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Quinta-feira,
21/1/2021
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Cuba e O Direito de Amar (3)
>>> Nas conversas que tive com cubanos, quando andava por Habana Vieja, curiosa para saber o que significavam as braçadeiras vermelhas que via por toda a parte, inclusive em crianças com uniforme escolar, aprendi o que era CDR - Comitê de Defesa da Revolução: um sistema de controle absoluto da população. A vigilância do Estado dentro de cada casa. Vigiar e denunciar: o que faz cada um, quais suas amizades, o que pensa, quem o visita, quantas vezes, onde vai, com quem conversa.
por Marilia Mota Silva
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Da fatalidade do desejo
>>> Da fatalidade do desejo despiram-se todos os fatos, em um torvelinho lento, nos caminhos abertos no lodo, ele desfaz-se no que tinha de desfaçatez, de singular, para dissolver-se no curso de águas maiores. Anonimamente é o desejo atenuado, percorrendo os afluentes insólitos de barro contruídos pela maré baixa, e a serem destruídos pela chegada da maré alta com o entardecer.
por Elisa Andrade Buzzo
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Isto é para quando você vier
>>> Deixa eu ver se entendi. Foi com esse comentário que, de madrugada, me ocupei sem mais nem menos. Vinha do meu cérebro, de uma das sinapses mais impacientes e histéricas. A discussão havia começado já fazia um certo tempo. A coisa ia longe. Mas, para a alegria delas, a campainha tocou: era o entregador do iFood, com as pizzas no portão, o que as apaziguou um pouco, embora o circo ainda pegasse fogo. Tudo por causa de Bernardo Carvalho.
por Renato Alessandro dos Santos
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2021, o ano da inveja
>>> É importante fechar ciclos, renovar as esperanças e recomeçar o ano com a sensação de estar diante de página em branco. Sobretudo quando o ano anterior se chama 2020. Sejamos claros: não foi fácil. Exceto para a Amazon, que cresceu como nunca nessa pandemia. Mas, para pessoas normais, foi um desafio viver com o avanço de uma doença desconhecida e seus inevitáveis impactos econômicos.
por Luís Fernando Amâncio
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Pobre rua do Vale Formoso
>>> Rente ao rio, numa manhã opaca de outono e sol, um grande terreno se traceja em formas de construções ainda desconhecidas, cujas fundações imaginárias sulcam a terra. O azul brilhante e pastel do Tejo envolve, como cabeceira, esse novo leito por tantos anos abandonado, onde cintila solitário em castanhos. Terra é revolvida, a silhueta preta e distante de dois homens acompanha os trabalhos, um caminhão passa resfolegando rastros de poeira em sua carcaça, uma mão de ferro gigante revolve mais terra contaminada.
por Elisa Andrade Buzzo
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O que fazer com este corpo?
>>> Temos falado tanto em morte neste último ano e já ouvi, mais de uma vez, alguém dizer que tem medo de morrer sem ar, justamente uma das possibilidades assustadoras da covid-19. Quando me lembro dos meus avós, me vem a ideia de que uns morreram "bem", outros, nem tanto. Uns ficaram morrendo por anos e anos... outros levaram horas, minutos e nem souberam a causa. Que felicidade, penso.
por Ana Elisa Ribeiro
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Jogando com Cortázar
>>> Ler Julio Cortázar é um ato único, mesmo quando o relemos. Há sempre algo que nos escapou nas leituras anteriores, há sempre novos significados nos seus textos, há sempre um mistério que não foi e nem será desvendado. Ler Julio Cortázar é um jogo entre escritor e leitor, em que ambos ganham. O escritor, por ludibriar o leitor. Este, justamente por ser ludibriado.
por Cassionei Niches Petry
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Os defeitos meus
>>> Das três recomendações que a mãe de Drummond deixou a ele - não guardes ódio de ninguém; compadece-te sempre dos pobres; cala os defeitos dos outros -, é essa última que não sai da cabeça. É um conselho inesquecível, que deveria ser grifado por todas as gerações que vêm pela frente. Você não acha? Mas há um problema: e nossos defeitos, o que vamos fazer com eles? Pense bem nisto: quem vai nos alertar sobre eles?
