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Terça-feira,
22/9/2020
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Meu malvado favorito
>>> Venho cada vez mais descendo ladeira abaixo. Pleonasmo conta? Conta. Primeiro, foram os filmes, que, em proporção a séries, hoje vejo cada vez menos; antes disso, decerto, veio alguma outra coisa, mas não me lembro exatamente o quê; então, como viver suplanta qualquer tentativa modorrenta de arrancar da memória um espasmo qualquer, deixo tudo pra lá e me concentro no agora, e o agora anda terrível. T.E.R.R.Í.V.E.L., você sabe. Coronavírus, Bolsonaro, 2020 de um modo geral.
por Renato Alessandro dos Santos
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A pintura do caos, de Kate Manhães
>>> Se a tela pretende-se uma nova Guernica, aqui o esfacelamento vai além da referência histórica (no caso da obra de Picasso, o bombardeio de uma cidade espanhola pelos fascistas). O que Kate propõe é uma interpretação mais geral da humanidade. Quem está destroçado é o homem como um todo, ou o que havia de humanidade no homem. E a nós espectadores, resta o que? Assistir o ocaso da humanidade.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Nem morta!
>>> E a morte virou tema, na hora do almoço. De repente, era só a hora do lanche, mas o fato é que a morte virou assunto. Talvez porque tenhamos de lidar com ela massacrantemente, nos últimos meses; porque ela tome grande parte do noticiário, dia e noite, embora alguns achem que não é nada demais; talvez porque ela tenha parecido mais próxima, ameaçadora, nas mãos do entregador, na máscara da senhora, na moça do supermercado, no vizinho médico que chega do plantão no elevador.
por Ana Elisa Ribeiro
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O pai tá on: um ano de paternidade
>>> Nesta semana, minha filha completou um ano de vida. Ou seja, faz um ano que eu deveria me perguntar todos os dias: onde foi que eu amarrarei meu burro? Deveria, atenção ao tempo verbal. Porque ter filhos talvez seja a maior prova de que o ser humano é um bicho danado de pretencioso. Convenhamos: nem coleta seletiva de lixo a gente consegue fazer. Como a gente insiste que pode pegar aquele cisco, que é o recém-nascido, e transformá-lo num projeto de gente?
por Luís Fernando Amâncio
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Prêmio Nobel de Literatura para um brasileiro - I
>>> Outubro de 2001. O mundo ainda está abalado com os atentados de 11 de setembro. No mundo das Letras, vive-se a expectativa do Prêmio Nobel de Literatura. Eis que é anunciado o vencedor e é um brasileiro: Lúcio Braun Graumann. O escritor, gaúcho de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, antes praticamente desconhecido do grande público, torna-se celebridade nacional com toda a mídia em seu encalço.
por Cassionei Niches Petry
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Contentamento descontente: Niketche e poligamia
>>> Niketche, quarto romance de Paulina Chiziane, trata de um tema caro às mulheres moçambicanas: a poligamia. Rami, há duas décadas, é casada com Tony e, juntos, têm filhos, posses, estabilidade social. Mas ela descobre que o marido tem outras mulheres, e sua vida vira de ponta-cabeça. Em Moçambique, como em outros países da África, a poligamia é permitida ― para a tristeza de muitas mulheres, que têm de aceitá-la sem nada que possam fazer.
por Renato Alessandro dos Santos
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Cinemateca, Cinemateca Brasileira nossa
>>> Ah, Cinemateca, Cinemateca brasileira um dia minha, tu és um dos motivos da minha vida agora ser indefinidamente macambúzia e contrafeita. A bem dizer, tu, não, mas aqueles lá na capital federal, em seu projeto de poder pessoal, que te perseguem. Seria exagero dizer que um dia minha existência já girou em tua volta, como um planetinha azul em torno de uma lua em um campo escuro de projeções estelares?
