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Terça-feira,
18/5/2021
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Cosmogonia de uma pintura: Claudio Garcia
>>> Embora a pintura pareça bastar-se a si própria, sentimos sua necessidade de comunicar e exprimir-se em direção ao observador. Acaba-se lançado para dentro do seu universo que nos rodeia, envolve e controla nossas reações. Não há a possibilidade de indiferença após atravessarmos suas cortinas. Somos endereçados ao seu centro vívido, com a unidade de nossos sentidos abalada, apreendidos por uma realidade estranha, no entanto, insuperável, que é o fato de estarmos sendo esmagados por esse “outro” que é a arte.
por Jardel Dias Cavalcanti
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As alucinações do milênio: 30 e poucos anos e...
>>> A gente sempre acha que encontra os livros, mas é o contrário: eles que nos encontram, e quando acontece algo assim precisamos mesmo pôr a rotina na geladeira, abrir uma cerveja, sentar e ler, porque há horas em que só tentar ganhar dinheiro é medir por baixo o precioso tempo que escorre, a despeito da recompensa, parca, acolá naquele caldeirão ao rodapé do arco-íris.
por Renato Alessandro dos Santos
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Silêncio e grito
>>> O gueto interior impressiona por tocar novamente nas questões da Shoah (como prefere chamar o narrador), mas de dentro, de uma perspectiva presente, discutindo questões de imprensa, discurso e uma impressionante apatia humana diante dos fatos, enquanto eles se desenrolavam. A angústia de Vicente silencia nossos corações, em especial porque compartilhamos com ele o indizível das barbaridades de que somos capazes.
por Ana Elisa Ribeiro
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Você é rico?
>>> Sim, em algum lugar entre a infância e a adolescência havia essa preocupação coletiva, de fingir não ser pobre. O que era meio besta, afinal estávamos todos na mesma escola pública, com tantas precariedades, disputando espaço na fila da merenda. Conhecíamos as casas de cada um, algumas só no reboco, outras com a pintura já vencida. Porém, ninguém queria ser considerado pobre.
por Luís Fernando Amâncio
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Lisboa obscura
>>> Dessa escuridão, não nos demos conta de sua chegada. E, por isso, duvidamos de sua natureza – sutil ou traiçoeira? discreta ou meticulosa? A escuridão observa-nos em um canto seu, que contempla tudo, à distância, aguardando o momento da aproximação. Ou, simplesmente, está em tudo, envolve-nos, engolfa-nos, por completo, podendo um corpo aceso dela não se aperceber, ignorando lustres e abajures.
por Elisa Andrade Buzzo
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Cem encontros ilustrados de Dirce Waltrick
>>> Quando Dirce se encontrou com Donaldo Schüler numa pastelaria famosa de São Paulo, durante o Bloomsday, entre tantos assuntos que surgiram na mesa ele sugeriu que ela escrevesse um livro de ficção. Peremptório, disse para ela: "Estou cansado de ler seus artigos acadêmicos, escreva ficção! Você é artista, tem que ficcionalizar!". Dirce prometeu que faria o livro. E fez.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Rebocos da memória: 1929, de Rafael Fava Belúzio
>>> Desculpem-me por não encontrar outra terminologia: como um texto pós-moderno, estas crônicas, entradas e saídas para uma cidade que vive dentro e fora do autor, são construídas como reboco, a partir de referências de leituras, trechos de músicas, poemas, que aparecem aqui e ali, como colagens sensíveis e poéticas, diante de imagens vistas, sonhadas e/ou sentidas, como motivos para uma construção textual que não deve nenhuma satisfação ao real.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Poética e política no Pântano de Dolhnikoff
>>> Stendhal: “A política é uma pedra amarrada no pescoço da literatura, e que em menos de seis meses a submerge. A política no meio dos interesses da imaginação é como que um tiro no meio de um concerto. É um ruído que é cruel sem ser enérgico. Não harmoniza com o som de nenhum instrumento. Essa política irá ofender mortalmente metade dos leitores, e aborrecer a outra, que a viu de uma forma muito mais interessante e enérgica nos jornais da manhã.”