por Renato Alessandro dos Santos
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Confissões pandêmicas
>>> Sou meio hipocondríaco, eu admito. Quando a Aids apareceu, no final dos anos 80, assisti a um Globo Repórter e já imaginei que estava contaminado. Impossível; já que eu era um pré-adolescente imberbe, não era hemofílico e o mais perto que passei de uma transfusão de sague foi, aos dezoito anos, quando, dispensado do serviço militar, fui obrigado a doar.
por Julio Daio Borges
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Na translucidez à nossa frente
>>> Há uma curiosa sorte que acomete a um pensamento pandêmico. Nada começa, nada termina, em última instância. Existe uma continuidade de situações e ações consistindo em um início sem pedidos de licença, e términos de ações esmorecidas. Ou seja, são situações sem situacionamento e ações inativas. No entanto, tais coisas têm um pico e é exatamente este momento de altura que dá a marca da realidade preponderante.
por Elisa Andrade Buzzo
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A Velhice
>>> A velhice me angustiava quando era criança. Imaginava que os velhos vivessem em agonia, apenas esperando a morte. Mais do que a degeneração da idade, me amargurava pensar que os velhos tinham um futuro curto pela frente e sabiam disso! Pois sofri à toa, como acontece quando se sofre antecipadamente. Não é assim! Nossa perspectiva também muda à medida que vamos envelhecendo.
por Marilia Mota Silva
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Casa, poemas de Mário Alex Rosa
>>> A casa é habitada por objetos, seres e as próprias sensações do morador-poeta. Tudo isso liquidificado em substâncias poéticas: do voo rasante de um pernilongo ao passeio de uma formiguinha num grão de açúcar ou a sensação da água e do sabão no momento de se lavar as mãos. Além dos objetos, há o espaço e há também o tempo, transformados em imagem, sejam as horas do dia ou as horas da noite, seja o efeito da luz ou dos sons, ou as estações do ano transformadas em espera do tempo futuro.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Doutor Eugênio (1949-2020)
>>> “A morte é o único ato perfeito”, já dizia Gustav Mahler. “Porque não precisa ser refeito; não precisa ser remendado...”. Quem me falava isso era o Doutor Eugênio, no meio do enterro da minha avó, em meados da década passada. Mais adiante, começou a discorrer sobre estruturalismo - “porque somos todos estruturas”, completou. “Era uma cabeça”, foi minha conclusão para o Fê - quando ele me contou da morte do Doutor Eugênio, que, parece, foi em Julho deste ano.
por Julio Daio Borges
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Coisa mais bonita é São Paulo...
>>> Segundo turno de eleições municipais em São Paulo. As más línguas chamam um candidato de radical, o outro de elitista... Como ambos são de minha geração, é interessante acompanhar essa renovação na política. De um deles, eu poderia ter sido colega de turma, se eu tivesse ido para o Bandeirantes (ou ele ido para o Etapa, colégios concorrentes e próximos na Vila Mariana); com o outro, posso ter cruzado nos corredores da FFLCHUSP ou dividido uma mesa no bandejão central.
por Elisa Andrade Buzzo
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Cuba E O Direito de Amar (2)
>>> Por toda a cidade, vimos cartazes, outdoors já gastos, homenageando Cienfuegos, um homem jovem, bonito, carismático. No Museu de Revolucion aprendi quem era ele: Comandante Camilo Cienfuegos, amigo de Fidel e de Guevara, um dos líderes da revolução, que morreu em um acidente aéreo, pouco tempo depois da vitória. E Che, como sabemos, foi sozinho levar a revolução para o resto da América Latina e acabou morto na Bolivia.
por Marilia Mota Silva
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Julio Daio Borges
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