henry James, eis que chega aos cinemas brasileiros um filme que é uma lufada poesia no nosso tão desencantado e comercial cinema atual. O filme tem tripla direção: Paulo Betti, Eliane Giardini e Lauro Escorel, que participa como diretor e fotógrafo do filme. Um trio de criadores para lá de inventivos e que fez da novela de James uma belíssima "transcriação".
por Jardel Dias Cavalcanti
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Julio Daio Borges
Editor
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