por Jardel Dias Cavalcanti
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A situação atual da poesia e seu possível futuro
>>> João Cabral: “[O que] os poetas contemporâneos obtiveram foi o chamado ‘poema’ moderno, esse híbrido de monólogo interior e de discurso de praça, de diário íntimo e de declaração de princípios, de balbucio e de hermenêutica filosófica, monotonamente linear e sem estrutura discursiva ou desenvolvimento melódico, escrito quase sempre na primeira pessoa e usado indiferentemente para qualquer espécie de mensagem que o seu autor pretenda enviar.”
por Luis Dolhnikoff
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Um antigo romance de inverno
>>> Passaram-se essas três semanas de janeiro, afinal, no casulo quente da casa, longe dos passeios gelados e vigorosos pela cidade, mas sob os holofotes das telas de computadores e das luminárias de leitura. Pelas janelas dos carros e das casas, uma bruma de chuva, um vento fino feito de água, uma revoada atípica de gaivotas estrepitosas, resquícios daquela abóbada cinzenta que me acompanhava. Já é fevereiro, e ainda é inverno, e me dei conta de que, no final das contas, neste ano não tive meu affair anual de inverno com Lisboa.
por Elisa Andrade Buzzo
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O acerto de contas de Karl Ove Knausgård
>>> O fim inicia pelo começo, ou seja, o lançamento do primeiro volume de Minha luta, um romance dividido em seis longas partes, que Karl Ove Knausgård lançou entre os anos de 2009 e 2011 em seu país, a Noruega, e somente agora tem concluída sua publicação no Brasil, pela Companhia das Letras. São milhares de páginas que têm como protagonista e narrador o próprio Karl Ove. Os demais personagens são seus familiares, amigos, alunos, escritores e editores.
por Cassionei Niches Petry
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Assim como o desejo se acende com uma qualquer mão
>>> Uma urgência se instaura capaz de burlar qualquer estado, qualquer calamidade anunciada, pois enfim criou-se uma nova possibilidade, uma chance inescapável, diante da qual se ignoram os apelos e libera-se o impulso. Não há proibição possível para a decisão tomada antes mesmo que dela se tenha consciência. Quando damos por nós, lá está o pato prestes ao mergulho, depois do rasante voado.
por Elisa Andrade Buzzo
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Faça você mesmo: a história de um livro
>>> Autopublicar não precisa ser sinônimo de disponibilizar seu livro sem revisão, com capa genérica e acabamento de texto tosco na página. Daí, entra a minha inspiração no do it yourself do movimento punk. Se eu queria disponibilizar um livro para os leitores com um bom acabamento e preço atraente, era preciso me mover. Contratei capista, revisão e leitura crítica. Como o dinheiro é curto, aprendi sobre diagramação de texto.
por Luís Fernando Amâncio
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Cuba e O Direito de Amar (3)
>>> Nas conversas que tive com cubanos, quando andava por Habana Vieja, curiosa para saber o que significavam as braçadeiras vermelhas que via por toda a parte, inclusive em crianças com uniforme escolar, aprendi o que era CDR - Comitê de Defesa da Revolução: um sistema de controle absoluto da população. A vigilância do Estado dentro de cada casa. Vigiar e denunciar: o que faz cada um, quais suas amizades, o que pensa, quem o visita, quantas vezes, onde vai, com quem conversa.
por Marilia Mota Silva
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Da fatalidade do desejo
>>> Da fatalidade do desejo despiram-se todos os fatos, em um torvelinho lento, nos caminhos abertos no lodo, ele desfaz-se no que tinha de desfaçatez, de singular, para dissolver-se no curso de águas maiores. Anonimamente é o desejo atenuado, percorrendo os afluentes insólitos de barro contruídos pela maré baixa, e a serem destruídos pela chegada da maré alta com o entardecer.
por Elisa Andrade Buzzo
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Julio Daio Borges
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