por Elisa Andrade Buzzo
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A desgraça de ser escritor
>>> O mundo ficou chato – para ser escritor. No passado já houve algum glamour no ofício. Éramos respeitados, vistos como intelectuais, parte da nata pensante. É verdade que muitos sucumbiam à tuberculose, se perdiam nos insinuantes caminhos da boemia e coisas assim. Mas valia a pena. Havia o respeito. Isso, entretanto, foi antes da cloroquina. O escritor contemporâneo é, acima de tudo, um iludido.
por Luís Fernando Amâncio
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Um nu “escandaloso” de Eduardo Sívori
>>> No ano de 1887 o pintor argentino Eduardo Sívori (Buenos Aires, 1847-1918) apresentou no Salão de Paris a obra O despertar da empregada doméstica (Le alavanca de la bonne), um nu realista. O quadro de Sívori foi interpretado pela crítica francesa como obra derivada da literatura de Zola, sendo um nu “excessivo” na representação de um corpo que foi visto como feio, sujo e desagradável.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Um grande romance para leitores de... poesia
>>> Acabei de ler Os detetives selvagens. Dizer que é o Ulisses ou o Visões de Cody de Roberto Bolaño seria exagero; ao menos com Joyce, embora o romance de Kerouac não fique atrás. A leitura levou dias, semanas, meses, talvez até mais de um ano. Lia-o e ia intercalando-o com outras páginas. Não tinha pressa. Vieram obrigações inadiáveis, projetos e outros arcabouços, mas, hoje, acabei de ler Os detetives selvagens, de Roberto Bolaño.
por Renato Alessandro dos Santos
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Filmes de guerra, de outro jeito
>>> Pintou na área Agnus dei, dirigido por Anne Fontaine, coprodução de 2015 entre Franca, Polônia e Bélgica. Ao que parece, originalmente tem o título de Les innocentes, mas de inocente pouca coisa tem. Não fosse o modo absolutamente delicado e cuidadoso como foi filmado e narrado, seria um dos filmes mais "pesados" que alguém poderia ver. Bom, deve arrepiar muita gente "sensível". Eu amei.
por Ana Elisa Ribeiro
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Meu reino por uma webcam
>>> Será que posso me considerar uma visionária? Espécie de mãe Diná da informática? O fato é que a vida foi ficando cada vez mais online, mais confinada, e minha câmera passou a valer uma pequena fortuna. Minha irmã, faz pouco, precisou comprar webcams para a empresa onde trabalha e teve enorme dificuldade. A mesma câmera que comprei por oitenta mangos custa, agora, mais de trezentos.
por Ana Elisa Ribeiro
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Quincas Borba: um dia de cão (Fuvest)
>>> Quincas Borba é um romance estranho. A começar pelo título: que história é essa de Joaquim Borba dos Santos, Quincas 1, bater as botas logo ao início da trama e, de repente, um enfermeiro, Rubião, ex-professor e néscio, subir ao palco, assumindo o protagonismo, amparado por Sofia e Palha, oportunista até o roer dos ossos? Quincas Borba é um grande Machado, e o mérito recai sobre o narrador, que está à vontade, acompanhando tudo.
por Renato Alessandro dos Santos
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Pílulas Poéticas para uma quarentena
>>> O roteirista surpreendeu a todos com esse plot twist. Aposto que, no fim da contagem regressiva do longínquo 31 de dezembro de 2019, choveram pedidos para: encontrar a pessoa amada, receber promoção no trabalho, ser aprovado em Cálculo I ou até, quem sabe, para o time de futebol sair da seca e ser campeão. Menos de um semestre depois e nada disso faz sentido na atual conjuntura.
por Luís Fernando Amâncio
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Ficção e previsões para um futuro qualquer
>>> Geralmente, o que estava na literatura já adiantava o que poderia nos acontecer. Na ficção, há inúmeros exercícios de imaginação - ou planejamento? - das tragédias e bizarrices que poderíamos viver ou ser obrigados/as a viver. Muitos/as de nós têm exemplos para dar, menos e mais sofisticados. Hoje mesmo, no café da manhã, me peguei falando em uma possível reforma que faria no mundo, caso alguém me desse um cargo de presidente de algum conselho para melhorias.
por Ana Elisa Ribeiro
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Julio Daio Borges
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